Capítulo 4

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-Para--. Parado aí... Afton ou— ou sei lá quem você seja. - Eu disse, quase sem forças. Minha voz estava tão fraca!

Diante de mim, estava o homem de roxo, com uma faca na mão, e, do outro lado da sala, um menininho loiro, um pouco mais velho que minha irmã - uns 10 ou 11 anos, eu diria - encolhido, como que para se proteger, pálido, e tremendo violentamente.

Poderia ter sido a Jenny, poderia ter sido a minha irmã.

-Olha só, a irmã superprotetora, não parece tão confiante agora, não é mesmo? - o homem disse, com desdém jorrando de suas palavras.

-Você cale a merda da sua boca, porque você não sabe do que sou capaz.

-Ah claro, mas só é corajosa com o seu namoradinho, não é? - Ele olhou para nós dois, como que se divertindo com a situação.

-Deixe o menino ir – falei – ou você vai se arrepender.

-E o que você pode fazer comigo? Me cortar com um olhar torto? - ele desdenhou. Ele realmente era muito debochado.

-Nhe, isso era só um alerta. Sorte minha que achei o pé de cabra. - Provoquei, mostrando a “arma” - Acho melhor você deixar o garoto ir, a não ser que goste muito de roxo...

-Que joguinho divertido... - o homem pensou alto.

Até agora, Mark estava imóvel, perto de mim, um pouco para trás, mas então disse, com a voz falha:

-Isso não é um jogo, é a vida de uma criança.

O homem então o olhou fixamente, com olhos vidrados e um sorriso maníaco. Inclinou a cabeça para o lado e passava os dedos pela lâmina da faca.

Ele estava fazendo um jogo psicológico. Queria nos dar medo, dos expulsar dali para que concluísse o serviço. Aos olhos dele, éramos apenas um importuno.

Pois bem, devolveria na mesma moeda. Ainda bem que já li A Rainha Vermelha.

Olhei fixamente pra ele, com um olhar mais intenso de raiva que podia fazer e um sorriso desdenhoso.

-Você realmente acha que pode impedir a gente, não é?

-Eu não vou impedir nada, mas não duvidaria se vocês mesmo se impedissem.

Ri com o máximo de deboche que poderia expressar.

-Ai ai, você pode até ser um psicopata, mas é tão engraçado. - falei, inclinando levemente a cabeça.

Pude notar um leve brilho de insegurança vindo dele. Seu sorriso maníaco diminuiu e seu olhar se suavizou.

-Você é mais irritante do que eu pensava. – disse, irritado.

-Sou persistente. Irritante, um pouco, eu diria. - falei com simplicidade.

Pude notar que Mark não estava entendendo nada. Jogos psicológicos não são muito pra ele.

-Parece que você gosta de um joguinho, não é mesmo? - o homem me lançava um olhar que poderia fazer mais efeito que um tiro. Mas, pelo bem do menininho no canto da sala e do Mark, tentei mascarar o máximo que pude, fingindo o máximo de indiferença que meus limites permitiam. - Pois bem, vamos jogar. Você - disse, apontando para o menininho – pode ir, mas se eu descobrir que contou o que aconteceu aqui para alguém, vou te caçar até o fim, entendeu, garoto? - o menininho assentiu repetidamente com a cabeça, desesperado para sair dali. - Muito bem...hum, vejamos. - O homem pensava sozinho, acariciando a faca, como se fosse um animalzinho, um animalzinho mortal.

Seu olhar estava distraído, e Mark, o abençoado Mark, contornou a sala e lhe deu uma porretada na cabeça, com o martelo. O homem instantaneamente cambaleou e desmaiou. Aproveitei e lhe dei mais uma porretada com meu pé de cabra:

-E isso – chutei as costelas dele - é por tentar atrair minha irmã para a morte, seu idiota.

Me virei e corri até o Mark, lhe dei o abraço mais forte que meu corpo permitia. Ele retribuiu o abraço. Ele vai ficar bem.

Uma Noite na Freddy'sOnde histórias criam vida. Descubra agora