Aretha Anders
— Me perdoa Zayn. — Supliquei. — Eu não sei se aguento carregar o peso de você e a Hope me odiando também.
— Aretha, cala a boca. — Ele falou passando as mãos pelo rosto de forma nervosa. — Na moral, eu não quero ouvir a sua voz agora.
— Desculpa... — Sussurrei.
Em um ato rápido ele segurou minha cintura com uma mão me puxando contra ele, a outra mão usou para segurar firme em meu pescoço, me obrigando a olhá-lo.
Fiquei até fraca. Senhor, esse não é o momento.
— Nesse exato momento eu tô te proibindo de falar que foi culpa sua. — Franzi o cenho escutando atentamente o que ele falava. — Você era só uma criança.
— Mas eu abri a porta...
— Fodasse quem abriu a porra daquela porta, não foi culpa sua. — Ele falou firme. — Foi você que atirou? — Fiquei em silêncio, admirada com a certeza que brilhava em seus olhos. — Foi ou não?
— Não. — Respondi baixinho.
— Então não foi você que matou eles, ok? — Seu polegar fez um carinho singelo no meu rosto, mas foi o suficiente para meu corpo todo arrepiar.
Eu jurava que ele iria gritar, me xingar, jogar na minha cara que a culpa era minha. Nem em outra vida eu estava esperando essa reação.
— Mas se eu não tivesse aberto a porta...
— O cara teria arrombado de qualquer jeito. — Revirou os olhos. — Você mesma falou que eles estava tentando, não precisa se fazer de burra.
— Você é tão delicado. — Revirei os olhos.
— Você tá pegando a culpa de uma coisa que não é sua, Aretha. — Ele falou firme. — Você não precisa pedir desculpas pra ninguém, só tem que colocar na sua cabeça que não foi sua culpa.
— Obrigada. — Eu sorri sincera para ele.
Sua palavras confortaram uma parte frágil do meu coração, a parte que estava aterrorizada com tudo o que aconteceu naquele dia, com medo da reação de todos.
Se Zayn pensava dessa forma, provavelmente Audrey, Archie e Harry também. Até minha mãe deveria pensar dessa forma. Afinal, eu era só uma criança... Precisava aceitar isso.
De repente uma dúvida veio na minha cabeça e eu resolvi aproveitar o "bom humor" dele.
— Eu acabei de te contar a coisa mais horrível que já me aconteceu... Acho que seria justo você me contar seus motivos para ser tão... Você. — Ele sorriu de lado, balançando a cabeça.
— A última coisa que eu falei pro meu pai foi "obrigado". — Revelou em tom baixo. — Depois que ele morreu eu não via mais motivos para ser bom e educado com as outras pessoas. Meu pai, que era o cara mais bom que eu conhecia, tinha acabado daquela forma... Se eu fosse diferente dele, talvez nossos finais fossem diferentes também.
— Eu... Nossa... Sinto muito.
— Mas isso foi só até aparecer uma menina aí e ficar dobochando da minha falta de educação, ela me fez até brincar na chuva com ela, acredita? — Dei risada de sua fala carregada de ironia.
— Não consigo imaginar você me dando um buquê de flores. — Comentei fazendo referência a foto e ele riu, ainda me segurando. Eu ficava chateada comigo por não ter reconhecido ele de primeira, nós éramos até que bons amigos quando crianças.
— Você era a menina mais bonita que eu conhecia, era normal eu querer sua atenção. — Minhas bochechas esquentaram sobre seu olhar intenso.
E, de repente, eu já não estava mais triste ou culpada. Meu único desejo era descobrir se os lábios do homem tatuado na minha frente eram tão bons quanto pareciam.
— Você continua sendo a menina mais bonita que eu conheço. — Sua voz rouca fazia meu coração disparar, seu polegar voltou a acariciar meu rosto enquanto se aproximava. Fechei os olhos aguardando ansiosa o próximo passo dele.
Juro que teria ido até o céu se ele não estivesse me segurando quando nossos lábios se tocaram. Eu nunca tinha sentido nada assim.
Levei minhas mãos até seus ombros e nuca, segurando firme com medo de cair, minhas pernas estavam tremendo. Seu aperto na minha cintura se tornou mais forte a medida que ele andava para trás, até minhas costas tocarem a parede.
Era surreal as várias sensações que passavam por meu corpo enquanto nossos lábios estavam juntos, a medida que ele explorava cada pedaço da minha boca eu me sentia ainda mais fraca.
Quando o ar nos faltou, ele desceu beijos por todo o meu rosto e pescoço, aproveitando para me provocar enquanto recuperava o ar.
O desgraçado tinha uma pegada maravilhosa.
Segurei os fios curtos de sua nuca puxando seu rosto para perto do meu novamente.
— É isso que você quer? — Ele perguntou com um sorriso e eu assenti sem pensar duas vezes.
Ah... Aquele maldito sorriso.
Seus lábios voltaram a tocar os meus e sua língua voltou para dentro da minha boca. Aproveitei para passar as unhas suavemente por sua nuca, o fazendo descer sua mão da minha cintura para minha bunda, onde apertou me fazendo suspirar.
— Zayn você... — A voz de Hope surgiu no ambiente, eu e Zayn nos afastamos rápido, ela estava na porta com a boca entre aberta, olhei para baixo envergonhada. — Caralho, eu não acredito que atrapalhei vocês. Meu Deus eu me odeio. — Ela falou fechando os olhos. — Podem continuar, esqueçam que eu estive aqui.
— Na verdade, eu tenho que ir. — Falei rápido recolhendo as fotos, evitando olhar para o moreno. — Tchau gente.
Fui correndo para o carro, o liguei e comecei a dirigir de volta para casa.
— Meu Deus... — Sorri boba. — Eu beijei ele.
Eu sabia que isso seria o começo da mudança na minha vida.
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Continua...Eu vi vocês xingando o Zayn no capítulo anterior em kkkkkkkk
Ai ai ai, Aretha é aquela crush de infância do Zayn né.
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Amor, Bolinhos E Café
Novela JuvenilEu o achava misterioso, intrigante e muito fechado. Ele chegava e ia embora todos os dias no mesmo horário, pedia sempre a mesma coisa, pagava e deixava uma pequena gorjeta. Eu o atendia educadamente, como fazia com todos os clientes, mas o mesmo nu...