Parte 1
O casal dançava e cantava uma linda canção, o jardim era perfeito, animais transitam livremente entre eles que entoavam a canção Somewhere In Time de Tracy Huang que dizia:
"Em algum lugar no tempo
Você veio ao meu mundo
O amor estava além do que eu imaginava que o amor seria
Agora apenas um sonho
Eu seguro até o fim dos tempos
Esperando que um dia encontremos o que deixamos para trás
Chegará um dia
Nossos caminhos se encontrarão novamente
Atravessaremos a ponte do tempo e do espaço para um amor que é gratuito
Não mais adeus
Sem espera solitária
Esse será o nosso dia para amar
Para viver todos os nossos sonhos
Se acreditarmos e continuarmos vivos
A esperança de que o amor resista à prova da distância e do tempo
Então vamos encontrar o nosso novo amanhã
Em algum lugar no tempo
Algum dia não haverá tempo entre nós
Só haverá dias sem fim para amarmos e compartilharmos
Vamos subir acima das lágrimas dos nossos anos solitários
Em um mundo além de hoje
Em outro lugar
Se acreditarmos e continuarmos vivos
A esperança de que o amor resista à prova da distância e do tempo
Então vamos encontrar o nosso novo amanhã
Em algum lugar no tempo."
Ao terminarem a canção eles se abraçam, olhos verdes e escuros se encontram, ambos marejados de lágrimas, se despediam mais uma vez… a única certeza que tinham era de que iriam se encontrar novamente em algum lugar no futuro…
Ele atravessa a ponte sobre o lago, e lentamente ela o perde de vista encostada na proteção na ponte, volta a entoar baixinho a canção enquanto permite que as lágrimas rolam por seu rosto...Trinta de Novembro de 1990, numa manhã de inverno, na maternidade em Istambul nasce o terceiro filho da família Kirimli, um lindo menino de cabelos e olhos escuros, os pais felizes olhavam para o recém nascido, os dois irmãos, mais tarde o receberam com alegria na humilde casa dos Kirimli...
14/03/1995
Quatorze de março de 1995, uma jovem de família rica, obrigada pelos pais, entrega sua filha para adoção. Os avós, para manter as aparências junto à sociedade e também para não correrem risco de em um momento de arrependimento da filha buscar a neta, decidem sair de Gaziantep e entregar o bebê em um orfanato em Istambul.Dezessete de Março de 1995, todos dormiam a horas, já estava quase amanhecendo, e a diretora ainda revisava os livros caixa, estava muito preocupada com a situação das finanças, certamente o que tinha seria o suficiente apenas por mais dois dias. Diante da situação somente lhe restava suplicar a Deus que intervisse. Ela então, cobre a cabeça com o véu, em um pequeno tapete se ajoelha e súplica a Deus que conceda a ela condições para cuidar das crianças que lhe foram confiadas. Ao encerrar o ritual, escuta um choro, mas pensou ser coisa da sua imaginação, a campainha toca, ela se levanta, dobra o tapete cuidadosamente, retira o véu e vai atender à porta. Através do olho mágico não vê ninguém, mas volta a escutar o choro de um bebê. Abre a porta e olha o jardim, não vê nada, o choro novamente é ouvido, a mulher então decide ir até o portão e encontra um cesto no último degrau, se abaixa e pega o cesto que continha um recém nascido. Era uma noite de início de primavera mas ainda estava frio. Rapidamente ela entra levando consigo o achado. Em sua sala acalenta no colo a rejeitada que chorava muito. Possivelmente, por se sentir aquecido o bebê para de chorar e acaba adormecendo. Colocando-a em uma poltrona, a bondosa senhora busca no cesto algo que identifique a menina, encontra apenas uma caixa de música, e um envelope, ao abri-lo se depara com uma soma enorme de dinheiro, seria o suficiente para uma pessoa viver por no mínimo vinte anos. Reconheceu ser uma resposta à sua súplica, o sol ilumina a sala no momento ele que ela a pegou novamente no colo, a menininha acorda, abre os olhos, lindos olhos verdes. A senhora Gonul sorri e resolve chamar aquele pequeno ser de Seher ( Amanhecer)...
Março de 1998
Três irmãos são admitidos no orfanato que a senhora Gonul dirigia, eles acabaram de perder o pai, que após ser abandonado pela esposa, deu cabo da própria vida.
Uma semana depois de chegarem, Yamam ouviu um choro baixinho, e seguiu a direção de onde o lamento vinha. Debaixo da escada uma menininha chorava abraçada a uma caixa, ele se aproxima lentamente, não queria assustá-la. Olhos verdes e escuros se encontram… ele sorri, ela retribuiu mas era um sorriso triste.
_ Olá.
_ Olá. Respondeu ela com a voz chorosa.
_ Por que está aqui escondida e chorando?
_ Minha caixinha caiu e a bailarina quebrou.
_ Posso ver?
Ela tristonha entrega a caixinha a Yamam que ao abri-la percebeu que se tratava apenas de um encaixe, recolocando a pequena bailarina em seu lugar, ele gira a manivela dourada e uma linda melodia começa a tocar. A pequenina de olhos verdes abre um lindo sorriso e abraça o menino que se deixa abraçar e sorri… de mãos dadas eles se sentam em um banco no jardim, ouvem a melodia uma, duas, três… seis vezes. No fundo da caixa ele lê, "Somewhere in time", mentalmente grava na mente aquelas palavras, um dia descobriria o nome daquela linda música. Naquela noite, Ziah, Yacin e Yamam, fogem juntos do orfanato…
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CONTOS MUSICAIS DE DRUMOND
FanfictionA cada capítulo um conto, inspirados na obra Emanet, cada um deles inspirado em músicas das mais variadas nacionalidades e gêneros. Uma divertida aventura a partir de experiências musicais vividas pela autora. Boa viagem caro leitor...