6. people change

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Não há nada mais injusto nesse mundo do que excitar um ser humano e logo em seguida deixar ele passando vontade. Talvez isso esteja escrito em negrito e em letras garrafais no livro de "Coisas que não se deve fazer nem com seu pior inimigo". Pois bem, Taehyung fez e eu fui dormir chupando o dedo depois que ele se despediu e foi embora para o seu quarto.

Nem aquele lanche completo e gostoso evitou que um bico enorme se formasse em meus lábios, sinceramente. Eu poderia estar sendo contraditório, uma vez que eu nem sequer tinha dito que aquele era um sinal verde para nós dois e também por ter dito toda aquela coisa de esperar, me conhecer, conhecer ele e enfim. Mas ele, daquele jeito que só o gêmeo safado tinha, me despertou uma vontade imensa, então, oras, eu sou um ser humano e fiquei com vontade.

Mas tudo bem, talvez tenha sido uma decisão sensata de sua parte.

Depois de comer, tomar banho, escovar os dentes e todos os ritos da noite, fui dormir com meus pensamentos tão longínquos que era quase impossível me concentrar. Havia acontecido muita coisa naquela noite, coisas que o Seokjin de horas antes juraria que não faria. E por incrível que pareça, um sorriso meio frouxo aparecia de quando em quando em meu rosto, lembrando como Taehyung havia sido cuidadoso e atencioso comigo, me dado momentos divertidos e também quentes. Há tanto tempo eu não sabia o que era isso, como era aproveitar essas coisas que parecia até mesmo coisa de outro mundo, mas não era.

As coisas que Taeyong fazia que não estavam dentro de normalidade alguma. Inclusive, a frase de Jackson também ecoava em minha mente. Taeyong e eu não fazíamos sentido juntos e eu ainda não sabia o porquê. Talvez aquele fosse o momento de eu começar a pensar igual...

Ao contrário do que Taehyung esperava, não sonhei com ele à noite. Na verdade dormi feito uma pedra e não tive sonho algum. Por sorte, domingo era meu dia preferido para não fazer absolutamente nada, então não havia despertador e nem obrigações que me fizessem levantar cedo naquele dia. Mas havia Jung Hoseok.

Não sei dizer exatamente que horas eram, mas acordei assustado com mil e uma mensagens dele no meu celular, avisando que estava chegando no alojamento e que eu colocasse uma roupa, pois não queria me ver nu. Juro que eu só não o matava porque o amava demais, no entanto com muita preguiça e cara amarrada, me vesti e abri a porta para aquele ser humano. Parecia estar bem cedinho, o sol já havia aparecido, mas estava fraco, o que indicava que eu não havia dormido muito.

Quando abri a porta e tive o belo vislumbre do meu melhor amigo, vi seu sorriso abobalhado nos lábios, a pele do pescoço completamente marcada em chupões, o cabelo desgrenhado e a cara de quem não dormiu. Claro que ele não dormiu...

— Posso tirar um cochilo aqui? Se eu chegar em casa assim minha mãe me mata — foi a primeira coisa que perguntou antes de eu assentir e deixar que ele entrasse.

Pelo visto, sua noite havia sido das melhores. Ele adentrou o quarto, tirou os sapatos, as calças e se jogou na minha cama. Por sorte ela era de casal e tinha espaço para nós dois, assim eu podia voltar a dormir também.

— Eu te vi na pista de dança sendo quase devorado por aqueles dois. Foi bom? — indaguei enquanto me deitava ao seu lado.

Hoseok sorriu bobo e suspirou enquanto ajeitava o edredom em seu corpo.

— Minha bunda tá doendo horrores, mas é a melhor dor do mundo.

— Pelo amor de deus, desses detalhes eu não quero saber! — Fiz cara de nojo e ele riu de mim.

— Foi ótimo. Nós três nos damos muito bem juntos — respondeu fechando os olhos já com a intenção de cochilar. — E você? O que ficou fazendo?

Double Trouble  | TAEJINOnde histórias criam vida. Descubra agora