Capítulo 5

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Saímos da pequena sala e trancamos a porta com uma cadeira no canto do corredor.

-O que foi aquilo!?

-Um jogo psicológico, Mark.

-Então quer dizer que todos aqueles sorrisos maníacos e olhares afiados eram apenas um jogo?

-Não Marky, eram mais que um jogo, eram a vida do pobre garotinho. E eram as nossas vidas.

-Como assim?

-Ele queria nos fazer desistir de salvar o menininho, e ir embora. Mas viu que não estávamos agindo como o esperado. Ele estava tentando nos manipular. E deu pra ver que eu não deixei barato.

-Você nunca deixa.

-É, eu nunca deixo – disse, com uma risada – Mas – de repente, fiquei séria – ele viu que eu estava resistindo, e aquele gesto na faca, sabe, como se estivesse acariciando-a, mostrava que ele queria simplesmente nos matar, mas estava se segurando, porque queria ver a gente sofrer tentando resistir, entende?

-Esse negócio de jogo psicológico é complexo demais. - Ele falou, estupefato.

-É, não é para qualquer um.

Mais um silêncio pairou sobre nós, era um silêncio maravilhoso, mas ao mesmo tempo, perturbador.

-Eu...tive medo –Mark disse.

-Eu também, eu estava morrendo de medo! - eu disse, tentando suavizar as coisas.

-Não não - ele me cortou – eu estava com medo...de te perder.

Olhei para ele, chocada com o que acabei de ouvir. Repassei a frase mentalmente, com medo de ter interpretado errado.

-É...

-É exatamente o que você ouviu. - Ele disse, meio nervoso – Eu estava com medo de te perder, você é uma amiga maravilhosa para mim, não sei se conseguiria seguir em frente sem você.

-...Idem. - Eu disse, depois de um tempo.

-Quem que fala “idem” hoje em dia? - Mark zombou.

-Pelo jeito, eu. - Eu disse, brincando.

-É, você.

Mais silêncio. Mas, percebi, que estava silencioso demais.

-Mark?

-Hã?

-Você não acha que está silencioso demais aqui?

Paramos para escutar. Nada.

-...Tem razão.

Nós dois fomos até o salão principal, e estava...vazio.

Vazio!?

-Mark, cadê todo mundo? - minha preocupação aumentava a cada segundo. - E por que está tudo escuro?

-Eu não sei. Será que quando estávamos lá dentro, a pizzaria fechou?

-Que horas são? - Perguntei, temendo que o que imaginei ser impossível, acontecesse.

-Onze e cinquenta e oito.

-Para a sala de segurança, agora!

Antes que ele tivesse tempo de formular alguma pergunta ou reclamação, puxei ele pelo braço, e fomos até a sala de segurança. Não havia ninguém lá.

Alguma coisa estava errada.

-Ainda bem que já jogamos Fnaf 1 antes - comentei.

-Pelo menos estamos na vida real. Eles não vão se mexer.

-Olha Marky, eu não duvido de mais nada. - Declarei.

Uma Noite na Freddy'sOnde histórias criam vida. Descubra agora