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A rua estava silenciosa e a brisa do mar inundava os pulmões de Katsuki enquanto ele andava até a casa de seus pais.

Ele decidiu ir caminhando para clarear os pensamentos, mas no caminho encontra novamente o rosto que por muito tempo havia sido seu terror.

Monoma estava com as 2 crianças em um parquinho da vizinhança brincando no balanço.

A respiração de Katsuki ameaça falhar, mas ele fecha os olhos e lembra do abraço de Kirishima, o que lhe conforta, e ele consegue ficar ali por algum tempo observando o loiro.

Monoma compartilhava grandes sorrisos e gargalhadas com as crianças que o chamavam de "papai".

"Não acredito que esse desgraçado conseguiu seguir a vida normalmente depois de tudo que ele me causou..."

Quando as crianças viram de costas era possível notar uma tristeza no olhar de Neito.

Ele havia perdido alguma coisa...

Seus olhos pareciam vazios de vida e esperança.

Bakugo decide continuar seu caminho enquanto pensava no que havia acabado de acontecer.

"Talvez ele não tenha conseguido viver uma vida sem fardos afinal..."

Sua cabeça não parava de girar com a inquietação que o olhar vazio de Monoma havia lhe causado. Então ele decide checar na internet e procurar se tinha alguma coisa que ele não sabia sobre.

"Neito Monoma"

Apareceram vários resultados, e todos sobre um escândalo de assédio sexual.

Aparentemente alguém da época da escola havia denunciado Monoma anos depois e ele foi preso.
Sua prisão não durou muito tempo pois sua fiança foi paga por seus pais para ele ir no enterro de sua esposa que havia se suicidado após saber do passado do marido. Ela deixou dois filhos de apenas 11 meses.

Katsuki estava com o estômago embrulhado com a história, mas algo havia ficado mais leve em sua mente.

Saber que Monoma havia sofrido talvez até mais do que ele mesmo, o deixava respirar fundo sem sentir mais peso de sempre no peito.

-Quebra de tempo-

Logo ele chega na casa de seus pais e encontra seu pai regando as plantas do jardim.

Masaru: Katsuki!?

Bakugo: Oi pai...

O mais velho abre o portão dando passagem para o mais novo.

Masaru: Sua mãe foi na feira, ela já já deve estar de volta.

Bakugo: Okay...

Masaru: Bom, a casa é sua. Vou voltar a regar as plantas.

Katsuki sente o cheiro do chão de madeira antigo, e seu corpo arrepia com as memórias da infância.

Sua mãe pode nem sempre ter sido a mãe mais amorosa do mundo, mas sempre esteve ao seu lado. 

Ele entra em seu antigo quarto e fica deslumbrado. Nada havia mudado de lugar desde que ele tinha se mudado.

Os troféus de escola nas prateleiras, os porta retratos nas paredes, suas antigas bolas de futebol com as chuteiras...

Ele escuta um barulho.

Mitsuki: Ah, voltou é?

Ela sempre alfinetava Katsuki após terem um desentendimento. Era típico dela.

In Love With The Devil 》KiriBaku《Onde histórias criam vida. Descubra agora