Capítulo 7

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Angel

9 Dias Depois...

Hoje fazem 9 dias desde o pequeno "reencontro" com o Jacob. Hoje fazem 9 dias desde as coisas duras que dissemos um para o outro. 9 dias que ele não me procura ou fala comigo. 9 dias que ele muito mal me olha. É... Hoje fazem 9 dias desde o último toque que faz minhas células borbulharem, minhas pernas tremerem e meu coração quase parar.

Tudo bem que fui eu que pedi para ele não me procurar mais e muito menos que falasse comigo. E confesso que uma parte de mim, uma boa parte de mim agradece e se sente aliviada por ele ter feito o que concordou em fazer. Porém há um outro lado. O meu lado que clama por ele, meu lado insano que anceia pelo seu toque. Não posso negar que uma parte minha ficou decepcionada por ele ter cumprido o que eu pedi, eu de verdade esperava que ele continuasse atrás de mim. Nunca estive mais equivocada, até porque ele nunca vai atrás de ninguém.

Mas está tudo bem, afinal manter distância dele faz bem para minha sanidade.

(...)

Me arrumo para o colégio, na verdade eu não posso chamar usar uma calça larga e um casaco moletom com capuz, de me "arrumar". Porém estou vestida, isso é o que importa. Saio de casa e sento na escadinha da varanda para esperar a Tééph.

Daqui à 10 minutos a primeira aula começa e eu ainda estou aqui esperando Stephany. Vou matá-la, acredite!

2 minutos depois e ela finalmente chegou. Tenho que consertar logo meu carro!

— Vamos, Angel. Estamos atrasadas! — me chama como se estarmos atrasadas fosse culpa minha

— Por culpa exclusivamente sua, né queridinha. — respondo pegando minha mochila e indo em direção ao carro dela — Chega pra lá! — paro na frente do banco do motorista onde ela está e faço um gesto indicando a ela pra ir pro carona

— O que? Como assim? — quando eu penso que sou lerda vejo que ela me supera, puta merda

— Vai para o banco do carona, anta. Anda logo. Estamos atrasadas e você sabe que só conseguiremos chegar à tempo se eu dirigir. — falo tranquilamente e ela me olha com cara de tédio, revira os olhos e pula pro carona. É, ela sabe que tenho razão.

— Tenta ir o mais devagar que conseguir tá bom? Por favor, vá à no máximo 100 km por hora. Gosto de viver. — diz se benzendo, colocando o sinto e segurando no puta que pariu (a alça que fica no teto do carro na direção dos bancos).

— Ha ha, engraçadinha — reviro os olhos — Nem é pra tanto, e você não aceitaria tão de boa se não confiasse em mim na direção.

— É você tem razão. Tenho que confessar que você é a pessoa que mais sabe dirigir que eu conheço. Depois que o medo passa, a adrenalina é boa. Então sim, eu confio muito em você, principalmente atrás de um volante. — abro um largo sorriso para ela. Eu definitivamente amo minha melhor amiga. — Para de sorrir que nem uma boba e vamos logo! — diz sorrindo também

Arranco com o carro em resposta, as pistas não estão muito movimentadas mesmo, o que só facilita. Star tem razão, eu realmente dirijo muito bem. Eu comecei um movimento de corrida por aqui, um "pega" que hoje em dia é praticamente um evento, ilegal, mas um evento. Correr me liberta, me alucina, é a falsa sensação de liberdade que eu falei, mas mesmo sendo falsa é maravilhosa.

Eu aprendi a dirigir com 13 anos, se for contar com o tempo em que meu pai me dava instruções básicas de direção, então foi com 10. Aos 15 comecei as corridas, mesmo só tendo tirado habilitação com 16. Todas as corridas são apostadas, praticamente todo mundo apostava em mim, já que eu sempre ganho, ganhava na verdade. Parei no começo desse ano letivo, quando meu carro deu um problema no câmbio no meio de uma, eu graças a Deus consegui dar uma "desacelerada", fazendo o carro capotar do mesmo jeito, porém foi bem menos pior do que seria. Não me lesionei, mas também não corri desde então. Não por trauma ou medo, e sim porque meu Ford Mustang de 1968 preto (meu neném) está na oficina, na melhor oficina da cidade em minha singela opinião, por mais que não seja muito conhecida.

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