Capítulo 13

202 13 4
                                    

Acordei com o rosto inchado.

- Merda.

Era tarde já tinha perdido a aula. Fiz o que quase nunca fazia após ficar pronta, lotei meu rosto de maquiagem. Liguei para meu professor/chefe perguntei se poderia ficar o dia fora. Ele me autorizou. Fui para a praça da faculdade. Não respondi às ligações do Igor ou da Bianca. Só fiquei olhando para as árvores e as pessoas passarem.

Como meu celular não parava de tocar eu o peguei para desligá-lo, até que algo me surpreendeu uma ligação do Pedro. Desbloqueei a tela do celular então ele tocou de novo, dessa vez um número diferente, desconhecido.

- Alô?

- Ava? - uma voz meio desesperada, mas que eu conhecia bem, hoje era aniversário da Layla como eu pude esquecer? - Desculpe-me, mas eu... Ela pediu por você... Meu Deus...

- Fale com calma, Mary - disse agora com medo.

- A quimio foi muito para ela e o cabelo dela caiu quase todo... Ela disse que queria te ver ela está... Eu achei que nós... nós estaríamos preparadas... Mas...

- Eu já estou a caminho. Mas eu preciso que você fique calma.

Me levantei do banco quase correndo e fui mexendo na mochila enquanto tentava achar o celular precisava de algo mais rápido que um ônibus.

- Out. - exclamei, ao sentir meu corpo bater no chão.

- Desculpe-me - uma voz não muito estranha disse.

- Eu que não olhava por onde ia. - disse ainda no ritmo frenético do desespero.

- Medicina?

- Não, direito.

- Mas por que o passe livre no hospital municipal?

- Tenho uma amiga lá. - disse - Na verdade estou indo para lá. - peguei as coisas da mão dele.

- Você quer uma carona? - ele perguntou eu ergui uma sobrancelha - Calma eu sou estudante de medicina não um estuprador, e eu estou indo lá. Trabalho lá. Acho que já te vi lá. Eu sou um dos acompanhantes da Layla.

- Ah... - talvez por isso a sensação de que o conhecia. - Sendo assim... Acho que tudo bem.

Ele me guiou até um eco esporte preto. Nós dois fomos em um silêncio incômodo.

- Eu estudo direito sei quando alguém quer fazer uma pergunta. Só faça. - falei mexendo nos meus próprios dedos.

- Você namora o Igor? - se eu estivesse bebendo algo simplesmente teria engasgado.

- Não - falei como se tivesse uma faca em mim.

- Ah, desculpe-me então.

- Não precisa se desculpar a gente passa muito tempo juntos ele é meu melhor amigo - ou costumava a ser.

- Ah, sim - ele respondeu apertando mais o volante, dessa vez não perguntaria do que se tratava. - Chegamos. Você quer que eu vá com você? - Não sei por que, mas eu queria que alguém estivesse comigo então anuí.

Ele ficou do meu lado até que chegamos a porta do quarto dela. Ela estava uma bolinha em cima da própria cama. Mary estava com a cabeça baixa não chegou a me ver, meu olhos se encheram de lágrimas a ver os cabelos loiros da Layla no chão.

- Eu sei que eu te conheci hoje, mas...

- Pode falar.

- Você sabe de um lugar onde eles fazem perucas?

Friends with BenefitsOnde histórias criam vida. Descubra agora