Capítulo 2

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Um novo mundo

Caio! O que será que houve? Meu irmão, meu amigo, sempre esteve do meu lado, sempre, e quando ele precisava de mim, não pude ajudar, não quis ajudar. Esses meses de estágio para trabalho foi muito puxado, estava de férias mas estava em transição de estágio para trabalho, tudo bem que era de jovem aprendiz, porém se eu não conseguisse um trabalho iria perder dois anos de estágio, e com isso não tinha tempo para ninguém. Eu já sei o que eu quero ser, bem, quero acabar minha faculdade de administração e ir para editoria, minha meta. Porém com isso deixo muita parte de minha vida para trás, como o Caio.

_ Caio? O que houve com ele? Aonde ele esta? Como...

_ Calma Adam, não foi nada de tão ruim assim. - disse seu Antonio com o rosto pálido - ele saiu ontem sem dizer para onde iria, e só tive notícias dele quando ele acabara de chegar ao hospital, ele tinha sofrido uma convulsão e havia sido assaltado logo após.

_ Que merda, esses filhos da puta, não tem o que fazer e ele também vai sair enchendo a cara por aí. - fiz uma breve pausa e continuei. - Posso vê-lo?

_ Claro, deve, ele tem que conversar com alguém, e como ele não quer falar com ninguém, o melhor amigo dele pode ajudar.

_ Vou dar o meu melhor para isso!
Disse ao ir em direção da porta, eu já era de casa por isso não precisava fazer muita cerimônia para entrar. Ao subir as escadas, lembrei de sua mãe, uma verdadeira heroína, sempre levava-nos para sair quando crianças, ele deve estar realmente muito abalado. Fiquei de pé de frente para porta, não sabia o que falar afinal já fazia umas três semanas que não nos falamos pessoalmente, desde que sua mãe morreu. Levei o pensamento para longe e bati na porta: "toc, toc, toc..." e nada, passou alguns segundos e bati de novo "..." e nada, então eu abri a porta lentamente e entrei, ele esta lá, estava na sua cama olhando para cima.

_ E ae cara? Tudo bem?

Ele não responde.

_ Tô sabendo de uma coisas, está tudo bem com você?

_ Por quê?

_ Por quê, o quê?

_ Por que você se importa agora? - disse ele sem nenhuma expressão, só olhando para o teto. Nunca vi ele assim antes, ele era muito brincalhão - Pessoas como você não se importam com pessoas como eu.

_ Mas a questão é... pessoas como eu amam seus amigos aqui.

_ Que seja, agora eu quero dormir, vá embora.

_ Sério mesmo? - disse sem saber o que falar, e em uma tentativa frustrada de fazê-lo dizer alguma coisa - Está bem então, até!

Sai de lá não tão bolado como pensei que iria ficar, pois sabia o que ele passava, eu tinha uma mãe, porém não falava muito com ela, só quando ela precisava de dinheiro, mas sei que ele deve estar muito ruim.

Cheguei na facul meio tarde, pois tinha passado em uma lanchonete para comer um salgado. Ao passar pelo portão vi Cris, pensei em passar direto, porém ela me chamou.

_ São que horas?

_ São quatro e meia.

_ Porra, sabia que estava tarde!

_ É.

E fomos para a sala, chegando percebemos que não podia mais entrar na sala, a não ser no segundo tempo e então sentamos no corredor, Cris percebeu que eu estava meio bolado, e perguntou:

_ O que houve?

_ Que?

_ Cê está boladão! - disse ela, sorrindo mostrando os dentes. - Eu sei que você ta bolado cara, ADMITA!!

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