Capítulo XI

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Havia se passado duas semanas desde a descoberta da gravidez de Alícia, ela já havia aceitado o fato de que seria mãe, como uma brincadeira de uma noite causou tanta bagunça, ela se sentia sozinha e eu conseguia imaginar o por que, Alícia não conseguiria fazer com que ele a assumisse afinal de contas o mundo em que ele vive é completamente diferente do dela, tentei fazê-la ligar para os pais, mas ela se recusou, não entendia o motivo, mas imaginei qual seria sua resposta, afinal de contas ela raramente fala sobre os pais e quando o assunto surge ela sempre consegue escapar.

Assim que entrei na cozinha avistei Alícia no celular.

- Tudo bem? - Pergunto me servindo com um pouco de suco de laranja, após sua gravidez Alícia iniciou uma dieta rigorosa, apenas coisas naturais e proteínas, tudo para manter seu corpo esbelto.

- Sim. Estava apenas confirmando uma consulta de rotina. - Mas algo me dizia que não era isso que fazia. Alícia estava estranha, bem mais que o normal, mas preferi acreditar que a gravidez a estava mudando.

- Você sabe o que eu acho! - Eu estava a há dias tentando convence-la de ligar para Ryan, afinal de contas ele era o pai do bebê, mas ela sempre se irritava quando eu tocava no assunto.

- O que foi? Não comece! Ele nunca vai saber dessa criança! - Diz irritada deixando a cozinha.

Balanço a cabeça indignada com a rispidez de Alícia, algo a mudou completamente, meu celular toca me fazendo pular de susto.

- Alô!

- Eve. - Conheço essa voz.

- Sim! Quem fala?

- É o Ryan. - Eu praticamente engasguei com o suco.

- Ryan? Ah só um segundo. - Digo e corro para fora do apartamento tomando cuidado para que Alícia não desconfie. - Pode falar.

- Peguei seu número com o sean, espero que não se importe. - Diz de forma tranquila.

- Claro que não, aconteceu alguma coisa?

- Na verdade queria a sua ajuda para me encontrar com a Alícia, bom, já tentei fazê-la uma visita mas o porteiro não me deixa subir.

- Olha Ryan, eu não estou querendo ferrar para o lado da minha amiga, mas ela está passando por uma situação muito delicada e lhe diz respeito. - Eu sei que não devo falar algo tão pessoal ainda mais por telefone, mas sinceramente essa ideia louca de Alícia de esconder essa gravidez, é algo que ela vai se arrepender muito.

- O que? Do que está falando?

- Será que podemos nos encontrar em uma hora? - Digo de uma vez, e após longos segundos em silêncio ele responde.

- Claro! Onde?

- Eve! Eve... - Ouço Alícia me chamar.

- Vou mandar o endereço por mensagem. - Digo rápido para que Alícia não me ouça.

Desligo o celular e sigo para o quarto.

- Me chamou? - Paro no batente da porta, Alícia está em pé de costas para mim, me aproximo assim que a ouço choramingar. - Allie? Está tudo bem? - Pergunto.

Ela se vira calmamente, está tremendo e apertando a barriga.

- Estou sangrando... Por que estou sangrando, Eve?

- Precisamos ir para o hospital, agora! - Digo correndo pelo quarto e pegando sua bolsa.

Assim que chegamos ao hospital uma enfermeira providencia uma cadeira de rodas para Alícia e a leva direto para um quarto, por conta do meu atraso Ryan me ligou e perguntou o que tinha acontecido e a partir desse momento eu estava sentindo a minha cabeça rolar, por que Ryan chegaria a qualquer momento no hospital.

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