Capítulo 33 - Novas Terras

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Estava atolada de trabalho. Um dos lordes de Terrasen descordou em baixar um pouco seus impostos, por ser um dos mais caros do reino e agora está me mandando cartas dizendo coisas que faz meu vocabulário de palavras que, fariam Fenrys e minha mãe rirem até cair, aumentar cada vez mais. Eu tentei responder, mas todas voltavam em mandando ir para um local não muito legal ou enfiá-las na bunda. Elas sempre viam com aviso que foi lido mas não iriam acontecer. Estava a um fio de mandar um bilhete o mandando a merda e que me obedecesse antes que cortasse suas bolas para usar como brincos.

Passei o resto da manhã tentando manter a calma e achar alguma saída para que não recebesse mais cartas e cartas dos moradores com reclamações do preço da comida ou coisas assim... Eu os entendia, mas se o lorde não cooperasse não tinha o que fazer.

Resolvi então pegar esses papéis e ir até Aelin. Com a assinatura da rainha nas cartas, seria quase como uma ordem. Bom, ninguém ousava recusar um pedido dela. Caminhei entre os corredores e cheguei até o escritório e bati na porta. Ouvi um entre baixo mas parei na porta.

Sam e Lyria, os gêmeos, estavam deitados em uma cama improvisada no sofá, eles seguravam brinquedinhos com as mãos gordinhas e chacoalhavam felizes. Os cabelos brancos de Lyria estavam cortados, mostrando as bochechinhas redondas da garota e os olhos azuis brilharem felizes. Os de Sam eram mais compridinhos e loiros, e os olhos verdes eram mais escuros que os meus mas pareciam observar tudo com calma enquanto brincava com seus brinquedos mais quieto que a irmã.

Meu pai estava encostado no sofá, olhando com o rosto franzido para meu irmão e minha irmã. Ruby, a criada designada a olhar os bebês de vez em quando estava ali também, mas parecia entretida em deixar o cobertor por cima de Sam que o chutava para fora. Aelin estava sentada na cadeira grande com o rosto tenso, mas Rolfe estava ali também.

Usava vestes limpas e a barba rala estava por fazer. Seu olhar encontrou o meu e vi que ele também estava tenso, não sei se cheguei numa hora boa pelos rostos deles.

-O que aconteceu? - Me aproximei e fiquei segurando os papéis e longe o suficiente para mamãe não ver e não precisar de mais problemas para resolver.

-Rolfe veio me avisar de umas coisas que encontrou no mapa, mas não faz nenhum sentido isso aparecer do nada... - Minha mãe resmungou para ele.

-Muito menos para mim Aelin. Mas temos que ver o que são, porque isso não pode ser terras vazias. E o seu reino e o mais perto, caso aconteça outra guerra... - Rolfe falou exasperado. Eu continuei quieta prestando atenção. Meu pai se aproximou, para não falar muito alto perto dos bebês.

-Não irá acontecer outra guerra! Podemos organizar uma viagem e ver um acordo de paz ou algo do gênero. Posso ir eu mesmo para lá, mas uma guerra é a última coisa que precisamos. - Meu pai falou, apontando para a mão do pirata. - Temos que conferir antes que outras pessoas o façam e fiquemos atolados em merda, Coração de Fogo...

-Como assim novas terras? - Perguntei. Rolfe se virou para mim e ergueu a mão. De início não entendi o que ele queria dizer, mas me lembrei que ele tinha um mapa real em sua mão. Devido a sua história, e da qual não faço questão de me recordar. Olhei para ela e congelei.

As montanhas destacadas eram as mesmas da que olhei naquele escritório. As divisões eram marcadas por linhas finas, mas diferentes da que eu vi, essa não tinha nomes nos locais. Meu lábio tremia e olhei em volta, deixando as folhas em minha mão cair todas no chão. Minha mãe tinha ficado de pé e meu pai se aproximado mais. Uma lágrima escapou da minha quando senti o laço parecer ficar mais perto e forte. Ergui uma barreira de ar a minha volta para que meus pais não sentissem, mas não consegui me segurar e murmurei, mas quase certeza que gritei, antes de correr.

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