Capítulo 10 - A verdadeira amizade

112 20 25
                                    

Obs: se você está gostando da história, interaja nos comentários. Vou amar ver vocês conversando sobre oque escrevi.

Boa leitura ♡

Ruggero Pasquarelli

- oque você faz aqui? Ele olha para sua ex namorada logo assim que a célula acaba. Karol e Michael se aproximam , mas Karol não olha nos olhos dele. Ao contrário, fica um pouco atrás de Mike o segurando pela mão.

- que bom que nos encontramos Rugge. Eu estava esperando por isso, só não sabia que seria hoje.
- amigos, eu preciso fechar a igreja. Mas podemos ir para o apê e lá vocês conversam melhor.
- eu acho melhor a gente se encontrar em um restaurante aqui perto. Rugge fala olhando para Valente e agradece Mike.
- ok, que horas?
- te mando a hora e o endereço no seu Whatsapp.

Sai imediatamente da igreja, chamei o primeiro táxi que vi no local, pois não queria estar ali nem mais um segundo. A situação, o clima, tudo estava ficando tenso. Eu olhei para Karol. Ela estava quieta, olhava para baixo e não parecia mais a mesma menina de anos atrás quando nos conhecemos. A menininha empolgada se transformou numa completa estranha pra mim. Sabe aquela velha história de pessoas separadas, mas com várias memórias? Então, me sinto assim com relação a ela.

Karol Cisneros

Ele estava bem a minha frente. Quer dizer, a frente de todos, principalmente de Valentina, sua ex namorada. Segurei firmemente a mão de Mike e torci para que ele não quisesse conversar comigo ali, pois seria totalmente desconfortável, quer dizer, mais do que já está sendo.
Escutei ele dizendo que iria se encontrar com Vale amanhã e engoli a seco aquela cena, palavras e afins.
Assim que ele foi embora, olhei fixamente para Mike, que logo entendeu o recado e me abraçou. Nesse momento, Valentina se encontrava no banheiro e não viu minha estabilidade emocional fraquejar por conta de Rugge.
Entrei no banheiro para ver como ela estava enquanto Mike terminava de fechar a igreja por dentro. Iríamos sair pela porta de trás.

- você está bem? Olhei para ela que estava aparentemente secando suas lágrimas que insistiam em cair.
- destruída é a palavra. Você viu como a voz dele estava? Ele falou firme, como se já tivesse realmente decidido algo e eu meio que sei a resposta e pior, eu sei, é tudo culpa minha.

Eu não aguentei vê-la mal e me senti ainda mais culpada por gostar um pouco do ex/atual dela. Que confusão estava sobre minha mente, mas eu precisava confortá-la. Jesus me ensinou a guardar a minha própria dor no bolso, para ajudar o próximo. Foi isso que fiz. A abracei firmemente e limpei seu rosto e logo em seguida, Mike nos acompanhou até a casa. Seria uma longa noite.

Valentina Zenere

Assim que escutei a voz de Rugge, me levantei rapidamente e fiquei de frente a ele. Estava eu, Karol e Mike de um lado, ele do outro. Sua voz parecia embargada e um pouco mais fria do que como estava acostumada ouvir antes. Mike havia cedido o apê, mas logo o meu Rugge disse que preferia me encontrar em um local público. Fiquei parada apenas ouvindo oque ele disse a respeito, mas não demonstrei fraqueza. Logo que ele saiu do local, sai correndo para o banheiro. Eu poderia fingir ser forte boa parte do tempo, mas a verdade é que quando estou sozinha, tudo em mim desmorona fácil.
Ouvi alguns passos e comecei a secar as lágrimas que caiam sobre meu rosto enquanto eu olhava para o espelho. Meio dramático? Talvez. Mesmo assim, ela percebeu e logo me abraçou. Fomos para a casa dela logo em seguida, acompanhada pelo melhor amigo de ambos, oque era bem estranho pra mim, estar entre eles, que no passado, viviam muito bem sem mim.

Mike Ronda

Situação complicada eu me meti em. Porque eu tinha que esquecer que Valentina estava na casa de Karol? Tentei de fato ajudar quando ofereci meu apê, mas eu até fiquei feliz dele não ter concordado. Onde eu estava com a cabeça? E se eles se acertassem e fizessem aquilo como comemoração justo no meu apê? Eu não queria mesmo passar por isso. Seria totalmente desconfortável, principalmente pra um cara de 19 anos que escolheu esperar o casamento.
Assim que deixei as meninas na casa de Karol, fui depressa para o apê vê como ele estava, mas quando cheguei, não encontrei.
Me sentei no sofá e fiquei mexendo nas redes sociais, quando encontro um stories de Rugge dentro de uma boate com algumas meninas e bebida em volta.
"Esse garoto acabou de sair da igreja. Oque ele está fazendo?"
Antes mesmo que eu pudesse retirar meus sapatos e descansar, voltei para o carro atrás do Ruggero. Ele estava mal e precisava de desabafar com seu melhor amigo e não simplesmente fazer oque não deve com a primeira garota da pista só pra esquecer.

Ruggero Pasquarelli.

Eu precisava relaxar a mente. Quando eu pensava que as coisas estavam bem, automaticamente elas ficavam piores. Dentro do táxi, avistei uma boate e pedi pra que o motorista parasse por ali mesmo, até porque, eu não iria conseguir dormir mesmo.
Sai do automóvel e entrei no lugar. Era um ambiente escuro com algumas luzes coloridas, muitas mulheres, cheiro de cigarro forte e muita bebida. Oque eu fazia estando ali? Realmente não sabia, mas eu precisava esquecer da minha vida pelo menos por algumas horas.
Estava me sentindo um verdadeiro lixo, eu iria magoar a garota que eu namorei por quase 4 anos e estava querendo me aproximar de uma que eu simplesmente parei de falar quando comecei a namorar. Que droga, duas garotas essa noite, estão chorando por algo que eu fiz.
Sentei em um banco do bar e umas meninas vieram pra perto de mim querendo puxar assunto. Pedi uma cerveja e gravei um stories com elas. Eu queria mostrar que estava tudo bem. É Rugge, as aparências enganam mesmo. Pensei olhando pros stories feito.

- ei cara, oque você está fazendo?
Senti uma mão tocar em meu ombro. A voz era irreconhecível. Era Mike, em uma boate, isso é realmente mais novo ainda. Mas me senti confortado quando o vi.
- veio ficar comigo aqui e beber uma?
- tá doido cara? Vim te tirar daqui. Isso sim.
- ah, mas eu acabei de chegar.
- e vai sair.
Ele pegou no pulso e me puxou para fora do local, deixando as meninas confusas. Acho que possivelmente elas acharam que ele seria uma espécie de um namorado possessivo.
Entrei no carro dele e fiquei calado até chegarmos em casa. Ele também estava calado e só se ouvia um som baixinho de uma música ao fundo.
Entramos no apartamento, ele foi direto para a geladeira e pegou uma garrafa de água.
- não é bebendo que você vai esquecer Ruggero. Não pode fugir das coisas assim. Precisa enfrentar!

É talvez ele tinha razão em dizer isso.
Me sentei no sofá, abaixei a cabeça e lágrimas caíram sobre meu rosto.
Mike veio até mim, sentou do meu lado e abriu a bíblia e começou a ler.

"Bem-aventurados
os que choram,
pois serão consolados."
Mateus 5:4

"Venham a mim, todos os que estão cansados e sobrecarregados, e eu darei descanso a vocês.
Mateus 11:28

- é disso que você precisa amigo. Descansar em Deus. Vai ficar tudo bem.
Mike me abraçou e logo depois orou por mim. Automaticamente agradeci mentalmente por ter um amigo assim, que ao invés de beber comigo, pudesse me confortar com a palavra de Deus. As vezes eu sentia falta da igreja, de Deus, de quem eu era. Muita coisa mudou desde que fui a Nova York, mas se objetivo era voltar pra recomeçar, eu precisava ser forte, ou pelo menos tentar.

Karol Cisneros.

Chegamos em casa e fomos direto para o meu quarto. Enquanto Valentina pegava sua camisola de seda na mala, eu pegava em uma das gavetas meu pijama de ursinho. Sim, duas garotas completamente diferentes, ligadas na emoção por um mesmo cara. Que droga, pensei. Eu não queria que ela achasse que eu era uma garota falsa.
Tomei meu banho logo depois que ela tomou o dela, sentei na cama e a chamei para sentar na cama também.
- está melhor?
- uhum, estou sim.
- posso te perguntar uma coisa?
- claro
- você realmente ama o Rugge ou é dependente emocional dele?
Ela olhou para mim e seus olhos azuis se enxeram de água novamente.
- eu... Não sei
- existe um vazio que somente uma pessoa pode preencher. Digo por experiência viu. Posso orar por você?
Valentina abriu um sorriso sincero e fechou os olhos. Eu orei e pedi a Deus pra que desse a resposta a ela sobre oque ela estava precisando naquele momento.
- sabe, eu preciso te contar uma coisa. Não sei se percebeu, mas eu já fui muito amiga do Rugge. Não nos falamos mais porque ele ficou 3 anos sem falar comigo. Estou um pouco triste, mas ele é um cara bacana. Não fica com raiva dele.
- eu não estou, eu estou triste comigo. Eu sei as coisas que fiz.
- vai ficar tudo bem, mesmo se vocês virarem só amigos.

Parte de mim queria muito falar oque estava sentindo, mas seria demais para ela ouvir e também eu estava confusa e tinha medo de estar apenas misturando as coisas. Então decidi falar sobre algum assunto, quando eu e ele conversassemos, ou quando as coisas melhorarem.

Ps: amanhã reviso pra ver se não errei nada aqui.

Looking for the way (A procura do caminho) Onde histórias criam vida. Descubra agora