Ela voltou para mim?
Minha mão cobriu meu peito como se pudesse impedir meu coração de saltar.
Era metade da manhã, e a agitação da rotina diária podia ser ouvida da minha janela. O sol estava derramando dentro do meu apartamento. Eu já tinha ligado para o trabalho mais cedo informando que eu não iria hoje porque precisava terminar esse livro hoje.
Hoje à noite seria aniversário de 30 anos de um colega de trabalho numa boate no centro, e eu nem sabia se conseguiria ir. Entrei na cozinha para tomar água e comer uma barrinha de granola. A energia seria necessária para a próxima parte.
Ela realmente voltou para mim?
Enrolei-me no sofá, respirei fundo e virei a página.
Você tem que tratar o vício por uma pessoa do mesmo jeito que trataria por droga. Se não pudesse ficar com Chaeyoung por inteira, então não queria nenhum contato com ela porque isso causaria problemas. Mesmo ligar ou mandar mensagem não era possível. Parecia maldoso, mas eu não conseguiria lidar nem ao menos com ouvir a voz dela e não poder estar com ela.
Isso não significava que não a desejasse.
O primeiro ano foi um inferno. Mamãe não estava melhor que antes de eu ir para Boston. Ela continuava a me pedir informações sobre Yan e Eubin, stalkeando as redes sociais de Eubin e me acusando de ser uma traidora depois que admiti que minha madrasta não era tão ruim depois que você a conhecia. Não podia citar o nome de Chaeyoung porque não queria que minha mãe suspeitasse de algo ou procurasse por ela. Mamãe estava tomando pílulas para dormir, e eu tinha que vigiá-la como um gavião. Eu estava certa na minha suposição de que ela nunca aceitaria o fato de eu estar com Chaeyoung naquela época.
Era uma ironia triste: Mamãe estava obcecada com Eubin, e eu estava obcecada com a filha de Eubin.
Éramos duas problemáticas.
Não se passava um dia sem que eu pensasse em Chaeyoung com outra pessoa. Isso me deixava louca. Ela estava tão longe e eu não podia fazer nada. Ironicamente, existia um lado meu que queria que ao menos pudesse protegê-la como irmã, mesmo que não pudéssemos ficar juntas.
Doentio, né?
Mas e se alguém a magoasse? Eu nem ficaria sabendo e não poderia bater no infeliz. "E esqueça sobre ela transar com mais alguém." Uma vez tinha socado a parede do meu quarto só de pensar nisso. Então, uma noite, perdi o controle e mandei uma mensagem dizendo que sentia sua falta. Pedi que não respondesse. Ela não respondeu, e me fez sentir pior. Jurei nunca repetir aquele erro.
Minha vida voltou ao que era antes de mudar para Boston: fumar, beber e foder com garotas com as quais eu não me importava. Era vazio. A única diferença era que por baixo de tudo aquilo eu deseja mais… Desejava ela. Ela me deu o gosto do tipo de conexão que eu sentia falta na minha vida. Esperava que aquele sentimento no meu peito passasse com o tempo, mas nunca passou, apenas se intensificou. Achava que porque, lá no fundo, também sentia que onde quer que ela estivesse, Chaeyoung pensava em mim, se sentia do mesmo jeito. Eu sentia, e isso me torturou por anos.
Dois anos depois, o estado mental de mamãe finalmente melhorou quando ela conheceu um cara. Era seu primeiro namorado desde Yan. Jungyun era coreano e era dono do mercado no fim da rua. Ele sempre estava em nossa casa e sempre trazia comida. Pela primeira vez, ela parecia ter esquecido sua obsessão por Yan. Jungyun era um ótimo cara, mas quanto mais ela ficava feliz, mais eu ficava amarga. Abri mão da única garota que gostei porque achei que a devastaria. Agora, ela estava feliz, e eu ainda estava miserável. E Chaeyoung estava longe. Sentia que cometi o maior erro da minha vida.
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Sister [Michaeng]
FanfictionVocê não deveria querer a pessoa que te atormenta. Quando minha meia-irmã, Mina, veio morar com a gente no meu último ano, eu não estava preparada para o quão idiota ela era. Eu odiava que ela me afastasse, porque ela não queria estar aqui. Eu odiav...