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Zachary

Merda.

Eu havia acabado de acordar e sentia que minha cabeça estava prestes a explodir.

Por que eu bebi tanto na noite anterior?

Ah, já sei.

Porque minha vida é uma droga.

Porque eu sou totalmente infeliz.

Porque meu casamento é uma merda e ainda assim eu não vejo saída.

Porque tudo que eu quero é um beijo da mulher que tem tirado meu sono e minha paz.

Mas ela não me quer.

Como julga-la...

Eu também manteria distância de mim se pudesse.

Abraço o travesseiro e por um momento posso sentir seu cheiro ali. Isso não faz o menor sentido, mas ainda assim eu inspiro fundo buscando mais.

Quase posso visualizar seu sorriso, o jeito que ela fecha os olhos quando toca, a doçura do tom da sua voz.

Deus.

Uma pontada na minha têmpora me faz lembrar do porque eu não gosto de beber.

Abro os olhos mesmo desejando dormir o resto do dia, me obrigo a levantar e então percebo que estou só de camiseta e calça, não lembro como vim parar no quarto e muito menos de ter tirado a camisa e o tênis. Ando até o banheiro e ligo o chuveiro, a água morna me relaxa a ponto de ter uma ereção ao pensar nela, Marianne. Eu queria tanto que ela estivesse aqui comigo agora, eu beijaria seu corpo inteiro, sentiria seu gosto e depois me enfiaria nela até que ela gritasse meu nome.

Zachary.

Fico imaginando como soaria em meio aos gemidos que escapariam por seus lábios...

Pensar nisso é o suficiente pra me fazer gozar no chuveiro como um adolescente. Eu a queria tanto que chegava a doer, isso era uma loucura, eu mal a conhecia, mas talvez isso não tivesse nada a ver. Já que por outro lado eu conhecia Kate profundamente e ainda assim não a amava, talvez amor não tenha nada a ver com conhecimento, talvez seja mais sobre sentimentos, sobre o que essa pessoa desperta em você, sobre como ela te faz sentir.

Marianne me fazia sentir melhor, quando os olhos dela estavam nos meus eu me sentia livre, ousaria dizer que me sentia feliz, mas isso só durava até o momento em que ela me dizia não, doía, porque eu precisava tanto dela que me sentia indefeso.

- Zac?

Ouvi meu nome seguido de batidas na porta.

- Já estou indo.

Vesti a camiseta e andei até a porta.

Era Issac.

Não perguntei o que ele queria.

Adentrei o quarto de volta deixando a porta entreaberta pra que ele entrasse se quisesse.

O que eu sabia que ele faria. 

- O que você tá pretendendo aqui, Zac?

Puta merda.

- Terminar de me vestir e depois comer.

Respondi sem a menor paciência. Eu sabia que não era sobre isso que ele estava perguntando, mas não estava afim de discutir com ele e nem com ninguém.

- Você sabe muito bem sobre o que estou falando.

Olhei pra ele, de um jeito que demonstrasse bem o meu tédio.

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