5. this is not a "yes" yet

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Eu estava beijando Kim Taehyung e tinha plena consciência disso. Sentia seus lábios nos meus e suas mãos apertando meu corpo contra si com completa ciência de que aquilo não era um engano como da primeira vez. Todas as sensações realistas percorreram minha pele, minhas veias e alcançaram minha mente com um grito que dizia alto e claro que aquilo era muito bom.

Ele me beijava com um carinho que eu não conhecia muito bem, sem pressa, lentamente e no ritmo da música. Mas ao mesmo tempo em que aquela dança era lenta e paciente, era intensa. Ele era muito intenso, de alguma forma isso ficava claro em seu beijo. Taehyung deixou um sorriso escapar no meio do beijo quando fui me ajeitando ao seu lado, me permitindo chegar mais perto, mesmo que nosso espaço fosse um pouco limitado ali.

A porta continuava aberta, sendo uma passagem para qualquer um que quisesse entrar e eu não estava acostumado com isso. Sempre me escondendo em cantos remotos da faculdade, sempre temendo ser pego e sentindo o perigo daquela adrenalina, mas não naquela hora. Era leve, fácil e muito bom.

Sua destra viajou até minha nuca, acariciando minha pele enquanto deixava diversos selinhos em meus lábios, todos retribuídos por mim, que estava completamente imerso naquela loucura. Eu realmente estava o beijando, realmente estava esquecendo de tudo o que aconteceu, do que Taeyong disse sobre ele, do que eu tinha com o seu irmão e daquele sentimento estúpido de que seria uma "traição". Não era, porque eu finalmente estava percebendo que eu nunca tive nada sério, era livre. E claro, estava aproveitando daquela liberdade agora, me deixando fazer aquilo, beijar o gêmeo malvado que não parecia ser tão malvado assim.

— O que achou? — ele sussurrou partindo o último selinho enquanto eu abria meus olhos gradativamente, sentindo sua respiração ricocheteando em meu rosto.

Comprimi um sorriso, naquele ponto eu não precisava ficar bancando o difícil, já tinha beijado mesmo.

— Hm... eu posso dizer que gostei. Na verdade, eu gostei muito — respondi no mesmo tom e vi seu sorriso se abrir. — Ainda não sei se você tá só querendo me usar pra me dar um pé na bunda depois ou me iludir, mas eu posso dizer que as armas você tem. E usa muito bem, inclusive.

Ele riu baixinho e balançou a cabeça achando graça. Céus, ele era realmente bonito.

— Você tem motivos pra achar isso, eu acho. Fazer raiva no meu irmão? Bom, seria muito bom. Mas não é por isso que eu tô aqui. Você me deixou interessado, Seokjin, me deixou curioso e beija bem até demais.

Ele parecia estar sendo sincero, o que já era mais pontos a seu favor. Há muito tempo que isso não acontecia, de alguém se interessar em mim ao ponto de tentar me conquistar desse jeito, de conversar levemente, flertar. Há um ano a minha vida amorosa se resumia naquilo que eu vinha alimentando falsamente e que com a sua chegada, começou a clarear.

— Bom, mas isso não quer dizer que eu tô abrindo as portas pra você ainda. Quero garantir que eu não vou ser usado e depois jogado fora.

— Então eu vou me comportar direitinho e te mostrar que essa não é a minha intenção.

Ele sorriu e então se aproximou de mim de novo, selando nossos lábios em mais uma rodada de beijos lentos. Meu coração estava tão acelerado naquele momento que eu quase era capaz de ouvi-lo batendo no meu peito, eu sentia calor e uma dormência boa na minha pele, principalmente por onde suas mãos macias tocavam. Era tão diferente... ele era diferente de Taeyong. Um diferente bom, atraente e que estava me deixando ligeiramente feliz.

Senti sua mão indo até meu rosto e seu polegar acariciando minha bochecha enquanto ele partia o beijo. Um carinho singelo, mas que me fez sorrir pequeno. Eu gostava de carinho, mas não recebia tanto.

Double Trouble  | TAEJINOnde histórias criam vida. Descubra agora