Capítulo VI

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Eu estava suada, meus cabelos grudavam em meu rosto, e isso não era nada atraente, eu me sentia sozinha porque a minha melhor amiga estava se enroscando com um cara no sofá, minha cabeça girou e eu percebi que eu estava chegando ao meu limite, eu poderia beber um pouco de água e continuar depois, afinal de contas a noite é uma verdadeira criança teimosa.  

Me virei para a pista, e por um reflexo eu o vi, o homem do elevador, o provável senhor mascarado, parado, me observando, sua mão descansando elegantemente dentro do bolso da calça enquanto a outra segurava um copo o que imaginei ser Whisky, minha garganta secou e eu tive vontade de gritar, correr dali, me virei rapidamente para o balcão e pedi mais uma rodada de tequila. Eu não me deixaria levar por ele, por mais intenso que seu olhar poderia ser.  

Andei a passos calmos até Alícia, tentando ao máximo ignorá-lo. Ela estava sentada no colo do homem enquanto ele acariciava suas costas e suas coxas e a beijava ardentemente.  

- Alícia! Será que eu posso falar com você um minuto? - Perguntei puxando-a pelo braço.  

- O quê? O que foi?  

- Ele está aqui!  

- Ele quem?  

- O cara do elevador! E ele trouxe aquele pacote maldito de sensualidade e intensidade, eu não posso acreditar, isso parece perseguição, eu juro que não quero pensar nele, mas a verdade é que ele não sai da minha cabeça!  

- Ok! Primeiro! Você precisa relaxar, porque você está ficando muito vermelha! Segundo! Precisa agir naturalmente, ele não pode ver o quanto afeta você! E terceiro, vai rebolar essa bunda magra na pista de dança! Mostra o quão gostosa e irresistível você pode ser! - Alícia estava totalmente certa, eu não podia ser como as outras garotas, que provavelmente eram muitas, eu precisava ser diferente, precisava encarar meus pânicos, precisava me soltar e ser eu mesma, aproveitar a minha noite sem pensar no amanhã. Alícia se virou e foi até o homem forte que a esperava voltando a sua posição anterior.  

Cheguei a pista de dança e estava começando Scream do Usher, e foi então que eu perdi o controle do meu corpo, a bebida havia me deixado alta, aqueles olhos azuis me deixado excitada, eu só precisava de um momento para me libertar, e o fiz, era apenas eu, e a voz de Usher, "If you wanna scream, yeah, Let me know and I'll take you there...Get you going like ah-ooh, baby baby, ooh, baby baby, Ah-ooh, baby baby, ooh, baby, if you wanna done right..." Minhas mãos passeavam pelo meu corpo enquanto meus quadris se moviam no ritmo da música, girei jogando o cabelo, que provavelmente deve ter acertado muita gente, então senti uma leve pressão contra a minha bunda, mãos apertaram meu quadril me forçando a rebolar ainda mais, ergui meus braços tocando a nuca do meu novo parceiro de dança, me encostei ainda mais, fechei meus olhos, deixando a música me levar, meus cabelos formaram um emaranhado em meus braços e rosto, ele deslizou sua mão pela minha barriga me apertando contra ele, eu podia sentir sua excitação, e eu estava gostando disso, eu estava excitada também, então nossos movimentos se tornaram mais intensos, ele segurou meus braços, entrelaçou nossas mãos me prendendo a ele, então seus lábios tocaram meu pescoço, joguei minha cabeça para trás sentindo sua respiração quente e acelerada, ele seguia meus movimentos, senti sua língua roçar o lóbulo da minha orelha e então uma leve mordida me fez engolir seco, ele estava entrando em um caminho perigoso, assim como eu, respirei fundo, deus, eu estava tão excitada.  

- If you wanna scream, yeah, Let me know and I'll take you there.. - Ele cantou para mim com uma voz sensual. - Garota, esta noite você é a presa e eu sou o caçador! Quero Tirar toda a sua roupa e colocar algo em você! - Ele repetiu as palavras de Usher e com um estalo eu abri meus olhos, me virei o mais rápido que pude saindo do meu transe provocado por seu toque ao som de Usher.  

Ele estava ali, parado me olhava com desejo, e eu não consegui esconder o meu, aquele homem era a reencarnação da própria serpente, levou Eva a perdição e irá me levar também, ele era o que toda mulher desejava, seguro de si, bonito, sensual, e rico, e de acordo com Alícia, um sexo dos deuses. Olhei para sua boca, e parecia muito beijável, então a voz de Alícia clareou a minha mente "Mostre o quão gostosa e irresistível você pode ser" e foi o que eu fiz, deslizei minhas mãos pelos seus braços sem desviar o olhar dos seus, eu estava muito bêbada, e por deus, eu não lembraria de nada na manhã seguinte. Colei meu corpo no dele, ele deslizou sua mão pelo meu quadril fazendo eu me mover, meu rosto estava tão próximo de seu pescoço aquele perfume me entorpeceu completamente, era como uma droga para um viciado, talvez era isso que eu precisava. Eu estava dançando de uma forma tão íntima com um cara que eu tinha visto duas vezes, e trocado apenas algumas palavras, eu ao menos sabia seu nome, provavelmente amanhã eu estaria me punindo, me lamentando por ser tão burra, mas por hora, meu corpo não me obedecia, eu estava totalmente entregue.  

Ele apertou sua mão em minha nuca, deslizando os dedos entre meus cabelos e puxando para me fazer encará-lo, aquela atitude me deixou ainda mais quente, o que esse cara tinha? Seus olhos queimavam nos meus, sua boca entre aberta parecia estar ávida pela minha, ele se aproximou, seus lábios tocaram os meus, mas não era um beijo, ele desviou e foi direto para o meu pescoço, minha cabeça caiu para o lado dando-lhe passagem agora eu podia sentir sua ereção contra o meu abdome. Rihanna começou a preencher o ambiente com Rehab.  

O que eu estava fazendo, tentando seduzi-lo por qual motivo? Eu não iria até o fim de qualquer forma, eu iria lutar contra isso porque eu sabia o quanto era errado. Abri meus olhos, e o mundo parou, seus lábios tocaram os meus tão lentamente, ele estava sendo cauteloso, suas mãos percorrendo meu corpo me causando arrepios diversos, sua língua estava ciente do caminho que percorria, ele beijava maravilhosamente bem. Ficamos nessa dança por mais alguns minutos, sem dizer uma só palavra, eu não o conhecia e ele não me conhecia, e assim deveria ser. Principalmente se ele trabalha-se na Stonkovick, seria meu fim. De repente tudo clareou, eu precisava fugir dali. Me contorci para sair de seu aperto e ele mesmo um pouco relutante me liberou.  

- Desculpe. - Foi o que eu disse antes de virar em direção onde Alícia estava, agora sozinha. Eu estava transpirando, minha pele queimava eu podia sentir minhas bochechas fervendo, meus olhos se encontraram com os dela e ela percebeu meu desespero.  

- Eve, o que foi? Está tudo bem? - Perguntou ela se levantando e cambaleando até mim, sua voz embargada pelo álcool, como a minha.  

- Nós dançamos, e... Ele me beijou! - Disse como se fosse a coisa mais absurda do mundo, o que para mim estava beirando a loucura já que, ele era um possível dominador, e poderia trabalhar no mesma empresa que eu sem contar que eu não o conhecia e se quer sabia seu nome. Tentei respirar fundo impedindo uma explosão.  

- Ele, beijou você? Então por que está tão nervosa? - Ela estava boquiaberta  

- Não sei... Eu pirei e deixei ele lá, sozinho, apenas, vamos embora daqui!  

- Claro, vou pegar minha bolsa!

InsaciávelOnde histórias criam vida. Descubra agora