Capítulo 17

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- Foi ele quem começou! - pareceu ensaiado os dois apontaram um para o outro e falaram em uníssono.

- Não importa quem começou! - Tudo bem eu estava me sentindo como aquelas "tias" de fundamental.

Quando os dois finalmente se acalmaram percebi que me olhavam, encaravam. Então olhei pra mim e vi como estava, corei até a alma e fechei o cardigã.

- Parem de olhar. - Michael desviou o olhar corando, Igor resmungou e olhou pra baixo. - Você - apontei para o Michael - Vá lavar o rosto, e você vá pegar gelo. Para os dois.

Igor foi pra cozinha ainda resmungando, e Michael foi para o banheiro que eu indiquei. Sentei-me no sofá e esperei pelos dois a essa altura meu cardigã era um hobe. Cada um deles sentou em uma ponta do outro sofá.

- Bem, podem começar - eu disse depois de alguns instantes desconfortáveis de silêncio.

- Você não abria a porta...

- Você não atendeu o telefone, então eu vim pra cá.

- Eu abri a porta... - os dois pararam e olharam para cantos diferentes.

- E por que estavam se socando?

- Er... - os dois aparentmente se odiavam, mas nesse instante buscaram um ao outro por ajuda. - A gente brigou? - Igor falou me olhando.

- Eu quero a razão.

- Ele me disse que... Não dá mais pra continuar com isso! - Igor falou bagunçando os cabelos.

- O que você quer dizer? - dessa vez eu que me senti acoada pelo olhar dos dois.

- A gente sabe que você não sabe o que quer, Ava - Michael falou e seus olhos me mostraram um pouco de dor, isso me machucou.

- Não dá pra ficar nessa, você tem que se decidir. - Igor, falou e meus olhos foram pra ele.

- Eu não quero te precionar...

- Eu também não - Igor bagunçou o cabelo mais ainda. - Mas tanto eu quanto ele gostamos de você e você nos tem nas suas mãos.

- Eu seria capaz de esperar por cada um dos meus dias.

- Não é isso que eu quero. - eu sussurrei e os dois anuíram.

- Não é justo tanto com ele quanto comigo - Igor falou - Eu te amo, e aparentemente ele também. Nós precisamos da sua decisão, pra poder seguir, Ava. A única forma de eu seguir em frente é saber que eu não corro o risco de ser o que você quer.

- Eu sei o que eu quero, o que eu preciso. - Respirei fundo e os dois me olharam com expectativa. - Eu preciso de um tempo.

Os dois me olharam como se eu tivesse falado em outro idioma eu apenas encolhi os ombros.

- Como você pretende isso? Você mora com ele.

- Ele está sempre com a Layla...

- Eu tenho meus métodos. Só preciso de um tempo - eu soltei todo o ar que nem sabia que prendia. - Eu nunca tive que lidar com a distância de qualquer um de vocês desde que os conheço. Eu preciso lidar com isso. Quero que vocês não me esperem, sigam em frente. Okay?

Nenhum deles respondeu, nós três fugimos do olhar do outro. Eu subi, silenciosamente. Fechei a porta e me peguei perguntando o que eu tinha feito. "Não tem problema amar os dois". Quando é a realidade Katherine Petrova existem problemas.

- Gi? Será que eu posso ficar por uns dias?... Não é nada demais eu preciso de um tempo... Obrigada.

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