02: A lembrança deixada

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Escrito por: scarisvancci

Notas Iniciais:  Alô, yoonminers, sai do forno mais um capítulo, aproveitem a leitura! 

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2: A lembrança deixada


Esqueça sobre o gatinho e a velhinha; quando Jimin chegou ao refeitório e não encontrou Jeongguk lá, sentiu-se como se tivesse chutado um gato velhinho. Ele não teria deixado de ir por sua causa, teria?

Já que já estava lá, não teve outra escolha senão pegar uma bandeja e ir para a fila. A comida naquele dia era macarrão com molho de tomate e almôndegas, e como tudo naquele mundo: o sabor era mágico.

Como Jeongguk lhe disse, realmente teve que sentar sozinho em uma mesa afastada e apesar de ter de fato desejado estar só, não negaria que gostaria de ter a companhia do garoto, fazendo comentários dos mais bobos aos mais interessantes sobre absolutamente qualquer coisa. A culpa estava lhe consumindo. E claro, não era nada confortável comer rodeado por bruxos que lhe encaravam sem disfarçar.

Não era pretensioso, no começo achou que era normal por ser novo ali, mas logo percebeu, estavam mesmo o encarando por um tempo maior do que o julgável socialmente aceito, ou minimamente educado. Um olhar pesava sobre si em especial e, ao levantar o rosto, seus olhos foram diretamente ao encontro dos do garoto — aquele que tentou lhe atacar —, agora o encarava como se tentasse decifrar seu código genético.

Jimin sustentou o olhar, como quem perguntava "o que está olhando, idiota?", mas o bruxo apenas riu e desviou os olhos de volta para a própria comida. Jimin bem que gostaria de fazer o mesmo, mas ficou difícil quando os burburinhos começaram.

Bruxos, além de preguiçosos, são também fofoqueiros.

"É a verumcruentus mesmo? Como será que ele a conseguiu?"; "Oras, como você acha?!"; "Ouvi dizer que ele é órfão, será que ele..?"; "Ótimo! Mais um órfão esquisito para a nossa escola!"; "O que será que leva um bruxo a tirar a vida dos próprios pa-".

Jimin levantou depressa, sentindo a raiva o consumir, fazendo o barulho da cadeira arrastando no chão calar todo o refeitório. Sentiu vontade de jogar sua bandeja longe, mas ao invés disso a pegou e saiu às pressas de onde estava, deixando o refeitório, decidido a ir comer em outro lugar, um lugar onde não teria que lidar com ninguém lhe encarando, e o banheiro pareceu ser o único local possível.

Entrou lá resmungando, reclamando de todos aqueles alunos inconvenientes e da estúpida marca em sua mão.

— Investigador, idiota! — reclamou observando o espaço.

Somente uma única cabine estava fechada, então decidiu entrar em uma depois dessa e sentar no chão, parabenizando mais do que nunca os encantamentos de limpeza, já que o local estava impecavelmente limpo.

O silêncio foi reconfortante, nem mesmo ouviu barulhos vindo da outra cabine ocupada — o que foi estranho —, enfim, estava em paz para almoçar.

Após terminar a refeição, apenas tocou a maçaneta para abrir a cabine e ouviu passos pesados ecoarem e risadas exageradas invadirem sua paz. Não teve uma boa impressão sobre isso e hesitou em sair.

— Você viu como aquele palerma veio hoje para a escola? Parecendo uma criancinha! — desdenhou uma das risadas bizarras, Jimin não entendeu como o clima de repente ficou tão pesado, mas sentiu uma dor angustiante no peito, como se tivesse sido atingido ali por uma tristeza profunda e se sentiu ansioso. Foi como se a aura dos bruxos que estavam ali fosse tão pesada que ele pudesse sentir e ser afetado por suas palavras, mesmo que tenha rapidamente deduzido não serem direcionadas a ele próprio.

Penumbra | YoonminOnde histórias criam vida. Descubra agora