CAPÍTULO VIII

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- Finalmente te encontrei! - Aquela voz grave, meio rouca, que transbordava sensualidade, me virei tão rápido que quase derrubei o liquido vinho da minha taça.

Ele estava mascarado, seus cabelos desgrenhados em estilo pós-foda. Deus como ele conseguia ser tão malditamente sexy.

- O que faz aqui?

- Estou aqui... Porque... Quero sentir o gosto da sua boca novamente! - Disse ele me empurrando e me prendendo contra uma parede, sua ereção cutucava minha barriga, droga, eu estava sem salto, isso me deixava muito vulnerável a ele.

-  Eu não o conheço...

- Você me conhece, mas prefere se esquecer e fingir que não se importa, eu não consigo!

- Não devíamos... - Ele me calou com um beijo longo e demorado, sua língua deslizava pela minha boca retirando gemidos, queria poder retirar sua máscara e ver seu rosto mas ele não me deixava.

- Quem é você? - Sussurrava enquanto ele beijava e mordiscava meu pescoço, quando ele desceu para retirar o meu hobbe, meu coração saltou 10.000 metros.

- Seu dominador, seu senhor, seu mestre... E pretendo foder você!

- Oh Deus.... - Sussurrei uma oração silenciosa para que aquilo não fosse mentira.

- Quero ver seu rosto - Tentei tirar sua máscara, mas ele prendeu minhas mãos junto ao seu corpo. Tentei me desvenciliar mais uma vez. - Deixe me ver seu rosto! - Dessa vez eu gritei em desespero. Era como se ele não me ouvisse.

- Eu preciso vê-lo! Por favor! - Eu estava implorando, lágrimas escorriam dos meus olhos, por que ele não me deixava vê-lo?!

- Precisa parar com isso! Eu não posso mostrar quem eu sou, ou você nunca me amará.

Acordei sobressaltada, meu coração estava acelerado, o suor escorria pelo meu rosto em direção aos meus seios. 

Me virei para o despertador.

- O quê? Ah qual é?! Ainda são 4:37!

Tentei dormir, inclusive tomei um banho, mas nada me fazia pregar os olhos.

- O que está acontecendo comigo?!

Me levantei sonolenta e fui me vestir para correr, afinal de contas eu precisava esquecer o homem misterioso que roubara minha mente.

O tempo estava se fechando, então coloquei um moletom com touca da minha antiga universidade, amarrei os cabelos em um rabo de cavalo mas alguns fios teimavam em parar dentro dele, desisti de perder tempo com isso e saí pela avenida movimentada em direção ao parque.

Corri em torno de uns 20 minutos, a chuva começava a ficar mais forte e com certeza eu chegaria em casa igual a um cachorro molhado. Eu não conseguia fôlego para correr, mais alguns quilômetros e me deparei com uma banca de jornal, aquela sim, serviria, eu já estava enxarcada.

- Bom dia. - Disse para o senhor dono da banca que estava compenetrado em seu jornal. Ele me respondeu com um largo sorriso.

Achei que seria muito ruim ficar ali e não comprar nada, então peguei uma revista qualquer e lhe dei o dinheiro.

A chuva lutava para cair enquanto o sol lutava para aparecer, olhei no meu relógio ansiosa, ele marcava 6:48, droga Alícia já deve ter ido, eu esqueci completamente de avisá-la.

- Droga! - Disse apertando meus passos para fora da banca em direção ao condomínio. Mas ainda faltava umas 4 qudras. Que ideia de gírico a minha correr uma hora dessas. Eu tive que amaldiçoar mais uma vez quando tive uma crise de espirros repentinos, nariz congestionado não. Eu preciso respirar!

Um Aston Martin em um tom prata, "belo carro" pensei comigo, estava me aproximando do carro quando sua porta se abriu, olhei para todos os lados mas a rua estava vazia, claro só uma idiota sairia em um tempo tão ruim assim.

Caminhei a passos lentos até chegar ao lado do carro.

- Entre. Eu te levo! - Disse ele sem ao menos tirar os olhos do celular.

Aquela voz, fez com que tudo o que eu havia esquecido voltasse como uma bomba, era ele, usava um Ray ban escuro, um terno que imaginei ser caríssimo, e seus cabelos estavam penteados de forma elegante. Sorri por dentro, droga isso era mesmo muito embaraçoso, aquele carro era caríssimo eu não podia simplesmente entrar toda molhada.

- Não acho uma boa ideia... Olha o meu estado, vou destruir seu carro. - Ele ainda encarava o celular, então ele colocou o celular no bolso, retirou os óculos e me fuzilou com aquele olhar mais sexy do mundo.

- Entre! - Explodiu como uma ordem, e automaticamente meu cerebro me empurrou para dentro daquele carro com aquele homem.

A revista ainda estava no saquinho, acomedei em meu colo e fiquei olhando a vista, em segundos chegaríamos em casa. E pensar que eu vinha sonhado com esse homem há dias.

Uma crise de tosse me atingiu e percebi que estava ficando rouca quando foi tentar pedir desculpas. Agora o carro dele também estaria infectado. Minha consciência ria de mim.

- Você está ficando doente, precisa tomar um banho quente. - Disse sem tirar os olhos da rua.

- Eu acho que já estou. - Disse, ele parou em frente ao condomínio, mas a porta continuou travada.

- Como sabe onde moro? - Ele ignorou a minha pergunta e quando imaginei que ele fosse dizer alguma coisa a porta foi destravada.

- Obrigada!

Eu desci rapidamente e entrei no condomínio.

O elevador demorou alguns segundos, e assim que as portas se abriram eu fui jogada para dentro por braços fortes. Olhei assustada.

- O que você está fazendo? - Ele me jogou contra a parede, apertou o botão do meu andar, "Ele sabe em que andar moro?" E me beijou, de forma necessitada, quente, o tremor que eu sentia do frio passou depois daquele beijo.

O elevador parou e nós descemos, entrei rapidamente no meu apartamento sendo seguida por ele.

De fato Alícia já não estava mais lá. Olhei no relógio, 6:58. 

- Preciso me arrumar. Eu tenho que ir trabalhar! - Disse entrando no quarto e retirando a roupa molhada e me preparando para um banho quente.

Em nenhum momento pedi que ele me esperasse, muito pelo contrário, eu mandei ele ir embora, mas lá estava ele, quando sai vestida em meias de seda, tubinho preto e saltos Laboutin, meus cabelos estavam soltos e caiam em cascata de encontro a minha bunda. Isso me lembrava de ir a um cabelereiro urgente, mesmo Alícia me matando depois.

- Eu disse que não precisava...

- Não vou deixar você sair nessa chuva.

- Eu poderia ter chamado um táxi, não estaria saindo na chuva. - Eu estava sendo teimosa, eu estava sendo muito irritante, porque sinceramente, a última coisa que eu queria era esse homem sendo cortez e me fazendo desejá-lo ainda mais.

- Poderia, mas eu estou aqui, então vou levá-la.

- Eu ao menos sei seu nome! - Disse jogando os braços no ar.

- Você nunca pesquisou a empresa onde trabalha, não é?! - Bom eu sabia que era uma das maiores do país, mas apenas isso, porque todo mundo resolveu me perguntar isso?!

- O que isso tem haver?

- Sean Stonkovick, Eve. - Franzi o cenho, bom minha chefe era Stonkovick, eles era irmãos provavelmente. Eu deveria pergunta sobre isso?!

- Então Milla é sua irmã. - Ele riu, ele riu de algo como se fosse muito engraçado.

- O quê? - Perguntei de forma fria.

- Algo do tipo. - Disse simplesmente, passando por mim e depositando um beijo demorado em minha têmpora.

InsaciávelOnde histórias criam vida. Descubra agora