Harry Pov
Eu sentia que alguma coisa na minha vida estava errada.
Não entendia bem o que era, e não sabia o motivo de ter essa sensação tão forte dentro de mim na última semana, mas eu mal conseguia ignorar.
Só sentia que algo estava... fora de lugar.
Como quando você sente que já viu algo em algum lugar, ou que sonhou com uma cena que aconteceu na vida real, mas não se lembra de onde foi, e não lembra se sonhou mesmo ou foi apenas seu cérebro maluco lhe pregando uma peça, e aquela sensação esquisita fica martelando dentro da sua cabeça dando voltas sem parar, e você não consegue esquecer, mas também não consegue lembrar.
Mesmo que isso não fizesse sentido algum, era assim que eu me sentia.
E estava bem mais distraído que o normal.
- O quê te deu? - minha mãe se sentou em um dos bancos altos do balcão, me encarando com os olhos curiosos e sérios.
- Hã? O quê? - Olhei para ela, me despertando do devaneio em que minha mente havia entrado.
Estava usando seu habitual terno cinza claro de risca de giz, e os cabelos ruivos estavam presos em um coque um tanto bagunçado, sinal de que já havia encerrado seu dia, assumindo aquela postura mais relaxada.
- Você está muito quieto - observou, com os olhos verdes espertos sobre mim.
- Só cansado - murmurei - Tenho trabalho pra entregar amanhã e passei metade da madrugada em claro.
- Harry - suspirou, mordendo um pedaço da pizza que estava comendo. - Não pode deixar a faculdade te consumir.
- Falou a senhora "eu passava quase uma semana acordada na época do meu doutorado" - revirei os olhos, e ela riu.
- É justamente por isso que eu estou falando. E você não está fazendo doutorado, ainda está no primeiro ano, amor, vai um pouco mais devagar.
- Eu sei, mãe - falei, sorrindo um pouco. - Eu só estou me sentindo meio... sei lá. - dei de ombros.
- Meio, sei lá? - arqueou as sobrancelhas.
- É... sei lá.
- E isso tem haver com a faculdade mesmo, ou com o tal amor da sua vida? - provocou e eu realmente quis me bater.
Odiava o fato de que Sirius tinha espalhado pra todo mundo a minha boiolice. E agora eles me achavam meio maluco.
Não que eu não fosse.
Mas não era pra ele levar em conta aquela frase dita num momento em que eu estava tão atordoado!
E bem, agora a missão da minha família era saber quem era esse garoto que havia mexido tanto comigo.
E a minha missão era parar de pensar tanto nele. Eu sinceramente não entendia porque estava daquele jeito. Mas sabe quando você vê alguém e essa pessoa simplesmente desperta tudo dentro de você e faz seu cérebro meio que entrar em pane? Se você não sabe, era assim que eu me sentia.
Se eu fosse hétero, tinha certeza de que aquele garoto seria a cura da minha heterosexualidade. Porque eu fiquei muito, mas muito mais bi, só de ver ele na minha frente.
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15b - Drarry
RomanceEu nunca havia me considerado um bissexual muito emocionado, isso é claro, até ver Draco entrar pelas portas da cafeteria e perceber que meus níveis naturais de loucura poderiam aumentar bastante na presença do amor da minha vida.