Annysia estava inquieta naquela tarde; Eris não tinha aparecido depois de dizer que a ajudaria a escapar. E que ela tinha que morrer. Toda aquela incógnita maldita estava a consumindo, e Annysia queria entender o que ele queria dizer com aquilo. Eris não a mataria de verdade. Certo?
A grã feérica andou de um lado para o outro, como fazia quando estava nervosa. Como ainda não tinha aberto um buraco naquele chão, Annysia não fazia a menor ideia.
Tudo o que ela mais desejava era dar o fora dali. Daquele lugar. Quando saísse, nunca mais voltarei a Corte Outonal. Nem mesmo por sua família, que a tinha vendido para Beron e deixado que ele a prendesse por séculos naquela torre. Ela os odiava quase tanto quanto odiava o próprio parceiro. Tudo o restava em Annysia era ódio e desesperança. Ela havia aprendido que sentir esperança, por menor que fosse, era perigoso. E a decepção quando ela se partia era tanta que poderia ser fatal. Ainda mais para alguém como ela, mantida no inferno por tanto, tanto tempo.
Quando a pesada porta de ferro foi aberta naquela manhã, Annysia apenas rosnou baixinho vendo os dois machos de cabelo ruivo e a criada que a tratava como se Annysia fosse demente.
Eles amarraram as mãos dela com correntes mágicas que impediam Annysia de usar sua magia. Feitas do mesmo material que as paredes do quarto que a selavam. Fazia tanto tempo que ela não sentia o calor do próprio fogo que Annysia já não sabia mais se ainda o tinha.
Os corredores da torre eram quase tão sem graça quanto o quarto de Annysia. A pedra era de um tom bege horroroso e estava desgastada pelo tempo. Em alguns lugares, tinha marcas de arranhões que ela havia feito tentando fugir. Tinha inclusive a marca da sua primeira fuga, quando ela explodiu um pedaço da parede. E ainda assim, não foi o suficiente.
Annysia foi empurrada para dentro do banheiro com a criada e os guardas se viraram de costas para elas, parados na porta para caso Annysia tentasse alguma gracinha. Fazia dez anos que ela tinha parado de tentar. Bem, ela supunha que tivesse se passado dez anos. Nem mesmo quando Beron passou cinquenta anos fora, preso nas garras de Amarantha (claro que Annysia sabia das fofocas. Eris às vezes falava demais) Annysia tinha conseguido se libertar. Mas era gratificante saber que Beron tinha se sentido como ela se sentia: um bicho enjaulado, buscando sua liberdade.
A criada tirou as roupas de Annysia e a fêmea nem teve forças para rosnar. Aquilo era uma humilhação, mas Annysia já havia se acostumado com aquilo. Não tinha nada que ela pudesse fazer, afinal.
Então ela tentou pensar em outras coisas enquanto aquela fêmea baixinha dava banho nela, sem muita delicadeza. Enquanto passava a mão pelos cabelos ruivos de Annysia e esfregava e depois jogava água. E a vestia novamente.
Antes mesmo de perceber, Annysia já estava voltando para sua cela. O maldito quarto. Eu poderia atacar esses guardas e correr ela pensou. Talvez eles não estejam esperando por isso. Mas faria alguma diferença, afinal? Ela jamais chegaria ao fim da Torre. E não tinha forças o suficiente para aquilo, para atacar os dois brutamontes. Ela não tinha força de vontade, a chama que queimava dentro de si há muito apagada.
Annysia apenas deixou que a levassem de volta, tirassem as amarras dela, e voltou para cama. A grã feérica fechou os olhos, desejando não os abrir mais. Desejando morrer, sumir, desaparecer do universo. Desejando que nunca tivesse pisado naquela Casa e desejando nunca ter descoberto que Beron era seu parceiro.
Boa tarde meu povo! Tudo bem com vocês? Espero que sim!
Minha bichinha sofrendo :')
Ok que todas minhas personagens sofrem, mas acontece, né?
As coisas vão começar a esquentar agora rsrsEspero que estejam gostando!
Vejo vocês no próximo capítulo!
~AnaData: 14/07/21
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Five More Minutes • ACOTAR
FanficAnnysia estava presa. Presa em uma torre, como se vivesse num maldito conto de fadas. A diferença é que nenhum príncipe a resgataria das garras de seu parceiro maldito: o Grão Senhor da Corte Outonal, que a prendeu no alto daquela Torre tantos anos...