Então eu te pergunto senhor telespectador, o que você faria se estivesse caindo de uma altura tão grande, rezaria, bateria os braços para ver se consegue voar?
-- COMO ISSO FOI ACONTECER? - perguntava Martin mesmo sabendo que eu não tinha uma resposta.
-- NÃO É HORA DE SE PERGUNTAR ISSO! – letras em maiúsculo para enfatizar o desespero.
-- VAMOS MORRER!
-- Calma... CALMA O COLAR!
Sobre a ansiedade e o medo peguei o colar na mão e então começou a jornada para tentar quebrar ele, eu não sei qual feitiço que a tia Beth tinha colocado ali, só estava torcendo com todas as minhas forças para que ele nos ajudasse. Mordi e tentei usar as mãos, mas a maldita pedra pendurada com um cordão não quebrava de jeito nem um e a cada minuto que passava a cidade que estava embaixo de nós crescia e crescia, meu deus estamos completamente mortos!
-- ME DÁ ESSE NEGOCIO AQUI MARY! - dizia Martin desesperado pegando o colar de mim.
Enfim, nem mesmo ele conseguiu quebrar, então não tinha mais nem uma esperança, era só aceitar que a gente ia morrer. Fechei os meus olhos e abracei meu companheiro, foi um fim digno, eu nunca vou saber como isso aconteceu, mas pouco importa. Então foi isso a história, muito obrigada por ler e... calma, calma, é brincadeira, eu sei que o autor desse romance tem uma fama de fazer finais trágicos, mas até mesmo ele tem limites. Quando estávamos prestes a cair entre os prédios e os carros, uma fenda no espaço tempo nos teletransportou para um lugar completamente diferente, caímos em um gramado vermelho, absolutamente intactos, quer dizer... Martin nem tanto.
-- Ai, ai que dor! - exclamava ele caído de bruços. Virou com olhar expressando dor.
O observei e fui checar se estava bem, então encontro o colar rachado, possivelmente foi quebrado quando Mars caiu em cima dele.
-- O colar! - dizia eu curiosa para ver o que ia acontecer.
O peguei na mão e a pedra do mesmo começou a brilhar e a flutuar, me afastei encantada e dá luz que emanava do colar se materializou uma criatura, quando esse show acabou eu pude analisar melhor, era um bichinho peludinho rosa, tinha dois chifres pequenos, enorme olhos azuis, um bico de pássaro, tinha asinhas, patas de ave e voava, era uma espécie de animal exótico que você só encontra em dimensões paralelas, mas tenho que admitir, era muito fofinho!
-- Hey, hey, eu me chamo Carl e estou a seu dispor! - dizia a criatura fofa com rostinho simpático.
-- Mas que tipo de ser estranho é você? - perguntava Martin cutucando o animal que avoaçava a sua frente.
-- Hey, hey, eu sou um espifroid da dimensão dos manjares, tenho a função de servir qualquer pessoa que me use como feitiço!
-- Mary é sério que sua tia deu uma criatura fofinha para nos ajudar em situações difíceis? – interrogava meu companheiro com cara de frustrado
-- Ah vai, talvez ele ajude! - respondia dando uma risada.
Em um momento analisei onde estávamos, uma paisagem que eu nunca deslumbrei antes, era noite, a vegetação vermelha, tinham vários rochedos espalhados pela planície e próximo de nós o que parecia ser uma vilazinha com casas redondas feitas de madeira.
-- Hey, hey, estamos na dimensão Aether Grunfeld, aqui as pessoas são bem gentis, todos se ajudam e vivem em harmonia. Sempre está de noite, pois aqui não existem estrelas, o que faz estar quentinho assim são os gases excessivos que são expelidos pelos vulcões causando um efeito estufa e o que permite a gente enxergar em volta é a radiação de fundo que substitui a lua. - Comentava Carl o pássaro.
-- Hm faz sentido, mas então, devemos ir naquela vila? – perguntava, intrigada com o ambiente peculiar que estávamos.
Martin pegou na minha mão e me puxou para o vilarejo. Ai, ai, se existe estrela mais imprevisível que essa eu desconheço. Ao chegarmos lá tinham bastante pessoas, se é que podia chamar assim, pareciam mais anões com 3 braços e de cor azul escuro.
-- Okay Martin, será que eles sabem como fazemos para voltar par-
Um dos Anões me interrompeu chamando nossa atenção dizendo:
-- Ei grandões, vocês podem me ajudar com uma infiltração?
-- Desculpa senhor, mas esta-
-- Claro! ajudamos sim - respondia Martin todo simpático.
Eu fiquei envergonhada por quase ter rejeitado ajudar a pobre criatura azul, que tipo de monstro eu sou? Enfim, ajudamos o senhorzinho e agora poderíamos finalmente arquitetar um plano para voltarmos para nossa dimensão.
-- Olá Grandões, vocês poderiam me ajudar a carregar minhas comprar? - perguntava outro anão, segurando várias verduras embaladas.
Mais uma vez Martin aceitou, mesmo estando ocupado e com um sério problema para resolver. De qualquer forma esse pelo menos foi rápido.
-- Grandões, vocês podem pegar o meu amigo que ficou preso em cima da arvore?
E mais uma vez se repetiu o mesmo teatro, um deles pedia algo para nós, eu tentava recusar, mas Martin vinha e aceitava, isso aconteceu mais umas 5 vezes, era sempre "Você pode trocar o meu filho, Você pode comprar patê para nossa festa?" ou "você pode tirar essa farpa no meu dedo?" eu não aguentava mais!
-- Boa noite Grandões...
-- Não, a gente não pode te ajudar, porque estamos ocupados, vocês só sabem pedir, nem se quer perguntaram para nós quem somos! - dizia eu irritadíssima
-- Que deselegante Mary, eles só querem nossa ajuda! - respondia Martin, bravo comigo.
-- Cara, você não tem noção do problema que nós precisamos enfrentar, literalmente estamos em uma dimensão que não fazemos ideia aonde é e nem como chegar em casa!
-- Por que está com tanta pressa para chegar em casa, você quer que eu volte para o reino das nuvens logo, você me odeia, não é? - sempre em gritos de raiva, tanto eu quanto ele.
-- Sim Martin, eu te odeio, não aguento mais você! é isso que quer ouvir, seu ridículo? quer saber, eu estou indo embora, adeus!
Bati o pé saindo da vila, Carl veio comigo. Eu não precisava daquele idiota!
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Estrelas também amam - Samuel Isaac
Roman d'amourUma estrela chamada Mary do Reino das nuvens acidentalmente cai no planeta Terra. Essa é uma aventura pelas insegurança da protagonista, pelo seu primeiro amor e pelo seu esforço de voltar para sua terra natal.