Chapter Four - The Blonde Girl

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29 de Julho de 1998 | 7:57

natasha's pov

A primeira vez que a vi foi pelo espelho do meu armário, estava guardando meus livros e esperando o sinal tocar para minha próxima aula.

Tentei virar meu rosto levemente para vê-la, algo nela era diferente, não só o cabelo com uma mecha rosa, o que era fofo, mas ela parecia familiar. Eu nunca havia a visto na escola, era claramente uma aluna nova.

O pequeno sorriso que a mesma deu ao perceber que eu estava a olhando, sentia que já a conhecia, que estranho.

Me virei novamente e ao fechar o armário escutei o sinal bater, quando me voltei ela havia sumido, dei de ombros, mas enquanto caminhava para a sala de aula me perguntei se aquela não era a garota loira desconhecida que invadia meus sonhos, limpei meus pensamentos rapidamente, antes de me auto acusar de esquizofrenia.

Me sentei na primeira carteira, era minha aula favorita, literatura, abri meu livro na página correspondente, mas uma batida a porta me tirou a atenção.

Era ela, quando o professor a perguntou o por que do atraso a mesma apenas disse que havia se perdido, pois era nova, mas por que ela estava me encarando? havia algo de errado em mim?

A única carteira livre era do outro lado da sala, um pouco ao fundo, voltei minha atenção a aula, mas sabia que ela ainda me olhava.

×

12:00

Peguei a bandeja no refeitório e entrei na fila para pegar o almoço, me servi rapidamente e escolhi uma mesa vazia e ao fundo, como sempre fazia.

Levei um pequeno susto ao ver alguém se sentar ao meu lado, não que eu queira parecer estranhamente solitária, mas ninguém se sentava comigo.

— Ei, posso me sentar com você? — Era ela, a garota loira, quando a vi de perto parecia ainda mais familiar e o sorriso.. — Oi? — meus pensamentos foram interrompidos quando percebi que estava a encarando por tempo demais.

— Oi, hum.. claro. — Dei um sorriso desconcertado e me voltei a comida. Ela também começou a comer, mas parecia bem mais tranquila que eu, quero dizer, ela não estava tremendo como se estivesse um frio de -15 graus, como eu.

— Você não tem amigos? — Ela me perguntou. Que ótimo assunto a se puxar, não?

— Não.. — Não queria soar triste, até que eu gostava de não ter amigos, minha companhia era boa, mas ela parecia legal, a única pessoa a conversar comigo sem ser para colar nas provas.

— Bem, agora você tem uma. — A loira sorriu e levou a mão para frente, esperando eu apertar. — Sou Carol, aliás. — A olhei por um pequeno tempo me perguntando por que dela querer ser minha amiga, eu não sabia se queria também, como eu disse, gostava da minha companhia, mas algo parecia diferente.

— Natasha.. — Enfim, apertei sua mão, e que bom que fiz, pois senão teria perdido a melhor garota do mundo todo.

Ela sorriu novamente e eu percebi um pequeno sorriso se formar nos meus lábios involuntariamente. Eu vi a mesma se levantar e dizer que ia ao banheiro, a segui com o olhar até ela desaparecer.

Agora me pergunto como não percebi naquela época, a garota que invadia meus sonhos nunca mais apareceu desde o dia em que conheci Carol, talvez por que ela então não estava mais apenas em meus sonhos, ela era real, e ela era linda e ela era tudo, tudo o que eu algum dia poderia sonhar em ter.

Então eu relaxei e minhas mãos pararam de tremer, simples assim, como se algo aqui dentro estivesse finalmente cheio. Havia encontrado alguém que ia me fazer muito feliz, e eu nem fazia ideia disso.

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