Capítulo 7

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Perto das 2 da manhã, estávamos exaustos. Com medo, mas exaustos. Mas se dormíssemos, morreríamos. E eu não estava nem um pouco a fim de partir dessa para melhor tão jovem.

3 da manhã. Os animatronics deram uma aliviada, mas então, ouvimos uma risada alta, grave e inconfundível.

-Freddy – Mark murmurou.

-Agora as coisas vão ficar um pouco mais atacadas – Eu disse, tentando fazer piada, mas morrendo de preocupação - Eu poderia dizer que a cada 3 risadas você pode fechar a porta, mas agora podemos simplesmente ver se ele está chegando perto.

-Jogar Fnaf na vida real tem suas vantagens...

-Sorte a nossa que já jogamos antes, porque se fosse alguém que nunca tinha visto o jogo na vida, já estaria morto com certeza, se não fosse pelas mãos dos animatronics, seria de ataque cardíaco.

Ambos rimos, mas um outro rangido nos calou na hora. Mark olhou pela porta da direita.

-Chica... - murmurou.

-Então fecha a porta, ué.

-Não, ela está indo pra cozinha.

-Ok. - Suspirei, levemente aliviada.

Ficamos na mesma monotonia até as 4 da manhã, eu não estava aguentando mais, nossa energia foi economizada ao máximo, então agora temos alguma carga sobrando.

-Mark, estou exausta! Nunca fiquei acordada por tanto tempo!

-Aguenta aí, já tá acabando, só faltam 2 horas.

-Só 2 horas?! Você fala isso como se fosse pouco tempo!

Naquela hora, eu estava encarregada de fechar as portas e observar os corredores. Mas eu estava a ponto de simplesmente me deitar no chão e dormir um pouco. Mark se virou na cadeira e olhou para mim.

-Poxa vida, você está realmente acabada!

-Relaxa, eu aguento. - Tentei diminuir a preocupação dele, mas sua expressão me dizia que não funcionou.

-Descanse um pouco. - Ele disse.

-Não, e se você precisar de ajuda? - protestei.

-Eu sei me virar, já você, por outro lado... - ele dizia isso com um sorriso malicioso no rosto.

-Quem é que venceu um jogo psicológico aqui?

-E quem que deu o primeiro nocaute no sujeito?

-Há há. Tá legal, você deu o primeiro nocaute, mas você estava morrendo de medo!

-Tá legal, eu confesso. Eu estava morrendo de medo, mas você também estava. Agora vai descansar um pouco.

-Mas...

Mark me interrompeu.

-Você não faz ideia de como está acabada, tenho certeza de que se você se visse no espelho, teria se assustado com o próprio reflexo. - Ele zombou – Sorte que é só eu.

-Tá legal, você venceu. Vou descansar um pouco, mas saiba que a minha vida está em suas mãos.

-Certo. - Ele respondeu, convicto.

Me deitei no chão e fechei os olhos. O sono me veio com uma facilidade bem grande, mesmo nas nossas circunstâncias. Estava tão cansada que nem sonhei. Só ouvia os ecos dos sons a nossa volta. O barulho das portas se fechando, do abrir e fechar do notebook das câmeras e dos passos largos que Mark dava ao cruzar a saleta. De vez em quando ouvia um som mecânico, provavelmente dos animatronics.

Um tempo depois, senti um toque leve no meu braço, me levantei, assustada, para ver o que era. Era só o Mark.

-Que susto! Quer me matar de ataque cardíaco?

-Desculpe. Mas é que as coisas vão ficar um pouco tensas agora.

Olhei para o relógio. 4:59. Ele tinha razão. 5 da manhã é quando as coisas ficam um pouco mais tensas.

Comecei a olhar as câmeras, Bonnie estava no salão principal. Freddy, estava no banheiro feminino. 

Me lembrei das teorias bizarras já circularam pela internet a respeito disso. É assustador como a imaginação da fandom pode ser bem viajada. Soltei uma risada leve, o que me acalmou um pouco. Voltei a focar. Ouvíamos barulhos de panelas na cozinha, então Chica estava lá. Me pergunto o que essa galinha tanto faz naquela cozinha, já que ela é esvaziada e limpa pouco antes da pizzaria fechar. Coloquei na câmera da Pirate Cove. Estava vazia.

-Marky, porta esquer...

Antes de eu terminar a frase, sons de passos ágeis e pesados foram aumentando no corredor. Foxy veio correndo tão rápido que nem tivemos tempo de reagir direito. Quando a raposa estava no nosso campo de visão, tentei fechar a porta. Mas antes de eu apertar o botão, Foxy esticou o braço metálico e pegou minha camiseta. Mark me puxava pelas costas, tentando me arrancar do animatronic.
Me sentia tão pequena e indefesa...

Vou morrer.

Não, você não vai.

Tateei a parede até encontrar e apertar o botão. Antes que a porta fechasse por completo, chutei a barriga da raposa com toda a força que tive. Mark me puxou para dentro da sala e caímos um em cima do outro. Ficamos lá, no chão por um breve momento, atônitos demais para se mexer.

-Marky...

-O-o que acabou de acontecer aqui!? - ele perguntou, atônito.

Eu estava assustada demais para responder. Então nos levantamos, e voltamos a olhar as câmeras. Foxy já tinha ido embora. Estávamos tão pálidos de medo, que parecíamos vampiros. Me admira não termos morrido ainda. Se os primeiros minutos das 5 da manhã foram assim, significa que precisamos ficar mais atentos.

- Fique com o pé de cabra na mão - falei – parece que temos uma longa hora pela frente.

Foxy apareceu mais umas seis vezes, Bonnie não parava de encher o saco. Chica estava mais interessada em ir à cozinha, mas de vez em quando aparecia na janela da nossa sala. Freddy, não parava de rir, até parecia que estava zombando de nós.

Mas aguentamos firme. Quando o relógio deu 6 da manhã, suspirei de alívio, abracei Mark e comecei a chorar.

-Acabou Marky, acabou! - eu disse entre lágrimas.

-É... acabou. - Ele suspirou, aliviado.

Uma Noite na Freddy'sOnde histórias criam vida. Descubra agora