Mark estava sentado no banco entre as árvores. Era fim do dia.
Ficamos de marcar um encontro faz um tempo. Eu queria ir no cinema, mas ele achou que seria clichê demais.E ir no parque no fim do dia não é clichê, por acaso?
- Até que enfim você chegou, estou aqui há meia hora! - Mark reclamou.
- A culpa não é minha que a senhora na minha frente na fila da loja de donuts era tão indecisa!
Me sentei ao seu lado no banco e abri a caixa com os donuts. Mark logo se apressou para pegar um.
Mas, logo quando foi pegar o donut, congelou.
- Você fez isso de propósito, não é? - ele disse, ainda encarando os donuts.
- Mas é claro! - eu disse, rindo.
-Isso não tem graça! - ele reclamou.
Também encarei a caixa com os 4 donuts decorados como Freddy, Chica, Bonnie e Foxy.
- Não vai me dizer que ainda está traumatizado com...aquela noite. - hesitei.
Depois daquela noite, evitamos falar dos acontecimentos. Mas uma hora teríamos que falar, que fosse agora, então.
- Já se passaram 5 meses.... - Mark comentou.
- É, 5 meses...
- Você ainda tem pesadelos? - Ele me perguntou.
- Não. Bom, pelo menos não mais. - respondi.
Foi difícil nas primeiras semanas, engolir tudo o que tinha acontecido. Devo admitir, ainda tenho um pouco de medo do escuro.
- Minha mãe insistiu que eu fosse no psicólogo. Eu disse pra ela que não precisava, mas ela insistiu, então eu fiz umas 2 sessões, só pra ela ficar mais tranquila. - contei.
Mark estava calado, olhando para o chão. Estava preocupado, com certeza. Coloquei minha mão em suas costas.
- Marky, relaxa. Acabou, está tudo bem.
- Eu sei que acabou, mas... eu ainda tenho...pesadelos. - ele desabafou.
- Ainda tem pesadelos? Que tipo de pesadelos Marky? - perguntei mansamente.
Ele levantou a cabeça e pensou um pouco.
- Não- não são pesadelos com a noite toda, são com uma parte expecífica da noite. - ele me olhou de esguelha e então desviou o olhar.
- Seria muito invasivo perguntar qual parte seria essa? - olhei para ele, meio preocupada.
- A...- ele hesitou - a parte que o Foxy te agarrou. - ele falou, tão baixo que poderia ser um sussurro.
Me virei para ele.
-Marky....
- Eu fico imaginando, e se o Foxy tivesse pego você? O que teria acontecido se eu não tivesse te puxado? Eu....eu não consigo parar de pensar nisso. - Mark falava tão depressa que parecia que estava desesperado para pôr tudo pra fora.
- Ei, não fique pensando nessas coisas. Eu tô bem, não tô? Estou aqui bem do seu lado. - tentei consolá-lo.
Então, de repente, ele olhou bem no fundo dos meus olhos.
- Sim, e dou graças a Deus por isso, mas é uma tortura imaginar você dilacerada e....morta. Eu não consigo suportar o peso de me imaginar sem você.
Arregalei os olhos, fiquei sem reação, como eu poderia reagir a uma confissão dessa?
- M-Mark, era pra isso soar romântico? Tá me deixando constrangida. - eu com certeza estava mais vermelha que um tomate.
Mark desviou o olhar.
- Desculpe, eu precisava desabafar.
- Mark, você não precisa se desculpar, pode desabafar o quanto quiser comigo, vou estar sempre aqui para te ouvir.
- ....Obrigado Kate, de verdade.
Encostei a cabeça em seu ombro. E ele apoiou a dele na minha.
- Não precisa agradecer. - falei.
Ficamos em silêncio pelo que pareceu uma eternidade, mas era um silêncio gostoso, um silêncio que preenchia um espaço que nem um milhão de palavras poderiam preencher.
- Eu te amo sabia? - soltei de repente.
Mark se inquietou.
- Você....me ama? - perguntou baixinho.
Fiz que sim com a cabeça. Ele ficou em silêncio por um instante.
- ...Eu também te amo.
Ele me abraçou por trás, fiz o mesmo.
E ficamos sentados juntos naquele banco, vendo o sol se pôr.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Uma Noite na Freddy's
Mystère / ThrillerUma pizzaria tematizada no jogo Five Nights at Freddy's abriu na cidade. Sendo muito fãs do jogo, Kate e seu melhor amigo, Mark, resolvem passar seu aniversário lá. Mas o que antes era um sonho, tinha se tornado um pesadelo sem fim. Será que a pizza...