Fazem três meses desde aquela noite, desde a noite que Gulf aconteceu. Voltei a cada fim de semana naquele maldito clube e em nenhuma dessas vezes eu o encontrei.
Cheguei a pensar que talvez ele não quisesse ser encontrado ou me encontrar, mas isso não faria sentido, já que ele deixou seu número de celular, mas pela falta de senso da parte dele em por um um copo em cima de um papel, não adiantou muito ele ter deixado o número dele escrito lá.
Julguei essa ação como algo involuntário, talvez ele estivesse com pressa naquela manhã, mas ele foi gentil o suficiente para me deixar aqueles remédios, eu agradeci mentalmente porque eles realmente me ajudaram depois que os tomei.
Aquela noite, tudo que aconteceu entre nós dois, por mais incrível que pareça me ajudou de alguma forma. Foi tão natural a forma que Gulf agiu comigo, me levando ao ápice, cordenando tudo que fazíamos, aquilo me fez sentir livre.
Pensei sobre isso várias vezes enquanto procurava por seus olhos ou por qualquer sinal dele no clube, pensei sobre o fato de ter alguém sobre o controle das minhas ações me fazer sentir dessa maneira, eu me senti sem amarras e sem preocupações, eu não precisava ser o Mew que se preocupava, o Mew que tinha que ser responsável pelos outros, naquela noite eu me senti livre de ser eu mesmo.
Não tive mudanças drásticas ou absurdas, foram pequenas coisas que mudaram sem nem eu mesmo perceber.
Sorrio com o pensamento, porque nesse momento sentado em meu escritório admiro as janelas abertas, os raios de sol passam por elas, refletindo assim no piso de madeira escura, trazendo um calor reconfortante para o ambiente.
Desde aquela manhã que Gulf se foi, me pego todos os dias esperando por essa luz que o sol me proporciona.
Ele abriu todas as minhas janelas naquele dia, eu achei que tinha sido só as do meu quarto, mas as da sala também estavam abertas, meu apartamento estava totalmente iluminado, nem mesmo eu sabia que esse lugar era tão bem arejado assim, eu me sentei bem naquele local onde os raios batiam mais fortes e a sensação que aquilo me trouxe foi de calma e foi se tornando... incrível.
As janelas abertas me ajudavam a confirmar que ele realmente esteve por aqui e que tudo que tivemos foi real.
Com um suspiro volto para minha realidade, para a papelada em cima da minha mesa, voltei a trabalhar, mas ainda não me sinto seguro o suficiente para voltar para empresa, apesar de Boss insistir nisso todos os dias.
P'Boss me cobriu em relação aos novos contratos, eu estava acompanhando de longe o progresso dos novos cantores e atores, parecia que tudo corria bem, pelo menos até hoje.
Com um suspiro cansado atendo a quinta ligação dele só essa manhã.
— Sim, Phi. Eu vou me esforçar para ir hoje.- reviro meus olhos me levantando da cadeira acolchoada e sigo para meu quarto,— Eu vou! Já estou indo me trocar, ok?— É importante, Mew. Eu preciso que você esteja totalmente aqui em ambiente neutro, para que possamos conversar devidamente.- sem esperar que eu respondesse P'Boss desliga.
Desde ontem ele vem me ligando e insistindo fortemente para que eu fosse à empresa, eu queria que ele viesse até mim, mas ele se recusou, disse que eu não me concentro totalmente nos assuntos do trabalho quando estou no meu escritório de casa.
Infelizmente eu estava sem opções, ele havia sido muito complacente até agora, assumindo meu lugar como CEO interino dos Studios Suppasit.
Ele tinha comentado como meu pai estava descontente com a minha falta de comprometimento com a empresa, o Studio é fruto do meu próprio trabalho, entretanto meu pai me ajudou com sua influência, conseguindo um bom investidor.
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Feel The Sunshine
FanfictionApós passar por alguns problemas no passado, Mew acaba se perdendo em si mesmo. Em uma noite ele conhece Gulf em um bar e os dois acabam se envolvendo. Será que o passado de Mew o deixará seguir em frente?