11. O que eu fiz?

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SKY

Assim que saímos da moto, Yoongi colocou minha mochila na minha porta e foi se encaminhando para a casa dele. Me peguei soltando:

"Não vai dormir aqui hoje?"

Ele me encarou confuso.

"Eu deixei o Boom Min resolvendo a questão do forro e..." Parou de falar e deu um sorrisinho discreto. "Eu posso mesmo?"

Concordei. Por algum motivo, não parecia certo deixá-lo sozinho e fragilizado.

Fomos entrando, e ele se sentou no sofá ainda de terno, enquanto eu fui para o quarto tomar um banho e trocar de roupa depois de pedir uma pizza. Quando voltei para a sala, Mint já havia recebido a pizza e a colocava sobre a mesa. Sugeri que sentássemos no sofá, então ele veio com a pizza e o refrigerante. Me acomodei e peguei o controle:

"Vai ficar de terno?" Perguntei.

Ele encarou a própria roupa, retirou o blazer, subiu as mangas da camisa social e desabotoou dois botões.

"Estava distraído... Esqueci que estava de terno..."

"Percebi. Tá tudo bem?" Questionei, porque durante a viagem e desde que chegamos, ele parecia mais quieto que o normal.

"Sim..."

"Tem certeza?"

Mint apenas me encarou e mudou de assunto:

"O que vamos assistir?"

"Okay... Quando você se sentir pronto pra falar, é só dizer."

Ele sorriu amigavelmente e concordou.

"Então, o que quer assistir?"

"Tem um filme que eu gosto... A personagem me lembra você."

"Qual?"

"Dez Coisas que Eu Odeio em Você."

Eu ri. Era clichê demais, mas acabei aceitando assistir.

Mais da metade do filme e algumas fatias de pizza depois, Mint resolveu beber algo mais forte. Buscou cervejas em sua casa, além de outras bebidas. Enquanto Patrick cantava na arquibancada para Kat no filme, Mint fingia se espreguiçar e, finalmente, colocou os braços em volta de mim, como já havia tentado desde o começo do filme. Não me incomodou, então apenas deitei a cabeça em seu ombro.

MINT

Em algum momento, Sky pegou no sono, e eu ainda estava bem acordado. Nenhum pingo de sono. Vi meu celular tocar e, o mais delicadamente que consegui, retirei a cabeça de Sky do meu ombro e deitei no sofá.

"Oi, pai." Falei enquanto ia até o quarto de Sky buscar um cobertor. Assim que a cobri, peguei o blazer do meu terno e minha cerveja, indo para o lado de fora da casa.

"Sua mãe ficou chateada que vocês foram embora..." Ele disse calmo.

Fiquei surpreso por ele ter ligado. Normalmente, minha mãe quem ligaria e diria um monte de coisas. Não respondi. Não tinha o que responder. Apenas me sentei no meio-fio, coloquei o blazer no colo e tomei um gole da bebida.

"Sei que está chateado e-"

Interrompi.

"O senhor acreditou em mim?" Me peguei perguntando. "Alguma vez... Quando eu falei do irmão da mamãe... O senhor acreditou em mim?"

"Claro que acreditei."

Meu pai responde. E parece convicto. Mas por que isso não pareceu bastar? Por que fiquei irritado?

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