III

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Ela tinha que morrer

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Ela tinha que morrer. 

Annysia demorou para entender que Eris queria dizer aquilo literalmente. E, ainda que agora entendesse, não parecia fazer o menor sentido para ela. Mas Annysia tinha que se apegar ao fato de que Eris jamais a machucaria. Tinha que confiar nele; caso contrário, quem restaria para salva-lá? Quem restaria para tirar Annysia daquele buraco maldito?

Quando a porta se abriu naquele fim de tarde, o coração de Annysia foi parar na garganta; ela sempre esperava pelo pior, sempre esperava que a pessoa que a esperaria do outro lado fosse ser Beron, pronto para toma-la a força. Pronto para acabar com a vida miserável de Annysia.

Mas não era Beron. Era Eris, com os olhos arregalado e a boca tremendo. Ele entrou no quarto de Annysia, algo que nunca fazia. Tinha anos que ela não o via, não o via de verdade; Eris tinha mudado um pouco. Estava mais bonito e, ao mesmo tempo, parecendo mais acabado. E ela não dizia fisicamente. 

-Não temos muito tempo.- ele disse, a voz como um sussurro. Com apenas dois passos, ele já estava diante de Annysia, mostrando uma espécie de pílula na sua palma. Annysia franziu o cenho e o olhou.

-Que merda é essa?- ela disse e Eris olhou para trás, quase como se esperando que alguém surgisse ali para pega-los no flagra.

-Confia em mim? - ele perguntou. Annysia torceu o nariz.

-E eu lá tenho outra opção?- ela desdenhou, pegando a pílula. -O que eu faço com isso?

-Engole. Rápido, senão não vai dar tempo do efeito surgir. E se lembre: confie em mim, Annysia. Vou te tirar daqui.

Antes que ela pudesse questionar ele, que ela pudesse adivinhar os planos de Eris, ele se virou e saiu, fechando a porta de metal atrás de si. Com o coração batendo acelerado, Annysia engoliu de vez aquela pílula.

Ela esperou que tivesse algum efeito, fosse lá o que aquele negócio fazia. Mas nada aconteceu; ela sequer se sentia diferente. Annysia começou a ficar irritada; aquilo era o que, uma piada idiota? A dar esperanças de sair dali e para que? Ela jamais poderia escapar das garras de Beron, afinal.

Annysia escutou a porta se abrir novamente, e ela se virou, preparada para voar no pescoço de Eris. Mas não era ele que estava ali; e o coração dela quase parou de bater no peito. Era Beron.

Há quantos anos ele havia a deixado em paz, sem ir até lá? Não tantos quanto ela gostaria. Desde que voltara de Sob a Montanha, Beron não tinha estado ali. Mas ali estava ele agora, os olhos brilhando em maldade e malícia.

Annysia deu um passo para trás, mas Beron se aproximava dela calmamente. E algo dizia a ela que aquela não seria uma visita casual. Pela crueldade naqueles olhos perversos, ela sabia que era o fim da linha. E, após quinhentos anos lutando para sobreviver nas garras dele, Beron tinha finalmente se cansado dela.

-O que você quer? - ela cuspiu e Beron grunhiu.

-Isso é jeito de tratar seu parceiro? Talvez eu deva te ensinar bons modos. Achei que passar quinhentos anos presa fosse mudar essa sua atitude deplorável.- Beron disse estalando a língua. Annysia deu uma risada amarga.

-Eu nunca vou mudar. E você não significa nada pra mim. Eu ainda te rejeito!- ela disse cheia de ódio. Beron rosnou, a dor daquelas palavras o atingindo em cheio. 

-Ah, mas você vai me aceitar, querida Annysia. Querendo ou não.- ele disse, cortando o espaço que ainda restava entre eles e a agarrando pelo braço. Annysia tentou ataca-lo, mas uma onda de náuseas a invadiu. 

O braço falhou quando chegou alto o suficiente e os joelhos da grã feérica fraquejaram. Ela caiu de encontro ao tapete, Beron ainda a segurando pelo braço, mas agora visivemente confuso.

O que está acontecendo comigo? ela pensou, sentindo o ar faltar de seus pulmões.

Annysia se virou para o lado, vomitando e tremendo. Beron torceu o nariz de nojo e olhou para os guardas na porta, que arregalaram os olhos.

-Não consigo... Respirar.- ela disse, a mão indo parar na garganta. Beron arregalou os olhos.

-Senhor, o coração dela...- um dos guardas começou, mas Annysia já tinha caído de costas no chão, sem conseguir se mexer. Os olhos dela se fecharam de vez, a respiração cessou. E o ritmo de seu coração foi diminuindo e diminuindo até que sequer conseguissem escutar mais.

-Chamem a curandeira!- Beron gritou. Ele rugiu de dor, e Annysia tinha a vaga sensação dele caído de joelhos ao lado dela. 

-Ela está morta.- uma voz disse em um sussurro. 

-Então se livrem do corpo dela de uma vez.- Beron disse com desdém.

E aquele havia sido o fim de Annysia.

Boa tarde meu povo! Tudo bem com vocês? Espero que sim!

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Boa tarde meu povo! Tudo bem com vocês? Espero que sim!

Feliz dia do amigo com Eris ajudando a Annysia a morrer KKK amoh

Aliás, pra quem não sabe, postei uma nova fanfic de acotar, e é do Tarquin!

Espero que estejam gostando!
Vejo vocês no próximo capítulo!
~Ana

Data: 20/07/21

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