New York

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Dois meses depois:

É oficial, estou em Nova York. Meu intercâmbio vai começar, eu conquistei isso.

Há, e a duas semanas foi meu aniversário e agora eu tenho 21 anos.

Não consigo acreditar, mesmo vendo todos esses prédios, a ficha ainda não caiu.

O melhor de tudo foi olhar para baixo e ver minha pequena segurando minha mão.

Nós estávamos em Nova York.

Eu não podia deixar ela em casa, jamais, não teria coragem.

Eu sempre estive com ela, ela sempre foi pra todo lugar comigo e muitos achavam que eu havia cido mãe nova e que ela era minha filha.

Mas não, tenho apenas 21 anos.

Mas também, digamos que eu já disse para muita gente que ela era minha filha pois não queria que soubessem do meu pai, isso iria contranger ela.

Então as vezes realmente era melhor dizer que ela era minha filha, ela era, só que não me viram grávida. Simples.

Aqui seria diferente, seria como se ela realmente fosse minha filha.

Eu amo Nova York e a Califórnia principalmente, parece clichê mas as vezes eu me pego desejando que todas as pessoa do mundo possam conhecer esse lugar um dia.

Tudo aqui inspira liberdade, arte e sonhos e mais sonhos, como se aqui você tivesse a liberdade para quem o que você deseja, ser livre.

Se há poucos meses atrás alguém me contasse que eu estaria fora do país e ainda cuidando de uma criança, eu iria rir muito da cara da pessoa.

Irei rir pelo fato que eu sou tonta e dou risada de tudo, mas também porque tudo ainda parece loucura, para mim esse sonho era muito distante.

Jogo no google o endereço do apartamento que o serviço de intercâmbio ofereceu, e não é longe de onde o Táxi me deixou.

Esses táxis amarelos pelas ruas de Nova York é coisa de filme para mim.

Garota em Nova York vivendo sonho clichê com uma criança do lado.

Logo que chegamos em casa resolvo que vamos dormir e resolver tudo no dia seguinte.

Chegamos no apartamento entre 14h, liguei para a minha mãe e logo em seguida para a Vitória avisando que cheguei, uma amiga da minha cidade que morava aqui há 3 anos com os pais que tiveram que se mudar por conta das filiais da empresa.

Minha única amiga na verdade. Tomara que eu faça novos por aqui na faculdade.

Fui direto para o quarto e vi que a cama parecia estar limpinha.

Então apenas deixei as malas no sofá e deitei com Megan.
...

Quando acordamos era cerca de 17h, até que dormimos muito pouco para quem passou por um vôo super demorado.

Megan estava mais dormindo do que acordada, ela rolava na cama de um lado para o outro. Deixei ela dormindo, afinal, ela não precisava fazer nada mesmo. Que descanse.

Pedi uma pizza e comecei a arrumar e limpar todo o apartamento... era um apartamento super limpinho e organizado mas eu precisava limpar do meu jeito, aliás... vai saber quem estava aqui, se a pessoa não limpava sempre ou vai saber o que fizeram naquela cama.

Eu sempre aprendi que para você ver se uma casa realmente é boa ou limpa, basta ver o banheiro. As peças do banheiro brilhavam de tão brancas, o espelho brilhava de tanta limpeza. Realmente parecia tudo ótimo. Bom demais para ser verdade.

Quando era 18h e a pizza chegou, eu acordei Megan pois se não ela não dormiria de noite e o trabalho seria para mim. Se ela tirar um leve e rápido cochilo, ela já não dorme de noite.

Em 1h esperando a pizza eu consegui limpar todo o quarto, o banheiro e iria terminar a sala hoje. O banheiro foi o primeiro que eu limpei pois eu precisava urgente usar e crianças sempre estão fazendo xixi, cá entre nós banheiro é algo nojento demais e eu só confio do meu jeito. Então foi a primeira coisa que eu limpei cada pedacinho para podermos usar.

Depois os quartos pois logo iríamos dormir e agora estava na sala que não era tão necessário mas eu resolvi terminar já que havia começo. 

Irei limpar a cozinha amanhã pois eu preciso comprar comida ainda, não será usada para nada por enquanto. Já me virei com a refeição comprada para os 3 primeiros dias pelo menos enquanto resolvo as coisas.

Amanhã será um dia longo, passeio no supermercado e no shopping para ter coisas na casa, matrícula na faculdade e na escolinha, ir na agência de empregos que a bolsa de estudos me ofereceu. E óbvio que eu quero passear, conhecer a cidade e ver a Vitória.

Será uma correria mas tudo irá valer muito a pena.

POV JUSTIN FOLEY:

Aposto que pareço uma criança toda boba vendo brinquedos agora. Mas não são brinquedos, são prédios gigantescos, luzes, carros, muitas pessoas.

Nova York, isso é totalmente diferente de CrestMont, aquela cidade pequenininha.

Sei que alguns amigos meu da Liberty também estão aqui, logo entro em contato com todos para curtimos um pouco.

Eu amo uma farra, uma festa, mas agora eu sei maneirar, eu mudei.

Vendo os prédios me lembrei que quem gostaria de estar aqui para ser escritora era o sonho de Hannah Baker, isso é difícil demais de ser superado e já fazem 3 anos. Isso afetou todos. É por isso que eu estou tentando sobreviver, por ela.

Eu fiz mal para a Hannah? Fiz. Mas eu estou aqui e vou tentar viver esse sonho para ela que não conseguiu. Eu sou uma pessoa boa, eu quero aprender a ser, eu quero mudar.

Ou melhor, eu mudei, graças ao Clay.

Ele me salvou, ele é meu irmão e é a minha influência positiva de vida.

O sonho dele também é essa cidade, ele queria estar agora aqui comigo mas daqui uns meses ele irá vim para ficar.

Sim, enquanto isso eu irei viver isso pelo Clay e pela Hannah Baker.

Aliás, eu só estou vivo pelo Clay, pelas fitas da Hannah que nós juntaram, eu só fui capaz de escrever a redação da faculdade por causa de Clay pois ele me levou para a reabilitação, para a igreja, para encontros e conversar com profissionais. Ele e seus pais pagaram o tratamento para mim no hospital, eu quase morri.

Ou melhor, eu quase morri várias vezes, eu devo tudo que eu tenho agora, toda a minha vida a família Jensen.

Unpredictable (Justin Foley)Onde histórias criam vida. Descubra agora