Capítulo 31

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Zayn Manfor

Andava desesperado de um lado para o outro no corredor do hospital lotado. Aretha, que antes estava ao meu lado tentando inutilmente me acalmar, agora estava sentada no chão com o rosto entre as mãos e um olhar perdido.

Ambos estávamos perdidos desde a ligação que eu recebi algumas horas atrás. A senhorinha que mora na casa ao lado da minha viu algumas coisas estranhas no quarto de Hope. Ela viu que eu havia saído então se aproximou da casa para verificar.

Minha irmã estava tendo uma convulsão...

A vizinha entrou e ajudou ela nos primeiros momentos, chamou uma ambulância e depois me ligou do celular de Hope.

Eu estava tão apavorado que não conseguia nem segurar as chaves no carro, felizmente Aretha esteve ao meu lado o tempo todo, me consolando e dando apoio.

Fiz uma nota mental para nunca mais deixar ela dirigir meu carro, ela é uma péssima motorista.

— Zayn... — Ela chamou baixo, eu a olhei e a imagem fez meu coração ficar mais apertado.

Nunca fui muito bom em lidar com mulheres tristes ou chorando, mas só tinha que me preocupar com Hope e não era muito difícil de deixar minha irmã feliz e sorrindo.

Mas ver Aretha com os olhos inchados e cheios de lágrimas, o nariz avermelhado devido ao choro e os olhos sem aquele brilho era como levar um tiro.

— Senta aqui. — Deu um tapinha no chão ao lado dela. — Vai acabar abrindo um buraco no chão andando de um lado para o outro.

Me sentei onde ela pediu e suspirei apoiando minha cabeça em seu ombro, Aretha passou o braço sobre meus ombros e fez um cafuné singelo no meu cabelo.

Foi o suficiente para meus olhos se encherem de lágrimas novamente.

— Eu tô com tanto medo... — Desabafei apertando meus braços em torno do pequeno corpo dela.

— Você vai ver que vai ficar tudo bem... — Sussurrou sem deixar de acariciar os fios do meu cabelo. — Nós só temos que ter fé, Hope é forte, vai sair dessa e ainda rir que nos preocupamos sem precisar.

— Mas por que ninguém dá alguma informação? — Perguntei cansado. — Nós estamos aqui faz horas e não recebemos nenhuma informação.

— Eles vão falar com a gente quando for o melhor momento.

— Eu não quero perder ela... — Apertei meus braços com mais força em sua volta, tinha medo de perder Aretha também, ela tinha se tornado importante demais para eu deixá-la ir. — Não quero perder mais ninguém.

— Você não vai... — Garantiu beijando minha testa com carinho. — Você confia em mim?

A olhei por alguns segundos e então suspirei aliviado por não ter nenhuma dúvida sobre minha resposta.

— Confio. — Essa era a verdade, confiava nela. Algo mais forte que eu me proibia de desconfiar.

— Eu te garanto que vai ficar tudo bem e você não vai perder ninguém, ok?! — Sua pergunta estava mais para uma afirmação, balancei a cabeça em concordância deixando um selinho rápido em seus lábios.

Eu estava com medo, triste e preocupado, mas pela primeira vez depois que perdi meus pais eu tinha alguém para ficar comigo e me ajudar a enfrentar o que viesse.

— Familiares da senhorita Manfor? — Uma mulher com jaleco e alguns outros equipamentos médicos perguntou se aproximando de onde eu e Aretha estávamos sentados.

Amor, Bolinhos E CaféOnde histórias criam vida. Descubra agora