Obeying

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— Quem ordenou o ataque no mercado? — Tanya perguntou.

Um dos homens que havia participado da agressão estava ajoelhado no chão em frente ao banco nos aposentos da Grande Sacerdotisa. Tanya estava sentada com uma perna cruzada sobre o joelho e o olhar severo. Yangcha, em pé atrás do homem, movimentou a espada em sua cintura apenas para fazer o som do metal ressoar pelo quarto. O prisioneiro estremeceu, mas não ousou abrir a boca para falar. Ele olhava diretamente para o chão, evitando a sacerdotisa e apertando firmemente os punhos amarrados. Yangcha olhou para Tanya, como se esperasse uma ordem para fazê-lo falar, mas ela apenas suspirou.

— Não, eu não estou tentando assustá-lo. Na verdade, não pretendo machucá-lo. — Tanya falou, encarando o prisioneiro. Ao ouvi-la, o homem levantou o olhar pela primeira vez. — Eu não preciso que você fale, seus pensamentos são como gritos. Só preciso que se concentre na coisa certa.

Ele arregalou os olhos, chocado diante de tal declaração. Seria possível que ela realmente pudesse ouvi-lo pensar? Nesse caso, era impossível esconder dela a verdade.

Os pensamentos do homem lhe entregaram tudo. O ataque havia sido forjado por membros do clã Asa, os quais estavam insatisfeitos com sua posição como Grande Sacerdotisa. Isso não era nenhuma surpresa, no entanto, havia algo sobre Taealha que ele não estava revelando.

— A Rainha Taealha? — Tanya citou, virando o rosto de forma questionadora.

Os pensamentos do homem se voltaram para uma conversa que ele havia escutado, onde Taealha sussurrava irritadamente para um dos líderes do Clã Asa. Ela estava furiosa sobre o ataque, ordenando que jamais tomassem uma decisão sem ela novamente. Interessante. Então as famílias pretendiam depositar sua confiança na rainha?

— É o suficiente. Prenda-o em uma das salas do Grande Santuário.

Tanya dispensou o homem com um gesto e Yangcha tratou de tirá-lo do local. Ela sabia que ele seria executado caso voltasse para a prisão do Palácio. O manteria ali para evitar uma morte desnecessária e procurar mais informações caso desejasse.

Momyungjin e Saya vieram para ensiná-la a respeito do ritual que seria realizado para abençoar o exército que iria à guerra. Frases para que decorasse foram citadas nas horas que se seguiram. Tanya poderia achar a tarefa frustrante se não estivesse tão determinada.

Após a reunião, Tanya encontrou-se com o povo de Wahan. Ela os orientou a respeito do sonho que tivera e sobre o fato de que talvez teriam que deixar Arthdal. Ela compreendia que os Wahan estavam se adaptando muito bem, especialmente seu pai que estava tão fascinado pelo trabalho na Fortaleza de Fogo. No entanto, se a vontade dos deuses era essa, Tanya iria segui-la. Mungtae, por outro lado, não foi convidado para esta reunião. Ela sabia que o recém promovido guarda iria informar qualquer coisa que ela dissesse à Tagon. Era doloroso porém necessário pedir aos outros que não contassem nada à ele, por enquanto.

Com o dia quase chegando ao fim, Tanya caminhou para seu último compromisso antes de levar alimento às crianças escravas. Ela entrou na prisão da escada no Grande Santuário. Presa ali após a rebelião de Asa Ron estava a Grande Mãe da Tribo da Montanha Branca, Asa Sakan.

— Grande Mãe. — Tanya a cumprimentou, curvando-se.

A senhora de aparência cansada a fitou em silêncio. Os olhos dela tinham um ar distante, porém demonstravam grande sabedoria.

— "Vinte anos atrás, no dia do cometa azul, os três objetos celestiais enviados por Airuju apareceram no mundo. A espada para golpear o mundo. O sino para ecoar pelo mundo e o espelho para iluminar o mundo." — Tanya citou.

Spellbound | Tanya x Yangcha | Arthdal ChroniclesOnde histórias criam vida. Descubra agora