Capítulo 9

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Eu fiquei irritada que ela nem ao menos comentou sobre a carta depois de alguns dias.

Dahyun também não me deu escolha a não ser finalmente contar a ela sobre meus sentimentos por Mina. Ela não parava de falar sobre como não entendia porque Mina nunca a chamou de novo para sair depois que se beijaram no jantar. Não aguentei mais e disse a ela tudo que aconteceu entre nós. Ela ficou chocada, mas pelo menos funcionou para fazer com que parasse de falar sobre Mina de uma vez por todas.

Mina continuou me ignorando durante a semana seguinte. Ela pegou mais horas extra na lanchonete e no resto do tempo ficava no quarto com a porta fechada.

Ela obviamente sabia que eu tinha ouvido a garota no seu quarto naquele dia, porque eu deixei o livro no chão em frente à sua porta. Estava claro que ela não se importava em se desculpar ou saber como eu me sentia.

Então, quando Kim Yugyeom me chamou para sair naquela semana, eu disse sim. Yugyeom era um dos caras mais doces da escola. Na verdade, eu não estava atraída por ele, mas precisava de uma distração e sabia que ao menos nos divertiríamos juntos. Era um dos poucos meninos que eu considerava amigo, apesar dele obviamente querer mais.

A sexta à noite chegou. Arrumei o cabelo e coloquei um vestido azul royal que comprei numa promoção no shopping, mas o meu entusiasmo era o mesmo que tinha quando fui assistir ao filme com Dahyun.

Quando Yugyeom chegou, minha mãe abriu a porta para ele e gritou.

— Chaeyoung, seu encontro está aqui!

Uma música baixa vinha do quarto de Mina e a porta estava fechada. Uma parte de mim queria que ela me visse saindo com Yugyeom, mas outra parte não queria lidar com ela.

Yugyeom estava esperando no final das escadas com flores, e isso me deixou constrangida. Nunca poderia imaginar Mina esperando uma garota com margaridas.

Vamos admitir, ela não precisava.

— Ei, Yugyeom.

— Ei, Chae. Você está maravilhosa.

— Obrigada.

— Se importa se eu usar o banheiro antes de sairmos?

Hesitei em mandá-lo lá para cima no caso de Mina sair do quarto.

— Claro. É lá em cima. Vire à esquerda, no fim do corredor.

Esperei por ele num banquinho.

— Ele parece legal. — Minha mãe disse.

— Ele é. — Eu disse, colocando as flores em um vaso.

Esse era o problema. Eu me acostumei a amar a maldade misturada com a bondade.

Depois de cinco minutos, Yugyeom tinha um olhar esquisito no rosto quando retornou.

— Está pronto? — Perguntei.

— Claro. — Ele disse sem me encarar. Andou na minha frente em direção ao Focus estacionado na garagem. Ele ainda estava agindo estranho quando entramos e antes de ligar o carro, se virou para mim.

— Me encontrei com sua meia-irmã lá em cima.

Engoli o bolo que se formou na minha garganta.

— Mesmo?

— Ela disse para te entregar isso, que você tinha deixado em seu quarto. — Ele me deu uma calcinha rosa de renda, uma das peças que Mina ainda escondia.

Peguei e encarei a rua sem acreditar, sem saber se estava com raiva ou lisonjeada.

Quando me recuperei, virei para ele.

Sister [Michaeng]Onde histórias criam vida. Descubra agora