Destiny

Chapter Ten - Feeling You

Carol POV

Não me lembro de quanto tempo se passou, quanto tempo eu havia ficado lá, abraçada a ela. Apenas me afastei quando os paramédicos chegaram e me obrigaram a sair de perto, mesmo não querendo. Me lembro do desespero de vê-la ao chão, sem sinal algum. Me lembro de ver os médicos tentando a trazer de volta, e eu bem ali, sem poder fazer mais nada. 

Sei que me tiraram de lá, me levaram também até uma ambulância, mesmo eu insistindo em ficar com ela. Agora tudo parece apenas flashes de lembrança, nem sequer parece real. A última imagem que tenho dela, foi antes de me tirarem do apartamento, enquanto gritava seu nome, e tentava me soltar das mãos da policial que me levava. Mesmo assim consegui escutar quando um dos médicos disse, com um suspiro de alívio na voz, que ela tinha batimentos.

Então acordei no hospital, e apenas notei Wanda ao meu lado, com um semblante preocupado enquanto me via acordar. E tudo voltou a tona, tudo o que aconteceu. Eu não fazia ideia de quanto tempo havia se passado e nem se ela estava bem. Precisava vê-la. E sabia que Wanda sabia.

— Ela está em cirurgia, não tivemos mais nenhuma notícia desde que chegamos. — Wanda respondeu como se conseguisse ler minha expressão, que não relaxou após escutar aquilo. — Só está aqui a uma hora. — E mesmo assim parecia uma década.

Ela ficou comigo até que pude receber alta, e nem assim deixei aquele hospital. Continuei lá, até que todos os outros chegaram também. E ficamos todos juntos na recepção. Até eu tomar coragem o suficiente pra contar tudo a eles, pois sabia que estavam completamente confusos, além de assustados. Então disse tudo o que sabia e tudo o que notara também durante esse tempo.

— Não posso acreditar que não percebemos nada em todo esse tempo. — Yelena foi a primeira a dizer algo. Ela segurava forte minha mão.

— Agora tudo faz tanto sentido.. — Sam também comentou baixo. — Aquele jantar.. Eu sabia que tinha algo de errado. 

— Nem imagino o que ela passou.. — Jean confessou. — E você, Carol, o que viu lá.. Estamos aqui pra te ajudar, tá bem? — Foi o que ela me disse, com um olhar de pena. Apenas a olhei como forma de agradecimento, não conseguia dizer mais nada.

Todos continuaram naquele clima péssimo, ninguém disse mais nada, apenas ficamos ali juntos, nos confortando, se ajudando. Agora entendo o porque de eles serem sua família, tinha certeza, naquela hora, de que todos ali amavam Natasha, de cada forma que podiam. 

Encarei o chão por algum tempo, era difícil não deixar ela cobrir meus pensamentos, tudo o que eu pensava era nela, e no quanto eu gostaria de ver aquele sorriso bobo de novo. Todos os momentos que tivemos, tanto no passado como agora. Eu precisava dela aqui e sabia que ela sabia disso. Ela prometeu, anos atrás, que não me deixaria, e ela nunca quebra uma promessa.

Pensei no dia em que a reencontrei, quando nem podia imaginar que era realmente ela ali, na minha frente, depois de tanto tempo. Lembro de prometer que compensaria pelo tempo perdido. Todas as vezes em que tive de admirá-la de longe, por que ela já não era mais minha. Lembrei de daquela manhã em meu apartamento, quando quase a beijei, e também a algumas semanas atrás, de alguma forma sempre tinha algo a nos interromper, a nos impedir. E quando consegui, quando a senti novamente, foi apenas um presente de despedida. 

— Ela estava agindo tão diferente essa semana.. — Wanda falou. Então levantei minha cabeça rapidamente me lembrando de outro acontecimento recente, que havia esquecido de mencionar. 

— Ela está.. ou estava grávida. — Confessei e recebi olhares surpresos.

— Como é? — Yelena questionou.