Enquanto caminhava pela velha estrada entre um casarão e outro, pensava na possibilidade de me livrar do que me esperava na casa dos meus pais. No entanto, não importava muito naquela altura do campeonato, afinal, eu já estava arruinado, mais cedo ou mais tarde, algo parecido iria acontecer. Eu sucumbiria às necessidades dos meus pais, ou os enfrentaria, mesmo não tendo muitas armas para atacar na batalha, me sinto perdido.
Cheguei em casa tão sujo que parecia estar na mata há uns 3 dias. Do estábulo para o banheiro, essa era minha meta antes de ouvir minha mãe gritar meu nome em uma das salas no corredor ao leste.
— Lorenzo, filho, é você? — falou
Pensei em continuar andando, mas da forma como eu estava, sujo e com cheiro de alguma coisa que não estava viva, com certeza, qualquer conversa que viriamos a ter, seria automaticamente rápida, para o bem e saúde de todos. Então, mudei de rumo e fui ao seu encontro.
Minha mãe estava sozinha na sala de chá, mas parecia estar esperando mais alguém, a mesinha estava posta por uma chaleira, um pote de açúcar e duas xícaras, uma usada, melada de batom, e a outra intacta. Me aproximei desconfiado, ela deu um gole em seu chá e levantou-se.
— Oi filho, quer chá? Venha, sente-se, vou pedir para uma das meninas...
— Vá direto ao ponto — Falei.Ela me olhou afetuosamente, mas não falou nada por alguns segundos. Olhou para a entrada e voltou os olhos para mim.
— Espere um pouco, quero lhe apresentar uma pessoa.
Cruzei meus braços na tentativa de que ela percebesse que eu não estava disposto a conhecer ninguém, não naquela situação.
— Bom, você não está tão apresentável assim, não é? E pelo amor de Deus, que fedor é esse?
— Bom, madrinha, demorei no banho, mas...
Olhei rapidamente para a mulher que entrava na sala, ela parou de caminhar e falar assim que nossos olhos se cruzaram. Era a senhorita calças, a mulher que encontrei na estrada, só que diferente, menos abrupta e mais como uma mulher comum. Ela usava um belo vestido salmon, sua pele estava ainda mais translúcida em contraste com a cor do vestido, o cabelo que antes estava solto, agora se encontrava preso em um coque baixo, deixando seu belo rosto ainda mais exposto. Ela era linda, mesmo sendo absolutamente chata.
— Você... — murmurou ela ao levantar as sobrancelhas.
— Olá senhorita, primeira vez que a vejo de saia.Ela me lança um olhar furioso.
— O que está querendo dizer Lorenzo? Você a conhece? — Perguntou minha mãe.
Sorri a encarando
— Lorenzo, claro, o filho mais novo da minha madrinha, isso explica os cabelos de tangerina. O irmão gêmeo de Johanna, certo?
— Cabelo de tangerina? O que vocês estão dizendo, me digam agora! — pediu minha mãe, irritada.
— Nos conhecemos na estrada madrinha, ele estava bisbilhotando minha carruagem enquanto eu fazia minhas necessidades.
— você o que? — Falou minha mãe me olhando de forma julgadora.
— Em minha defesa, digo que estava apenas conferindo. já pedi desculpas, acho que não foi o suficiente.
— Bom, acho que começaram mal, vamos iniciar uma verdadeira apresentação? Venha cá...A moça se aproximou um pouco mais.
—Lorenzo, essa aqui é minha afilhada, Halina Wos, filha de uma grande amiga minha de infância.
Ela me encarou com um sorrisinho de lado.
— Halina, esse é o Lorenzo, meu filho mais novo, único solteiro da família.
— Então quer dizer que nenhuma mulher quer casar com você?
— Quem falou isso? — Perguntei
— Acho que é o que mais se fala desde que
Cheguei a Cisar, o filho dos Ossory que é médico cirurgião, lindo, solteiro, ma cirurgião, que desperdício. — falou Halina, ainda me encarando.
— Isso vai mudar logo, logo... — Completou minha mãe.
— O que você está querendo dizer com isso mamãe?
VOCÊ ESTÁ LENDO
Uma esposa para Lorenzo Ossory - Livro 2
Romance[EM ANDAMENTO] O que você faria se fosse obrigado a deixar tudo que havia conquistado para trás, para ter a responsabilidade de gerir uma empresa em seu pais natal, o qual você nunca mais queria voltar? O que você faria se sua maior esperança, no pr...