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Marianne

Depois de um dia intenso no estúdio, tudo que eu queria era relaxar e, nada melhor do que fazer isso comendo porcaria em frente a TV. Então foi exatamente o que fiz, andando pelos corredores do Walmart mais próximo ao hotel, eu decidia entre levar Chips ou bolachas recheadas.

Não consegui escolher, então decidi levar os dois.

E enquanto escolhia dentre tantas opções de bolachas, um garotinho de no máximo uns cinco anos se aproximou da prateleira e ficou olhando pra cada uma das opções. Acho que ele estava indeciso tanto quanto eu. Mas não durou muito tempo, porque notei quando seus olhinhos brilharam ao ver um dos pacotes que ficava na prateleira mais alta.

-Papai, eu não alcanço essa bolacha que a Junia gosta.

Disse ele em voz alta. Olhei em volta e não vi ninguém e nenhuma resposta de volta.

-Você quer que eu pegue pra você?

Ele deu um meio sorriso, mas que rapidamente foi substituído por uma expressão séria.

-Meu pai diz que eu não posso falar com estranhos.

Sorri, achando ele a coisa mais fofa que já tinha visto.

-Sabe, seu pai tem razão.

Pisquei pra ele e me afastei um pouco, decidindo pela bolacha que ele havia escolhido. Ele com certeza entendia bem mais dessas coisas do que eu, e se havia escolhido, com certeza devia ser muito boa.

-Eu quero essa, moça.

O garotinho me pediu, me fazendo rir baixinho. Parece que ele tinha decidido desobedecer o pai, afinal.

-Essa daqui? Porque tem dois sabores diferentes.

Falei, esperando que ele se decidisse, o garotinho torceu a boca de um lado pro outro e então finalmente respondeu:

-Eu quero uma de cada.

-Você é bem espertinho!

Vi um sorriso lindo iluminando seu rosto. E então decidi pegar um outro pacote pra mim também.

-Oi, papai. Ela me ajudou. Junia gosta dessas bolachas aqui.

Quando me virei para ver o pai que eu tinha ajudado a desobedecer, foi como se o mundo tivesse parado.

Zachary estava bem na minha frente. Ainda mais lindo do que eu me lembrava.

Jaqueta de couro, calça apertada, camiseta branca e cabelos compridos, embora estivessem um pouco mais curtos do que da última vez que o vi. Acho que ele tinha repicado um pouco ou algo assim. Respirei profundamente antes de encontrar seus olhos, que me analisavam da mesma maneira que eu havia feito com ele.

-Olá, Marianne!

Duas palavras.

Apenas duas palavras, mas que foram o suficiente pra me deixar sem ar.

-Zachary? Como vai?

Tentei soar o mais natural possível, tendo a certeza que falhei quando percebi que prendia a respiração.

-Eu vou bem! E você?

Um sorriso.

Daquele que me fazia quase largar tudo e beijar aquela boca deliciosa.

Para já com isso.

-Estou bem também.

-Esses são meus filhos. Shepherd e essa mocinha linda aqui é a Junia.

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