01: A dor da verdade

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Escrito por: scarisvancci

Notas do autor:  Oi, yoonminers! Como estão? 

Essa história tem um significado especial para mim, não só é minha primeira fantasia, como também a primeira vez que eu saí da minha bolha e escrevi Yoonmin, então estou ansioso para ver como ela vai ser recebida. 

Sem mais delongas, aproveitem a leitura!


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1:A dor da verdade

— Estende a mão, por favor — pediu o senhor em sua frente. Ele murmurou encantamentos e um corte cresceu nas costas de sua mão, mas ele mal reagiu à dor física, mantendo seu olhar apático.

Um encantamento de sangue, o bruxo que o quebra ou recusa-se a responder, sofre tortuosas dores em todo seu corpo, como se fosse eletrocutado de dentro para fora.

— Repete. Eu, Park Jimin...

O garoto respirou fundo, sua mão estava presa com força à do homem diante de si e suas veias saltadas por seu braço, deixando óbvio o choque do encantamento.

— Eu, Park Jimin — mesmo com a dor latente sua voz soou distante, vazia, dolorida e baixa. — Juro ao meu sangue, enquanto ele correr por minha mão, dizer a verdade. — Ele engoliu em seco por um momento, sentindo a dor de dentro para fora e o encantamento forçando suas lembranças de mais cedo. Seus olhos lacrimejaram e sua voz saiu rasgada. — Sem jamais distorcer um fato, ou alterar a realidade dos acontecimentos.

O homem lhe indicou uma cadeira dentro da sala de interrogatório e sentou-se em sua frente, com apenas uma mesa de ferro os afastando.

— Suponho que apresentações sejam desnecessárias, mas vamos manter a cordialidade, podes chamar-me de senhor Hwang, investigador do conselho. — O garoto assentiu em silêncio. Seus olhos, inundados e vazios, encararam sem objetivo a superfície da mesa, pouco lhe importava todas as bruxas e bruxos que o julgavam naquela sala. — Senhor Park, o que fazias quando tudo aconteceu?

As lembranças atingiram-lhe num baque, assim como os gritos e depois o silêncio.

— Dormia.

— Não foi deste modo que te encontramos — contestou.

— Eu... — soava tão distante, que sua única prova de realmente estar ali e não em um pesadelo era o corte em sua mão, queimando sua pele. — Ouvi gritos... Então, saí do quarto e desci as escadas.

O senhor Hwang encarou sua mão ansiosamente, mas ele não reagiu a dor alguma, o que significava que falava a verdade.

— Tu foste até a sala? Até eles?

— Não.

— E por quê?

— Porque ela me pediu para não ir.

Ouvia vividamente os gritos perturbados de sua mãe dentro de sua cabeça, suplicando-lhe para que permanecesse escondido, para que não tentasse ajudar e ele sempre a obedecia, por mais que tivesse desejado mais que tudo desobedecer.

Sentia-se culpado, poderia tê-los salvado.

— Então te escondeste enquanto tudo acontecia? — Assentiu. — E tu viste quando aconteceu? — Concordou outra vez. — Por favor, descreve o suspeito.

— Não há suspeito — disse, deixando a todos confusos. — Não havia outro bruxo naquela sala além dos meus pais.

— Não consigo entender-te, senhor Park, esperas que acreditemos que o vento os matou?

Penumbra | YoonminOnde histórias criam vida. Descubra agora