DESEJO PROIBIDO

12

Marianne

As lágrimas.

Mesmo tentando, não consegui evitar.

Elas não vieram em ondas estremecedoras ou em soluços devastadores. Elas ficaram em silêncio, rolando pelo meu rosto enquanto o vazio pela sua partida afundava meu peito.

Eu sabia que ia doer.

Mas o reconhecimento não fez nada pra diminuir o vazio que eu sentia.

Eu precisava acreditar que aquilo ia passar, precisava acreditar que eu conseguiria esquecê-lo. Eu tinha que seguir meu próprio caminho sem a sombra de Zachary na minha vida.

Eu o amava.

Mas isso não fazia diferença agora.

Zachary era egoísta demais pra enxergar que eu passei quase dois anos da minha vida esperando por ele.

Acreditando que ele faria alguma coisa para realmente estar comigo. Mas ele nunca fez, tudo sempre se resumia ao que ele sentia.

E quando estávamos juntos era sempre a mesma história, ele me amava, mas tinha os filhos pequenos demais que precisavam dele, a pressão da família e a sua insatisfação com tudo aquilo mesmo ele desejando tanto sair daquela vida.

E naquela noite eu tomei uma decisão.

Zachary, era passado.

Um amor impossível que só me machucou.

E que se eu permitisse, continuaria machucando.

Então eu pedi a ele pra ir embora. E ele foi, levando junto um pedaço do meu coração. Naquela noite eu me permiti chorar aquele amor perdido, prometendo que seria a última vez.

Eu tentaria a todo custo apagar as lembranças.

O toque.

Os olhos castanhos mais lindos que já tinha visto.

Seus lábios... Oh, Deus, e o abraço? Aquele abraço que encaixava perfeitamente no meu.

Doía.

Mas ia passar.

Tinha que passar.

Zachary não era meu. Nunca seria, e eu precisava aceitar isso de uma vez.

E foi pensando nisso que me arrastei até a minha cama após vestir um pijama qualquer, eu não tinha forças pra um banho, embora eu soubesse que me faria muito bem. Foi um sono sem sonhos e quando acordei percebi que tinha uma mensagem do Kevin e algumas da Amy. Respondi à minha amiga e avisei ao Kevin que ligaria mais tarde. Não foi nenhuma surpresa quando ela bateu na minha porta pouco tempo depois, me fazendo enxergar que eu estava tomando a decisão certa.

- Eu sei que sim, Amy. Mas ainda assim dói.

Ela segurou a minha mão.

- Tomar a decisão certa machuca muitas vezes, mas lá na frente você vai perceber que foi melhor assim. Ele não merece você, Mari. Você é mulher demais pra um cara que não toma nem as rédeas da própria vida.

Suspirei, ainda sentindo aquele mesmo aperto no peito.

- Ele disse que ia deixá-la, me disse isso chorando. E ainda assim eu não acredito.

- E nem deve. Você sabe que ele é bom em fazer promessas, só não é bom em cumprí-las. Agora que já falamos tudo sobre esse cara, quero saber como anda o Kevin. Como vocês estão?

Sorri, Kevin me fazia bem, embora eu não estivesse apaixonada por ele.

- Ele é ótimo, compreensivo e me respeita. Ontem quando Zachary apareceu, ele notou que existia algo entre nós e eu disse que não queria conversar. Mas sei que tenho que fazer isso em algum momento.