Capítulo 2 - A Despedida

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-Rowan bloqueie a porta com vento! - Minha mãe gritou, logo depois, um vento invadiu a sala e a porta começou a se mexer, alguém tentava abrir ela. - Dorian, o que ela quer?

O pai de Asterin então olhou para a porta depois correu até nós.

-É a irmã de Maeve, ela quer Elentiya! - Eu posso não ter nascido na época de guerra, mas eu sabia absolutamente tudo sobre Maeve e Erawan. Eu sabia que coisa boa não era. Minha mãe engoliu em seco e todos da sala olhavam para ela, o rosto que eu já conhecia; planejando algo. - Temos que tira-la de Terrasen.

-Minha filha não estaria segura em lugar nenhum com essa fêmea solta. - Meu pai interviu. Ele estava nervoso, angustiado era a palavra certa. Se aproximou de mim e colocou a mão no em meu ombro. - Ela não estaria segura em lugar nenhum, o que faremos?

-Tem uma saída. - Manon veio para perto de Dorian, minha mãe então lhe olhou esperando que continuasse. - O espelho de Bruxa.

-NÃO! - Meu pai e tio Aedion gritaram em uníssono. Eu não sabia do que se tratava, mas esse nome não me era estranho.

-Manon, da última vez não deu certo. E se apenas a levá-la para outro tempo como nos mostrou Nehemia, ou eu nunca mais poder vê-la... Eu não posso suportar perder minha filha. - Minha mãe respondeu apontando para mim.

Nehemia... Eu sabia sobre a antiga melhor amiga da minha mãe, elas eram inseparáveis uma época. Nunca soube como ela morreu, minha mãe sempre ficava mal ao falar dela, então nunca forcei. Mas o que ela queria dizer com aquilo?

-Eu pesquisei mais sobre o espelho - Dorian informou - descobri que ele não deve ser usado com apenas uma ou duas pessoas pessoa, então deveria ir mais pessoas com ela. O espelho é seguro, ele sabe do passado e do futuro e o destino de cada pessoa. Se precisamos de um lugar seguro, ele saberá onde.

Minha mãe pareceu pensar, meu pai não respirava mais.

-Coração de Fogo, eu te perdi aquela tarde, por causa daquele espelho. Não quero perder minha filha para ele também. Aelin, eu te imploro para pensar melhor. - A fechadura da porta então se quebrou. Nós estávamos separados da suposta mulher por conta do poder do meu pai.

-Não tem outra saída. Mas ela não irá sozinha. - Minha mãe então olhou todos da sala. - Lorcan, Lysandra quero que acompanhem ela na frente. Dorian e Manon, vocês podem ir à retaguarda? - Manon iria começar a protestar mas minha mãe interviu. - Ela não deve saber que vocês estão aqui, por favor. Eu imploro para vocês.

-E quem vai cuidar de Asterin? - Manon considerou.

-Eu sei me cuidar mãe...

-Ela estará segura comigo! Cuidarei de Elide também Lorcan! - Meu pai logo falou. Então todos concordaram e mandaram meu pai ficar na sala segurando a mulher por mais tempo ali. Abriram uma das portas secretas da parede para podermos passar.

-É bom você voltar viva! Senão vou até o Além-Mundo te caçar por ter me abandonado - Asterin disse me abraçando. Eu segurei as lágrimas, ela já não se aguentava. - Eu te amo Elentiya.

-Também te amo Asterin.

Me despedi de todos os outros; Elide, que mesmo aos 40 anos estava tão linda quanto qualquer pessoa de algum sonho, chorava por se despedir de mim e de Lorcan, Aedion me abraçou e disse que deveria voltar sem nenhum arranhão, Fenrys me ergueu no abraço e mandou que voltasse viva porque senão ele mesmo me mataria, ele conseguiu me fazer rir naquele momento. Despedi-me também de Yrene e Chaol que iriam para as masmorras se esconder já que eram humanos ali. Todos nos olhavam enquanto me despedia do meu pai. O que seria o mais difícil. Sempre fui muito apegada a ele, não passava mais de uma semana longe dele sem chorar aos berros que precisava do seu colo para dormir.

- Filha, me escute. Eu quero que use todo o treinamento que teve nesses anos. Se precisar matar, mate. Se precisar trapacear, trapaceie. Se precisar mentir, minta. Se precisar roubar, roube. Se precisar fazer qualquer coisa errada para sobreviver, faça. Mas apenas volte para mim.

-Eu prometo a você. - Ele se abaixou e beijou a ponta do meu nariz, como fazíamos quando eu era pequena. Ele sempre foi muito alto para mim, então se abaixava, dava um beijo na ponta do meu nariz e grudava minha testa na dele. Era um jeito nosso de demonstração de carinho, porque os abraços eram difíceis. E foi assim que ele fez naquele momento. - Eu te amo...

-Para qualquer fim?

-Para qualquer fim.

Ele então limpou uma lágrima que escorria pelos meus olhos e os dele, então me deixou entrar pela portinha na parede. Afastei-me e me virei para abanar para ele pela última vez naquele dia.

Não seria a última. Eu não ousaria nem pensar nisso.

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Power Over Me - Dermot Kennedy 

de lei a música kkkk

boa leitura amores <3

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