O Verdadeiro Romance de Katherine

Quarta - feira

E lá vai ela.
Mais um fim de expediente, dia nublado, outono, folhas caindo no chão, abertura de uma nova estação, cansaço, cabelo bagunçado, só não pode deixar a peteca cair. Do nada, uma ligação, será que era da operadora ? Tô sem grana moça, que mané fazer um plano, único plano que eu desejo é de um trabalho novo que possa mudar minha vida, vai me arrumar ? Ainda bem que ela só pensou em dizer isso, mas, bora atender. - É a senhora Katherine Bacelar ? - Ela mesma. - Teria como comparecer no escritório em que realizou a entrevista de emprego na semana passada ? - É claro que posso comparecer !!!
Gente, pensa na alegria da menina, foi correndo pra lá. Aceitou a proposta de sair da cidadezinha e ir trabalhar em uma empresa de relações internacionais na cidade grande, teria a função base de secretária, mas teria oportunidade de crescer lá dentro. Claro que ela aceitou. Teve sua carteira assinada, despediu dos pais (estes apoiaram muito ela ir viver seus sonhos) mandou mensagem de despedida para as pessoas mais especiais e foi que foi.
Chegando lá, teve que se hospedar em uma pousada até conseguir achar um lugar barato pra ficar, o salário que receberia era 3x mais, porém, cidade grande o custo de vida é mais alto. Com tanta alegria que estava, nem se pensava em coisas negativas, tudo o que importava era que sua vida mudaria da noite para o dia e mudou.
Amanheceu e já era quinta - feira, acordou cedo, tomou um banho e foi para o trabalho, foi bem recebida na empresa, se adaptou com facilidade. Conheceu uma moça chamada Gabriela que trabalhava como advogada da empresa na sala ao lado, sentiu uma conexão maravilhosa como se já conhecesse ela há anos. Gabi falou que conhecia um casal de idosos que tinha acabado de colocar um anúncio de um quarto mobiliado disponível para alugar perto do trabalho.
Kathe não pensou duas vezes e já demonstrou interesse, foi até a residência no final do expediente. O local era super agradável, casa cheirosa, aconchegante, parecia casa de vó. Se sentiu em casa logo de primeira. Os moradores do lar eram aposentados, disseram pra ela que amavam viajar e mal paravam em casa. Juntou o útil com o agradável então. Estava tudo perfeito. Fez as malas na pousada e na mesma tarde se mudou. Ligou para os seus pais e contou que estava bem, para tranquiliza-los. Sentiu saudades de casa, mas era hora de viver as coisas que tanto ficava sonhando ...