Quarto encontro

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Esperar nunca foi o meu forte, nunca foi o meu ponto maior. E não falo isso por mal ou por qualquer tipo de má vontade da minha parte. Na verdade digo isso somente pelo fato de que dói muito estar na ausência dele. A ausência de Jimin me causa angústia, dor e, obviamente, a saudade mais intensa que já nutri.

E para alguém que já viveu mais de uma vida e viu todos que já amou morrerem, isso é realmente algo sério.

O caos se tornou minha casa a partir do momento em que me vi totalmente bagunçado e perdido por conta do que a sua falta me fazia. Era como se eu já não soubesse mais o rumo que deveria tomar, uma vez que meus pensamentos bagunçados me faziam vagar durante todos os dias em busca de ao menos uma resposta que fizesse sentido nesse emaranhado de sentimentos.

"Eu sinto a sua falta..." Sussurrei para o vazio, acompanhando no relógio de pulso a hora se arrastar quando sabia que, dali alguns minutos, poderia encontrá-lo uma vez mais. "Muita falta."

"Eu também sinto a sua falta." A voz de Jimin ecoou docemente por meus ouvidos, fazendo com que tudo ao redor simplesmente parasse.

Tudo isso porque, na quarta vez onde nos encontramos, nós nos abraçamos. Jimin estava eufórico, incontrolável, e conforme nos uníamos como se fôssemos um, era como se seu ômega entregasse tudo de si ao meu alfa. Como se estivéssemos completando o que nos foi pedido há séculos, como se precisássemos estar ali, naquele momento, juntos.

Seu corpo tremia e, mesmo que o meu estivesse semelhante, eu tentava de alguma maneira acalmá-lo nem que fosse um ou dois por cento. Não conseguiria me sentir em paz se o visse ir embora ainda daquele jeito.

"Estou com você, meu bem." Sussurrei, sentindo o cheiro de jasmim do ômega que eu queria poder dizer que é a quem meu alfa pertence. "Eu amo o seu cheiro."

"Não me deixa ir embora, Jungkookie." Eu nunca havia visto Jimin daquele jeito, quase chorando em desespero e me implorando. "Oito minutos são pouca coisa. Não podemos nos contentar com isso."

O abracei com mais força, tentando lhe passar meu calor por meio disso, tentando mostrar que estava ao seu lado e, o principal de tudo, que sentia o mesmo. Só que vê-lo chorando e implorando, foi muito pior que eu esperava, foi como uma faca entrando no meu coração com toda a raiva possível.

Era inigualável.

"Se eu pudesse te manter aqui, você nunca mais iria embora." Afirmei, sentindo o seu aperto ao meu redor apenas intensificar. "Nós vamos dar um jeito. Juntos."

Jimin não me respondeu, ele apenas me abraçou mais e concordou com a cabeça, enquanto eu acariciava seus cabelos com uma mão ao mesmo tempo que meu braço esquerdo rodeava seu corpo e o mantinha grudado ao meu. Aquilo já não era só paixão embora queimasse tanto quanto e me deixasse perdido como se fosse.

Em trinta e dois minutos de encontro físico eu sentia que estava amando Park Jimin. E isso era assustador, avassalador e intenso demais para ser vivido de oito em oito minutos. Eu precisava de mais.

Nós precisávamos de mais.

"Eu só não queria ir embora sem saber quando vou vê-lo outra vez." Sussurrou. O relógio de pulso nos dava mais um minuto e meio. "Isso... eu nunca senti isso antes, Jungkookie."

"Eu sei, bebê." Tentei sorrir na sua direção. "Você também é o primeiro a fazer isso comigo."

Coloquei a mão de Jimin contra o meu peito assim que me aproximei mais da porta de casa, sabendo que precisaria entrar se não quisesse sofrer as consequências.

"Você tem que ir." Sussurrou em seguida. "Já quebramos regras demais."

"Você vai voltar?" Fui obrigado a perguntar.

Não é como se não confiasse em Jimin ou no que ele sentia por mim, eu somente tinha muito medo de ele acabar não voltando para mim. Isso sim machucava mais que qualquer outra coisa no mundo.

"Já disse, Jungkookie." Me dirigiu um pequeno sorriso, mesmo com os olhos ainda repletos de lágrimas. "Eu sempre vou voltar para você."

Eu confiei em suas palavras, porque elas soaram como uma doce promessa vinda de lindos lábios que eu ainda queria juntar aos meus. E não, meu coração não estava tranquilo, eu não estava calmo, mas era necessário, era o que precisava ser feito, nós tínhamos que aceitar e nos prender a essas promessas. Elas são a nossa única alternativa. A única esperança. A única coisa que ainda nos faz esperar um pelo outro.

Me agarrar em uma incerteza ainda era melhor do que pensar em nunca mais tê-lo nos meus braços.

Por ele essa incerteza ainda vale a pena, porque Jimin foi a melhor coisa que aconteceu ao longo da minha existência. E mesmo que oito minutos a cada encontro não sejam o suficiente, prefiro ter esse tempo do que não poder estar ao seu lado por um segundo que seja.

Sim, é pouco. Sim, é frustrante. Sim, eu quero mais.

Mas vou aproveitar cada pequena coisa com a qual a vida me presentear. Isso terá de ser o suficiente até que possamos passar o resto das nossas vidas juntos.

Eclipse | jjk + pjmOnde histórias criam vida. Descubra agora