Um momento de tristeza

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• Ayumi

   Depois que eu e a Usaki deixamos o Kazutora lá com os meninos nós duas fomos comer fora, ficamos conversando algumas coisas sobre o rumo da nossa gangue, tinham muitas coisas ainda que precisávamos aprender a lidar e fazer. Depois cada uma foi para sua casa, Chifuyu não chegava em casa, eu imaginei que ele estava com os meninos, nossos pais também não estavam, aquilo me fez soltar um longo suspiro vendo o quanto a casa estava vazia.

- Estou com uma sensação ruim...

   Murmurei para eu mesma enquanto subia as escadarias indo para meu quarto, me joguei na cama e fiquei mexendo no celular, até que ouvi o barulho das motos do Baji e do Chifuyu lá fora, respirei fundo pensando nas várias possibilidades de situações que eu poderia me meter com eles agora, mas não importava, Baji estava vivo e isso era a única coisa que me importava naquele momento. Me levantei descendo para a sala vendo o Chifuyu entrar mexendo nos cabelos.

- Tá tudo bem? - Perguntei olhando ele.

- Hm? Sim... Você conseguiu, eles se resolverem, mas o Baji parece estar realmente irritado com você - Ele falou me olhando meio sem graça.

- Tudo bem, já imagina isso, mas no fim eu e o Takemichi conseguimos o que queríamos, salvar ele - Dei um pequeno sorriso para o Chifuyu que me abraçou forte.

- Obrigado Ayu, obrigado por salvar ele... E também por não ter se machucado, eu não sei o que seria da minha pessoa sem vocês dois.

- Tá tudo bem, não pense nisso, tudo deu certo no final e estamos com você agora - Paramos de nós abraçar e eu sorri para ele limpando as lágrimas dele.

- Bom, o Baji está lá fora te esperando...

- Tudo bem, eu vou lá enfrentar a fera.

   Respirei de forma pesada e sai de casa vendo ele encostado na moto dele com uma cara muito séria, me aproximei dele calmamente vendo ele direcionar aquele olhar sério na minha direção.

- Chifuyu falou que você queria falar comigo.

- Sim, queria agradecer por me salvar, por levar o Kazutora até a gente...

    Observei ele, por mais que estivesse me agradecendo seu tom era seco e sua expressão algo frio.. Estava me agradecendo, mas claramente não estava satisfeito com tudo.

- Tudo bem, eu só fiz o que eu queria.

- É, você sempre faz só o que você quer.

- Sim, quer me falar algo mais Baji? - Perguntei encarando ele.

- Quero, você sempre age sem falar com ninguém, faz só o que te da na telha, sem pensar nos riscos que você pode correr se metendo nessas situações, o que você teria feito se seu plano hoje tivesse dado errado? Se te atacassem, em? Eu acho melhor a gente se afastar por um tempo, acho que vai ser o melhor para te manter longe de se intrometer em situações perigosas que me envolvem.

   Eu fiquei completamente em silêncio apenas ouvindo atentamente cada palavra que ele falava enquanto me olhava daquela forma séria.

- Então é isso que você quer? Você deseja se afastar? - Perguntei de forma calma.

- Eu acho que sim, vai ser o melhor por hora - Ele falou desviando o olhar.

- Tudo bem, eu respeito sua decisão, fico feliz que você tenha ficado bem, até algum dia.

   Ele olhou novamente na minha direção e eu apenas dei o mais lindos dos sorrisos que eu poderia e virei de costas para ele entrando dentro de casa, obviamente segurei o choro como nunca tinha feito antes na minha vida, Chifuyu me olhou, mas eu apenas sorri mostrando que não queria conversar por hora e subi para meu quarto me jogando na cama e deixando as lágrimas escorrerem por meu rosto, eu não era a dona desse corpo, mas o tanto que ela e eu gostávamos dele, se juntou e se tornou algo forte de mais para que eu seja capaz de suportar tão fortemente sem fraquejar nenhuma vez... Eu apenas chorei ali tentando aliviar minha mente e minha dor, até que cai no sono.

Dia Seguinte.

   Eu acordei desanimada, tomei banho, vesti meu uniforme, peguei minha mochila e desci para a cozinha vendo meus pais ali com o Chifuyu conversando.

- Bom dia família - Dei um fraco sorriso.

- Bom dia - Chifuyu falou me encarando.

- Bom dia filha, eu vou te buscar depois da aula, nós duas precisamos ir a um lugar depois - minha mãe falou me estendendo um torrada.

- Tudo bem - peguei começando a comer.

   Depois disso eu saí de casa junto com o Chifuyu e o Baji estava já subindo na moto dele para ir a escola, os dois estudavam juntos dei um pequeno suspiro vendo nossos olhos se cruzarem, dei um sorriso leve para o Chifuyu.

- Tchau maninho, não precisa me levar hoje, vou ir andando e vou encontrar com a Usaki no meio do caminho - Mentira.

- Tem certeza? - Ele perguntou me olhando meio preocupado.

- Uhum, relaxa, a gente se vê na hora da janta.

   Comecei a andar para longe deles, eu estava naquela fase de me acostumar com o fato da pessoa que eu gosto pediu para a gente se afastar por um tempo, foi injusto? Sim, mas eu respeitava a decisão dele no fim das contas, todos temos jeitos diferentes e extremos de lidar com algumas coisas. Eu andava para a escola enquanto estava mais distraída que o normal, quando cheguei lá fui direto para a sala, nem me encontrando com as meninas como sempre faço, sentei na minha mesa e apenas fiquei lá sentada em silêncio olhando fixamente para o quadro, até que bateu uma curiosidade, o que eu e minha mãe tínhamos para fazer depois da aula? Parando para pensar, isso foi repentino, suspirei pesado enquanto murmurei.

- Mais uma coisa para me deixar incomodada... Ótimo.

   As aulas passaram rápido, me encontrei com as meninas no intervalo, contei tudo para elas que tentaram ficar me animando, avisei também que depois da aula não iria ficar com elas, pois iria para algum canto com a minha mãe. Chegando o final da aula elas me acompanharam até a saída e lá estava minha mãe me esperando no carro, entrei nele e ela começou a dirigir sem falar nada.

- Mãe, onde nós vamos?

- Bem, seu pai apareceu...

- Que? Assim? Do nada?

- Sim, ele está me enchendo o saco para te ver, foi até no meu trabalho...

- Isso é suspeito até de mais... Devia ter me avisado antes sobre isso.

- Eu não queria que vocês se encontrassem, mas não dá para evitar mais.

- Tudo bem, vamos ver o que ele quer.

   Suspirei pela sei lá qual milésima vez naquele dia e fiquei encarando a janela pensando em vários motivos pelo meu pai ter aparecido do nada, minha maior teoria era sobre a dívida dele com aquela gangue.

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