Inspirada na canção turca Söylenmemiş (Não dito), Canção de Aytekin Ataş, tradução inserida no texto. Que seja suave a viagem...
Por entre as árvores os raios de sol criavam uma áurea de encantamento, parecia estar em um mundo mágico… logo à frente dele um pequeno ser, que parecia uma fadinha corria, às vezes virava para trás e sorria… pequenos olhos verdes brilhavam de alegria… ele olha para trás e outra fadinha igualzinha corria em seu encontro… uma usava um vestido rosa e a outra lilás… eram iguais, os olhos ele já tinha visto antes mas em sua mente eram maiores… ele para, elas agora correm ao seu encontro… se jogam sobre ele que cai sendo beijado e abraçado pelas lindas fadinhas, os três estavam às gargalhadas quando um menino de cachinhos chega e avisa que a mãe delas os esperavam… os três agora se afastam… ele se sente só… pede que voltem mas ninguém os atende… voltem, voltem, voltem ele gritava… ainda sentado na grama ele chora… desapareceram …
_ Yamam Kirimli, vamos, sua liberdade foi concedida.
Yamam acorda, perdeu a conta de quantas vezes teve aquele sonho, acordava angustiado, sentia saudades de algo que não viveu. As frias paredes da prisão o trazem à realidade. Sairia ainda hoje dali, estaria finalmente livre… ele junta suas coisas e saiu acompanhando o carcereiro que o conduzia ao mundo exterior… seus inimigos deveriam temê-lo a partir de agora. Dos oito anos de condenação, ele cumpriu seis, a sua inocência foi provada estava voltando para casa.
Na mansão esperavam ansiosamente por ele, que ao chegar vai imediatamente conhecer seu sobrinho Yusuf.
Os anos se passaram e Yusuf a cada dia mais se parece com o menino que aparecia em seu sonho. Mas nunca entendeu o que significava aquilo.
Mortes acontecem, primeiro Yacin e depois Kevser, pai e mãe de Yusuf respectivamente. Yusuf agora é legado de Yamam, com cinco anos e olhos tristonhos ele estava diante dele naquele momento. Incertezas e preocupações povoavam a mente do tio diante de tamanha responsabilidade.
Algum tempo depois do menino se recolher, Nedim adentra a porta da mansão e comunica que tudo está resolvido, o sepultamento da cunhada havia sido conforme ordenado. Comunica também que estavam presentes apenas o pai, a irmã e poucos conhecidos da mãe de Yusuf.
_ A irmã? Ela não mora fora do país?
_Sim, ele veio por causa do sepultamento e descobri que retornará em breve.
_ Entendo. Você a conheceu?
_Apenas de longe e confesso que jamais vi uma mulher tão linda.
_Preciso falar com ela, a convide a vir até a mansão.
_Farei isso Ele sai deixando Yamam curioso acerca da tia de Yusuf, sempre soube da existência de uma irmã de Kevser mas nunca a viu. Pensava nela quando Cenger entra e anuncia a própria .
_Deixe-a entrar.
Yamam andava de um lado a outro, tamanha a curiosidade que o acometia.
A porta se abre e Cenger dá espaço para que a mais linda mulher que ele já viu um dia entrasse.
_Bem vinda, por coincidência havia acabado de pedir que fossem convidá-la para vir até mim.
_Obrigada mas temo que minha visita não seja de cortesia. Vim buscar meu sobrinho, legado.de minha irmã, que minutos antes de morrer me pediu que o tirasse da mansão.
_Jamais permitirei isso, jamais.
_Entendo, posso vê-lo? Ela mal acabou de falar quando a porta se abre e Yusuf entra.
_Tio, ouvi que minha tia veio me ver. Ele olha para a jovem e sorri. _Oi tia, você é igualzinha à foto da revista.
_ Viu minha foto na revista, querido? Quando?
_Mamãe me mostrou ela sempre me mostrava suas fotos. Você é linda!
_Você em revistas, não entendo.
_ Tia sei também que faz biscoitos de limão é verdade?
_Sim meu querido eu os faço. Farei para você também, eu prometo.
O telefone dela toca, ela ouve em silêncio mas seus olhos se enchem de lágrimas. _Estou a caminho, obrigada.
_Yusuf, surgiu algo importante, voltarei em breve.
_Vou embora tia?
_Não te deixarei, apenas espere por mim, é realmente importante.
Ela chorava quando olhou para Yamam antes de se retirar.
Nova perda, novo sepultamento, Seher estava inconsolável… sozinha ela vai para um hotel afastado, precisava se recompor antes de rever Yusuf. Não sabia, porém, que era seguida por dois carros.
Na mansão, Yamam estava em reunião com Nedim que o informou da morte do avô de Yusuf e da situação em que se encontrava sua tia. Mediante as notícias ele resolve ir até ela.
Assim que estacionou o carro ele foi à recepção para que sua presença fosse informada.
_Boa noite, gostaria que me anunciasse à hóspede Seher Kerimoglu. Sou Yamam Kirimli.
_Algo está errado, um homem acabou de ir até ela e se anunciou com o mesmo nome.
_Onde ela está? Eu sou Yamam a outra pessoa pode estar com más intenções. Chame a polícia.
_Yamam 502, senhor.
Às pressas o tio de Yusuf se dirige à direção indicada escondendo-se nas sombras. Ao se aproximar viu dois homens armados ao lado da porta. Ele atira e o primeiro tomba, o segundo revidou mas logo é abatido. Ele corre até ela, bate à porta mas não tem resposta, acaba arrombando e consegue ver que um homem a arrastar janela afora. Seher gritava por socorro, Yamam os segue, o homem a leva rumo ao bosque e se esconde em meio às sombras daquela noite sem lua o que tornava a escuridão ainda mais espessa. Um estampido corta o silêncio, por pouco não o acerta, mas o som indica a direção, também utilizando o benefício da noite escura Yamam se embrenha por entre as árvores, ela geme, ele escuta e sorrateiramente dá a volta e acaba por surpreender o sequestrador por trás e com sua arma lhe dá uma coronhada. O homem desmaia e Seher aliviada abraça seu salvador. Neste momento a polícia chega e apreende o homem. Seher chorava, passado o choque.
Estavam juntos na varanda de outro chão e disponibilizado para eles quando depois de horas ele a ouve falar.
_Obrigada por me salvar.
_Você disse à polícia que não sabia quem eram, é verdade?
_ Sim, não faço ideia de quem poderia querer me matar. O estranho é que usaram seu nome, abri a porta para eles pensarem que era você. Por falar nisso, o que o trouxe aqui?
_Yusuf, ele só fala em você, quando soube de seu pai entendi que ambos precisam um do outro.
_Como soube onde estava? Não disse a ninguém.
_Nedim colocou homens para segui- la. Assim que você se registrou eles o avisaram e retornaram a Istambul. Ela boceja.
_ Venha, você está exausta. Precisa descansar. Ele a conduz até a cama e a ajuda a se deitar. Na cama ao lado ele se acomoda. Com seus homens cuidando da segurança do lado de fora, ele acaba se rendendo ao sono.
… a chuva se misturava às lágrimas de seu rosto, ela partia, … ela não olha para trás … entra no táxi e some em meio a tempestade… ele se dobra caindo de joelhos, prostrado, chora copiosamente… palavras não ditas foram a causa… alguém o chama e ele acorda. Ao abrir os olhos encontram os de Seher.
_Era um pesadelo, beba um pouco de água.
_Obrigado,
Ela acaricia os cabelos dele até que durma ao amanhecer yamam a encontra deitada a seu lado, encolhida possivelmente por causa do frio. Lentamente ele puxa a coberta e a cobre, se aconchega a ela e volta a dormir. Horas depois, Seher abre os olhos e percebe que está muito próxima a Yamam, estava prestes a sair quando ele a impede a abraçando forte.
_Fique.
Eles se olham, lentamente seus lábios se aproximam, o beijo acontece e aos poucos, acontece a entrega, ambos se rendem ao fascínio mútuo… adormecem unidos.
Ao amanhecer, Seher desperta e se lembra do que aconteceu entre eles, envergonhada por ter cedido ao desejo decide partir…
Algum tempo depois Yamam acorda, a sensação de vazio o lembra que ela não está em seus braços, lembranças da noite anterior o fazem sorrir sonhadoramente, nunca se sentiu assim, chama por ela, não há resposta, ao levantar as cobertas, o lençol denúncia que ele foi à primeira experiência dela, assustado sai à sua procura pelo quarto, ela não está, se amaldiçoou por não ter sido mais atencioso, anda pelo hotel em busca dela até que na recepção descobre que ela se foi…
No rádio no caminho de volta toca Söylenmemiş (Não dito), Canção de Aytekin Ataş, Yamam se reconhece na música.
"Estou em um reino estranho, não conheço caminho nem trilha
Você está aí, vá atrás de sua mente, o dia chegará, eu irei também
Esta é uma terra de sonhos perdida, onde eu vivo e morro
Uma jukebox quebrada, sempre giro a mesma música
No inferno das palavras não ditas
No inferno das palavras não ditas, estou escaldante
Estou flutuando em um mar de sonhos inquietos
Meu coração é um pequeno barco
Meu coração é um pequeno barco
O tempo de um amor antigo que mergulhei no vasto
Esperança de vozes familiares
Estou com sede e com sede
Se eu fosse uma rosa em seu jardim no frio do outono
Se eu queimar no fundo de seus olhos, se eu for cinzas
No inferno das palavras não ditas
No inferno das palavras não ditas, estou escaldante
Minha figura é grande
Estou flutuando em um mar de sonhos inquietos
Meu coração é um pequeno barco"
Ao chegar na mansão descobre que Seher visitou o sobrinho e se despediu dizendo que iria embora para o exterior. Ele liga para Nedim que havia se antecipado e a vigiado. Ela estava agora em sua casa. Yamam rapidamente vai até ela.
Ele bate à porta, ela abre, os olhos inchados de tanto chorar, as malas ao lado era a certeza de sua iminente partida. Sem convite ele entra e fecha a porta atrás de si. Olhos verdes e escuros se prendem no olhar.
_ Yusuf precisa de você. Não pode ir embora.
_ Preciso, voltarei um dia mas agora preciso ir, estou destruída, preciso me reencontrar para cuidar de alguém. Estarei presente mesmo que à distância.
Lá fora uma chuva torrencial começa a cair, uma buzina avisa da chegada do táxi.
_Preciso ir. Até logo.
Ele queria pedir para ela ficar, mas o orgulho não permitiu. Não imploraria, pensava ela. Saem juntos, ela tranca a casa, a chuva se misturava às lágrimas de seu rosto, ela partia, não olha para trás, entra no táxi e some em meio a tempestade… ele se dobra caindo de joelhos, prostrado, chora copiosamente, palavras não ditas foram a causa… em uma semana ela.se transformou em uma fonte de luz para ele e ao se entregarem na noite anterior um vínculo eterno se revelou.
No táxi, Seher chorava, fragilizada por tantas perdas em tão pouco tempo, não conseguia pensar em nada além se fugir, fugir de tudo, de todos e de si mesma.
_Nedim, dois meses se passaram e não temos nenhuma pista do paradeiro dela.
_Yamam, a buscamos em todas as fontes que encontramos nas revistas de Yusuf, ela não deseja ser encontrada. Ela continua a ligar diariamente?
_ Sim, religiosamente no mesmo horário. Se recusa a falar comigo mas conversa com Cenger e Adalet. Cenger diz que nas chamadas de vídeo sempre busca pistas do local mas ela se protege e sempre liga diante de uma parede branca, além dos sons da ligação ele escuta às vezes pássaros e latidos, nada mais. Adalet a achou abatida da última vez e isso me preocupa. Nedim, eu me apaixonei por ela à primeira vista e a ter em meus braços, mesmo que uma única vez confirmou que ela é a mulher da minha vida. Eu preciso dela para respirar meu amigo.
Mais sete meses se passaram, segundo Cenger e Adalet ela parece melhor, parece ter engordado e estar saudável, apesar de às vezes ter dificuldades para respirar.
Por sete intermináveis dias Seher não ligou, estávamos todos aflitos. No mesmo horário de sempre aguardando a ligação e nada. A campainha tocou, Cenger atendeu, era a polícia buscando as irmãs, finalmente o homem resolveu confessar o mandante após ter se salvado de um assassino na prisão. Deparou em troca de segurança.
Elas se foram, acabaram de sair quando o telefone tocou, era Seher, não se permitiu ser vista, a ligação foi colocada no viva voz, pede desculpas por não ter ligado mas explica que esteve internada e que agora está bem. Choro de criança foi ouvido em meio a latidos, ela rapidamente se despede com a promessa de ligar no dia seguinte.
_Alguém ouviu o choro?
_ Pode ter sido o cãozinho senhor Yamam.
_ Adalet, pode ser mas peço que observem atentamente. Preciso de pistas para encontrá-la.
_ Por que quer encontrá-la tio?
_ Para dizer as palavras não ditas Pacha.
Por mais nove meses foi assim, ela ligava, às vezes vídeo, às vezes apenas no viva voz, eles a percebiam cansada na maioria das vezes, por fim, um ano e nove meses depois ela anuncia a sua volta, mas não precisa a data.
No aeroporto, Seher e duas menininhas desembarcam, dois homens que a tudo observavam, a veem, por dias inúmeros homens acompanharam cada desembarque que aconteceu no aeroporto.
Nedim estava no escritório com Yamam quando o telefone tocou. _Tem certeza que é ela? Como assim duas crianças? Sigam a tia de Yusuf para onde quer que ela vá. Não perdoarei se a perderem de vista.
_Que história é essa de crianças Nedim?
_ Não sei Yamam, e a informação que tenho. Seher acaba de desembarcar e com ela, duas menininhas.
_ Menininhas, você disse, duas?
_ Sim amigo, duas. Pensando o mesmo que eu?
_ Podem ser minhas amigo, é nisso que estou pensando. E você? Yamam sorria abertamente.
_Eu também amigo.
Meia hora depois novamente o telefone de Nedim tocou, os homens avisaram que ela chegou a uma casa próxima à mansão, e que foi recebida por algumas pessoas que pareciam funcionários. E que possivelmente da janela do escritório poderiam ver o jardim dos fundos. Imediatamente os dois foram para a varanda e viram a movimentação na casa que esteve à venda até dois meses atrás.
_ Amigo, por que ela fez assim? _Por que não veio até mim, Nedim, o que fiz para ofendê-la tanto?
_Precisam conversar Yamam.
Naquela noite no horário de sempre o telefone tocou, Seher avisou que tinha chegado e quis, pela primeira vez, conversar com Yamam. _Yamam, espero que esteja bem, posso pedir para buscarem Yusuf amanhã, sinto saudades.
_Tudo bem, mas tem uma condição.
_Qual?
_Eu o levarei. Quero conversar com você sobre ele.
_Yamam, por favor.
_Seher, por favor, preciso falar com você.
_Melhor não, outro dia busco Yusuf.
_ Está bem, não vou impor minha presença. Pegue quando quiser. Ele desliga bruscamente e joga o aparelho longe. _Maldição. Como quebrarei esta concha?
Dias se passaram da porta de acesso à varanda ele sempre olhava para a casa no intuito de ver sua amada mas ela nunca surgiu. As árvores também dificultavam um pouco.
Em uma noite ele teve uma ideia e na mesma hora coloca em prática, no porão pega uma marreta e durante a madrugada ele derrubou uma parte do muro que separava as propriedades. Com a ajuda dos homens recolheu o entulho. A cada martelada ele dava um sorriso de vitória. Os homens o olhavam incrédulos.
Era a primeira hora da manhã quando Nedim chegou atendendo ao chamado de Yamam. Da varanda, Os três, Yamam, Nedim e Cenger olhavam o feito do primeiro.
_Seher, providencie a instalação de um portão.
_Yamam, ela pode te processar.
_Se ela tiver coragem de processar o pai das filhas dela eu arco com a s consequências.
_Vocês já a viram? Tem um mês que ela chegou.
_Não, apenas Yusuf que todas as tardes vai para lá com o motorista dela.
_Ele fala das meninas Cenger?
_Não, assim como com o senhor, ele evita falar.
_Maldição. Ela se blindou. Mas vou dar um jeito nisso. Nedim, coloque um homem daqui observando o momento em que uma das meninas vá ao jardim, preciso de amostras para o DNA. Aquela teimosa verá do que sou capaz.
_Cuidado amigo ou vai afastar Seher ainda mais.
Yamam fez as idas à casa de Seher uma rotina, todas as tardes, de trás das árvores ele as observava brincar, às menininhas eram risonhas e travessas, pareciam cópias da mãe, por longo período ele tentava encontrar nelas traços seus. Uma tarde, estava no jardim e entre as árvores os raios de sol criavam uma áurea de encantamento, parecia estar em um mundo mágico. Logo à frente dele um pequeno ser, que parecia uma fadinha corria, às vezes virava para trás e sorri, pequenos olhos verdes brilhavam de alegria, ele olha para o lado e outra fadinha igualzinha corria ao seu encontro, uma usava um vestido rosa e a outra lilás, eram iguais, os olhos eram idênticos aos da mãe, elas agora correm ao seu encontro, se jogam sobre ele que caiu sendo beijado e abraçado pelas lindas fadinhas, os três estavam às gargalhadas quando Yusuf chega e avisa que a mãe delas os esperava, ele não vê o tio, estava distraído com aa travessuras das meninas que se recusaram a atender, os três agora se afastam… ele se sente só… pede que voltem mas ninguém o ouve, não podia gritar ou denunciaria sua presença, voltem, voltem, voltem murmurava… ainda sentado na grama se lembrou do sonho de anos atrás… emocionado volta para casa.
No dia seguinte, depois de entrarem, Yamam percebeu que a babá esqueceu os copos onde as pequenas tomaram água, cuidadosamente ele adentra ao jardim e pega os recipientes tinha em mente o DNA, sente não saberia dizer qual era de Asli ou qual seria de Asye. Mas isso era o que menos importava neste momento.
De posse do tesouro ele volta para casa e entrega a Cenger pedindo que providencie o exame.
_E o sobrenome delas Yamam.
_Não faço ideia, coloque o meu, hoje à noite resolvo isso, apenas adiante o processo.
À noite, depois que tudo se silenciou, o tio de Yusuf se aventurou pelo portão dos fundos. Ele não tinha visto que Seher a tudo acompanhava, visitas que ele acreditava serem secretas, o portão que ele mesmo abriu, as vezes que escondido atrás da cortina ele a tudo acompanhava. Ela tinha plena convicção de que não poderia impor a presença das meninas na vida dele, mas que elas precisavam dele assim como Yusuf. Ela se afasta da varanda do seu quarto e escondida entre as sombras ela o vê entrando na casa, pega sua arma, descarregada e vai ao seu encontro, estava se divertindo com a situação. De trás da pilastra ela, segurando o riso, via ele se esgueirar pela casa. Assim que o vê passando em direção ao escritório ela o segue, calava meias e isso a ajudava na absorção de ruídos. Assim que Yamam coloca a mão na maçaneta sente a pistola em sua cabeça.
_Não se mexa. Abra a porta e entre silenciosamente.
Ele atende, precisava cautela pois se a assustasse, um acidente poderia acontecer. Escondido ela sorria.
_Tenha calma Seher, sou eu, olha, Yamam.
_O que o grande Yamam Kirimli faz em minha casa a esta hora da noite e desta forma, entre as sombras?
_ Abaixe a arma e vamos conversar.
_ Não farei isso, apenas comece a dizer.
_Posso me virar?
_Não. Ela tinha medo de se entregar, a diversão acabaria.
_ Tudo bem, eu estou buscando os documentos das suas filhas.
_ Por que?
_ Acredito que sou o pai, apenas preciso confirmar.
_Já levou os copos hoje, o que mais precisa?
_Como sabe que peguei os copos.
Ela baixa a arma e vai até o computador e mostra as imagens. _ Sei de cada vez que esteve aqui.
_Mas…
_ Eu queria que você se interessasse por elas e não que as recebesse como imposição.
_São minhas? As meninas são minhas?
Ela abre a gaveta e retira de lá dois documentos e os entrega.
_Asli Kirimli e Asye Kirimli, você as registrou em meu nome. Ele sorri. Ele não sabia se chorava ou sorria, olhava para os documentos e para a linda mulher diante dele intercaladamente. _ Por que escondeu-me?
_Já disse, não é obrigação sua reconhecer as meninas.
_Seher, tantas coisas entre nós não foram ditas. Vivo uma saudade infinita desde que fugiu daquela maneira. Sei que agi errado,você era inexperiente e estava fragilizada, mesmo sem más intenções eu te feri. Me perdoe. Te amo e não quero perdê-la, quero cuidar dos nossos três filhos juntos.
_Estava muito confusa, pensei que me afastar me traria respostas. Semanas depois descobri a gravidez que foi difícil, quase morri, mas tudo deu certo, graças a Deus estamos bem.
_Seher deveria ter vindo até mim, te busquei todo este tempo. Nas agências ninguém sabia de você.
_ Grávidas não são aceitas neste mundo de modelagem.
_Me deixe cuidar de vocês, por favor, prometo ser o melhor pai do mundo. Case comigo?
_Pelo meninos?
_Não, por mim, por nós. Você me ama tanto quanto eu a amo?
_Sim, eu o amo, desde a primeira vez em que nos olhamos.
Depois de algum tempo conversando, ela se lembra da arma, e dando risadas confessa que estava descarregada.
_Menina travessa, me assustou. Ele a abraça e faz cócegas que acabam em carícias e como da primeira vez, a entrega acontece nao eram necessarias palavras pois ja haviam sido ditas, apenas o amor revelado em todas as formas importavam...
FIM.
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CONTOS MUSICAIS DE DRUMOND
FanfictionA cada capítulo um conto, inspirados na obra Emanet, cada um deles inspirado em músicas das mais variadas nacionalidades e gêneros. Uma divertida aventura a partir de experiências musicais vividas pela autora. Boa viagem caro leitor...