Seu pai ainda está vivo...

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Capítulo Anterior...

– Me responda uma coisa - perguntei sem olhar para ela. - Por que esta implorando pela vida desse miserável?

– Por que ele é o meu pai. - respondeu alto.

– Ele te bateu.

– Continua sendo o meu pai!

Dei de ombros e puxei o gatilho. Ela levou as mãos até a boca prendendo um grito.

– Isso não é motivo para mim. - guardei a arma - Vamos?

Capítulo Atual...

Eu gritava, chorava, esperneava.

Só eu sou capaz de saber o que estou sentindo agora. Ela atirou no meu pai, na minha frente, sem sentimento algum, com a mesma cara debochada de sempre, e eu me sinto a maior otária da face da terra por amar tal mulher. Mas isso não importa agora, tudo que eu queria era voltar lá e ajudá-lo, e se ele morrer? Ele pode ser o lixo que for, me bater incontáveis vezes, mas ele é meu pai, e eu não consigo nem pensar em perdê-lo. Eu nunca parei para pensar como me sentiria se eu o perdesse, e só agora eu sei, eu tenho medo, e esse medo elimina de minha mente todo o mal que ele me fez.

Entrei na casa de Lauren – que agora também é minha – após ela me trazer no estilo Jauregui, ou seja, ela me arrastou até o carro e me trouxe para cá, mas não ficou barato pois a chamei dos piores nomes que conhecia enquanto voltávamos para cá, o que – óbvio – a deixou irritada, muito irritada.

– Você é uma idiota! - gritei - Eu te odeio! Te odeio!

– Cala a porra da sua boca! - gritou de volta - Ele te machucou!

– Ah, claro, ele me machuca e você vai e atira nele - falei irônica - E SE ELE ESTIVER MORTO LAUREN? - voltei a gritar.

– Quem se importa? - deu de ombros.

– Eu me importo, Lauren! Ele é o meu pai, de um jeito ou de outro, é o meu pai!

– Ou era... - falou baixo prendendo o riso.

– VOCÊ NÃO PODIA TER FEITO ISSO, NÃO PODIA - gritei esmurrando ela, mesmo sabendo que eu estava tão fraca que ela nem sentiria - EU TE ODEIO, JAUREGUI! ODEIO!

Ela segurou meus pulsos impedindo-me de continuar minhas pobres tentativas de agredi-la. Lauren estava apertando com força, o que estava me causando uma dorzinha incomoda.

– Esta machucando. - falei baixo.

– E você gosta? - perguntou seca.

– Óbvio que não.

– Não parece.

– Por que?

– Por que esta ai chorando e esperneando por um babaca que fez o mesmo.

– Ele me machucou sim, Lauren- falei olhando em seus olhos - E não foi só uma vez, ele fazia isso todos os dias - ela respirou fundo, desviou o olhar e colocou as mãos na cintura, deixando meus pulsos livre. Uh, ela está brava? - Mas nenhuma das agressões dele doeu tanto quando vê-lo tomar um tiro, ainda mais vindo de você.

Ela me olhou por um segundo e eu podia jurar que bem no fundo, no fundo mesmo, eu vi um certo arrependimento em seus olhos. Limpei uma última lágrima que caia sobre meu rosto e corri pelas escadas e entrei um quarto qualquer, ainda não conhecia a casa, mas pelo que deu para notar era só um quarto de visitas.

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