Harry Pov
Eu não conseguia caber em mim mesmo de nervosismo.
Tinha trocado de roupa quase quatro vezes antes de sair de casa, e mesmo assim me sentia absolutamente ridículo.
Eu normalmente não era assim, mas aquele encontro era importante pra mim, e eu queria que fosse legal. Sabia que não deveria estar me fazendo tanta pressão, mas não conseguia evitar.
Tinha a sensação de que as borboletas no meu estômago estavam brigando entre si para ver qual me deixava mais maluco.
E é claro, para completar meu estado caótico, minhas paranóias também não me deixavam em paz.
Eu e Draco havíamos decidido fazer algo simples e que nós dois adorávamos, ir ao cinema. Por mais clichê e bobo que soasse, era o programa perfeito para nós.
Mas eu já estava ali na frente do shopping há quase três minutos e ele não aparecia.
Tinha certeza que ele havia desistido de sair comigo!
Eu só era o cara bobão da cafeteria, e me sentia ridículo de pensar que ele tivesse mesmo algum interesse em ir num encontro comigo…
Talvez tivesse aceitado porque eu era patético e dava pena…
— Harry?
As borboletas deram um duplo mortal no meu estômago. E eu me virei, sentindo o nervosismo aflorar mais.
Draco estava lindo. Quer dizer, ele sempre estava lindo. Mas… ele estava lindo.
Usava um macacão verde escuro solto, e por dentro, uma blusa bege clarinha com detalhes em azul que combinava com os tênis brancos azulados. Os cachos loiros estavam levemente úmidos e caíam espessos e soltos sobre sua testa.
Mas definitivamente o que me chamou atenção e me derreteu, foi ver as duas estrelinhas novamente embaixo dos olhos dele, porém dessa vez, na cor azul.
As estrelas azuis, somadas ao delineador na mesma cor, destacavam os olhos brilhantes e intensos, que me encaravam com certo divertimento.
— Oi, estrelinha — falei, com a voz soando meio mole e boba até para mim.
E quando ele sorriu, todo o nervosismo foi embora.
— Eu estava te chamando — falou — Não ouviu da primeira vez?
— Acho que eu estava ocupado demais pensando que você não viria — encolhi os ombros e ele revirou os olhos.
— Eu só me atrasei, o quê? Uns quatro ou cinco minutos? Por que eu não viria?
— Sempre há uma chance de se arrepender — murmurei e ele sorriu de lado, se aproximando de mim.
Senti o cheiro dele me envolver de repente, e foi completamente inesperado o momento em que ele se inclinou levemente, selando os lábios macios com os meus, num beijo muito delicado.
— Eu não estou arrependido — falou, se afastando um pouco para me olhar e rindo baixinho.
Eu não conseguia ouvir direito o mundo ao meu redor, e tinha a sensação de flutuar de tão leve. Era essa a sensação de morrer e ir ao paraíso?
VOCÊ ESTÁ LENDO
15b - Drarry
RomanceEu nunca havia me considerado um bissexual muito emocionado, isso é claro, até ver Draco entrar pelas portas da cafeteria e perceber que meus níveis naturais de loucura poderiam aumentar bastante na presença do amor da minha vida.