Capítulo 15

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- Meia noite, Alfonso... meia noite.

    Any diz deitada na cama enquanto seu esposo entrava no quarto evitando fazer barulho.

- Pensei que estava dormindo. —Ele fechou a porta e aproximou da cama.

- Por favor, toma logo seu banho e vá dormir em outro quarto.

- Amor? Mas...

- Por favor. —Diz fechando os olhos.

- O que foi? Por que está fazendo isso?

- Por favor. —Repetiu mais uma vez.

      Ele beijou o topo da cabeça da mulher.

- Tudo bem. —Diz se afastando.

    Alfonso pegou uma roupa confortável e saiu do quarto em seguida. Ele pensou em ir dar o beijo de boa noite em sua pequena garotinha mas não queria correr o risco de acorda-la.

              Seis e meia. Alfonso se arrumava para poder começar um novo dia. Ele se pegava olhando a esposa deitada na cama, ele sabia que ela estava fingindo que dormia mas não quis a perturbar. Poderia ter algum motivo para o comportamento dela, mas fazer aquela mulher dizer algo não era uma missão fácil.

    Todo arrumado ele aproximou da cama e beijou a bochecha dela.

- Te amo, minha bela que está fingindo que estar dormindo.

Ele mordeu a bochecha dela e a mesma resmungou.

- Vai, fala comigo. Quer me xingar, certo? Fique a vontade. Sabe que eu deixo.

- Você tão idiota! —Ela finalmente abre os olhos. — Eu te esperei o dia inteiro. —O encarou. — Não podia me telefonar? Nem isso?

- Ontem foi uma correria, amor. Me desculpa.

- Sequer uma mensagem? Sério isso?

- Eu errei, já sei. Mas não podia parar meu trabalho para conversar com você, bebê.

- Ah vá...—Ela respirou fundo e se sentou na cama. — Quem é a outra, em? Me diga.

- O que? Você só pode estar me zoando, Anahí!

- Chegar meia noite, Alfonso? Você só pode estar me zoando.

- Eu trabalho, ok!? Não queria deixar várias coisas acumuladas para hoje, só isso. Sabe por quê? Porquê eu iria sair mais cedo hoje só para passar o resto da tarde com minha esposa. Mas já que ela desconfia de mim, ok. Que ela fique pensando isso então.

Ele disse sério e se retirou do quarto. Anahí bateu em sua testa.

- Sou uma burra! —Ela saiu da cama e em seguida do quarto.

Ela olhou a porta do quarto da filha aberta e aproximou. Any ficou parada na entrada observando Alfonso com a garotinha no colo. Eles estavam abraçados.

- Papai, eu senti falta do seu beijinho de boa noite. —Seus olhinhos estavam fechados. — Então fingi pra mamãe que eu tinha dormido só pra ela ir descansar. —Bocejou. — Mas eu tentei ficar te esperando, papai.

- Me desculpa, anjinho. Vou fazer o possível para isso não se repetir.

- A mamãe explicou que você estava trabalhando, papai.

- Isso, bebê.

Ele se sentou na cama. Seu olhar parou em Anahí que observava a cena.

- Filha...—Poncho olha a menina e a faz abrir os olhos. — Te amo. —Ele beija a testa dela e sorri. — Mas agora você tem que se arrumar, não é mesmo?

- Sim! —Ela sorriu.

- Então vai lá com a mamãe. E o papai vai ir preparar seu café da manhã.

- Ebaaa! Eu amo quando você prepara.

       Ele sorriu e encheu o rostinho dela de beijinhos. Alfonso logo entregou a filha para a esposa e saiu do quarto sem dizer nada.

       Choro, riso e barulhos faziam parte da manhã de Christopher e Angelique. As crianças tinham acordados cheio de energia.

- Ei, bumbum sujo. —Ucker riu pegando a caçula e a levantando pra dentro do chuveiro novamente. — Seu irmão que te ensinou a fugir do banho?

- Irmão. —Dulce deu risadinha fazendo seu choro encerrar. — Bumbum sujo, papai. —Ela sorriu sapeca.

      Christopher deu risada. Essa pequenininha também já estava se tornando ainda mais agitada. Enquanto isso os gêmeos tomavam o delicioso café da manhã.

- Já chega! —Angelique diz. — Para de brigar, filhos.

- Ah, mãe. A Malú que é chata.

- Nunca fui chata. —Ela deu língua. — Só não quero entregar a cartinha para a Agatha.

- Quem é Agatha?

- Malú! —Ben fecha a cara. — Não deveria ter falado.

- Ops, foi mal. —Sorriu sem graça.

- Estou esperando vocês me contarem.

- Tia, não é ninguém não. —Malú tenta consertar a situação.

- Não é ninguém? É sim. —Ben para de comer. — É a melhor professora que existe.

- Professora?

- Ó seu bobão! Eu estava te livrando do problema.

- Ah, eu não tinha percebido. —Riu envergonhado.

- Filho?! Me diga a verdade.

- Ah, mamãe. Eu escrevi uma carta para a professora dizendo que eu a admiro porquê ela é legal e a melhor professora que conheço, mas não consigo entregar para ela.

- E está me usando para fazer isso, só que não quer me dar nada em troca.

- Filha! Que feio pedindo coisa em troca para seu irmão.

- Não me chame de filha. —Ela diz baixo sem olhar Angelique.

- Filha, olha aqui a mamãe. —Pediu carinhosamente. — Por que não faz esse favor por seu irmão?

- Eu...eu vou fazer, tia Angel.

     Diz desanimada. Não por causa do favor do irmão, mas sim por Angelique continuar insistindo em algo que María Luiza pedia tanto para parar.

       07:31 Any estacionou o carro em frente a escola infantil. Ela saiu do carro e ajudou a filha fazer o mesmo.

- Viu, só um minuto atrasada. —Any a ajuda colocar a mochila nas costas.

- Foi rápido, mamãe. Atrasar vai parte do processo. —Ela riu deixando Any confusa.

- Vai lá, doidinha.

      Lana acena e sai correndo em direção a entrada. Mas logo ela parou e sorriu para outra direção. Era ele, seu amigo observava ela. A mesma sorriu novamente ao vê-lo mandar beijo no ar para ela e então finalmente entrou na escolinha.

O Recomeço - 2° temporada/ConcluídaOnde histórias criam vida. Descubra agora