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Capítulo 5 - Presos

_ Vamos Shin-chan, minha irmã não vai te tratar ruim dessa vez, pode confiar.

_ Não sei não Takao. Ela é esquisita e não gosto dela. - Na verdade o esverdeado andava questionando se realmente não gostava dela. Ela havia lhe mostrado um lado diferente, ele havia  gostado de saber sobre, mas isso ainda era uma hipótese...

_ Para de falar assim da irmã dos outros, ela é legal sim, é você que não vê isso.

Takao queria de todo jeito que Midorima fosse na sua casa. Era um pouco estranho ele despertar tamanho interesse em seu amigo comparecer a sua residência, afinal, haviam combinado que não iriam ter mais tanto contato quando se tratava de visitar um ao outro.

Midorima via que tinha algo errado, qual seria as verdadeiras intenções do Kazunari? Ele próprio tinha prometido a si mesmo não ir visitar seu amigo quando a irmã dele estava lá. De maneira nenhuma voltaria a comer morangos, eram azedos no seu paladar e morria de nojo daquelas sementinhas amarelas na casca da fruta, e se fossem larvas pequenininhas? O pior, era que a garota Kazunari vivia de morangos e sempre tinha disponível um pote lotado deles, e só de olhar a superfície da fruta vermelha seu estômago enjoava.

_ E por acaso quer que eu me dê bem com sua irmã? - Questiona desconfiado.

_ Sim, por quê?

_ Não era pra você ter ciumes e não querer seus amigos perto dela? - Olhava seriamente para o moreno.

_ Para de ser chato Shin-chan, vamos logo! - Takao desconversou, tinha algo estranho ali. Mas mesmo desconfiado decidiu seguir o amigo, o que poderia dar errado?

Pois bem, agora estava trancado no quarto de Anna, encarando-a a dormir. Aquele merda do seu amigo definitivamente não tinha medo da morte. Falou pra ele buscar uma caneta que ficava na mesa de escritório no quarto da irmã e o idiota foi sem desconfiar de nada, acabando preso pelo próprio Kazunari.

Não tinha como sair sem uma bendita chave que estava nas mãos do rapaz do outro lado da porta, tirando uma com sua tremenda burrice. Midorimia precisava ficar mais esperto, estava muito desatento ultimamente...

_ Takao, abra essa porta! - sussurrou o mais alto que conseguiu, para não acordar a garota e também, para o outro jovem escuta-lo.

_ Não. - riu Takao. - Não até se resolverem.

_Como assim "se resolverem", não tenho nada pra resolver com ela! - reclamou o mais alto, e só conseguiu ouvir as risadinhas do amigo se distanciando.

A situação não estava nem um pouco favorável, a única solução era esperar a menina acordar e ver se ela tinha uma chave reserva.

Uns minutos mais tarde, Anna abre os olhos e se espreguiça tentando levar junto com seus bocejos o cansaço que antes tinha. Após se levantar e finalmente conseguir olhar ao redor, se assustou com a imagem de um garoto alto e grande de cabelos verdes sentado no chão com as costas na porta a encarando toda descabelada e desarrumada após uma boa soneca.

_ O QUE VOCÊ ESTA FAZENDO AQUI? - Anna toda desesperada com seu estado físico, puxa bruscamente a coberta para se cobrir. Ela usava seu pijama preferido de gatinhos, quero dizer, seu pijama mais desgastado de gatinhos.

_ Tenha certeza que eu não queria estar aqui te vendo dormir como uma lagartixa.

_ Ah... - suspirou Anna. - Então por que está aqui? - perguntou ainda sem desfazer a "capa" que criou com sua coberta.

_ Seu irmão me colocou aqui.

_ TAKAO! TIRA O MIDORIMA DAQUI! - Gritou a garota na esperança do imbecil do seu irmão a livrar da tortura de ficar em um mesmo cômodo que o jogador.

_ Ele não vai te ouvir. Talvez nem esteja aqui. - Midorima por todo o tempo que permaneceu ali sentado esperando a menina despertar, não ouviu nenhum passo, nem um mínimo barulho, tinha grandes probabilidades de que as únicas pessoas na casa fossem só os dois.

_ Ah não! Ele vai ABRIR A MERDA DA PORTA AGORA!!

Anna, nervosa desfez a "capa" de coberta se levantou, fez um gesto para Shintaro sair da porta e gritou dando tapas na superfície do objeto que os prendiam ali, com a esperança de seu irmão se incomodar com o barulho e vim fazer o favor de destranca-los, claro que a ação não obteve resultado e agora estavam duas pessoas entediadas, uma sentada na cadeira da mesinha de escritório e outra na cama.

_ Seu irmão desligou a internet quando saiu.

_ Eu percebi.

Esses eram a maioria dos diálogos que tinham. Um pergunta e o outro reponde, não havendo brecha para começar outro assunto partindo das falas. Quando conversavam, pareciam que estavam em uma prova de tanta objetividade. Mas Anna, não se contentou em ficar quieta nessa situação de tédio, e por sua conta em risco, decidiu abrir outro tema.

_ Soube que perdeu pra Seirin. - Anna não obteve nenhuma resposta. Shintaro estava ocupado demais prestando atenção nos seus próprios pensamentos.

_ Vai ficar me ignorando mesmo? - silêncio. - Quando você vier falar comigo e eu não responder já sabe porque. - silêncio novamente.

A garota suspirou cansada, mas não desistiria da conversa. Claro que ela já sabia a resposta, Takao havia lhe contado, mas ouvir um "sim" derrotado do esverdeado seria um bom passa-tempo.

_ Olha, eu não faço questão da sua resposta só estou querendo conversar pra passar o tempo.

Enquanto Anna reclamava de ser deixada sem respostas, Midorima estava em um dilema delicado. E acabou optando agir com a emoção pela primeira vez na sua vida, e um cara inteiramente lógico, escolher os sentimentos, era realmente uma situação complicada.

Ultimamente Shintaro andou pensando sobre um sentimento incômodo que rondava seu coração. Ele começava a lembrar de cada interação que teve com Anna, mesmo sendo nada específico, ele sempre lembrava da garota em situações avulsas, e isso o incomodava, muito.

Por isso, Midorima ao poucos, se colocou de frente a menina olhando seus lábios, enquanto Anna, paralisada estava o admirando.

O esverdeado era esplêndido e simplesmente perfeito, Anna, não conseguia ver algum defeito no homem, fisicamente, assim como o rapaz também achava a garota maravilhosa, fisicamente, pois aqueles dois viviam se alfinetando.

Já quase com os lábios colados, Midorima levantou sua mão acariciando e arrumando os fios bagunçados da garota. Ele a olhava de vez em quando, e Anna continuava imóvel o admirando também, Shintaro esperava a confirmação da Kazunari para prosseguir com o contato.

_ Eu vou matar seu irmão quando ele abrir a porta. - pronunciou num sussurro baixo e calmo, o esverdeado. Anna, que ate então que não havia se mexido, não se conteve ao ouvir a bela voz calma de Midorima, tomou a iniciativa para um beijo, muito bem correspondido.

Eles movimentavam suas bocas, não sincronizadamente, mas de forma especial. Levavam suas mãos onde bem quisessem, e se deliciavam do momento. Por mais que ambos negassem a atração, ela sempre esteve presente, por meio físico em alguns instantes, e emocional na maioria das vezes.  E mesmo  eles não sendo cem por cento compatíveis,  a porcentagem assemelhante era transformada de acordo com o momento. Positivo ou não. Trazendo as boas circunstancias entre o casal.

Eles sabiam o que fazer, Anna descobria facilmente os pontos sensíveis do jogador dos "arremessos perfeitos", e Midorima, não tinha só essa jogada como perfeita, mas também seus movimentos. Cada trilha feita por suas mãos, deixavam um rastro de deleite na pele da garota, sem más intenções por parte do rapaz, ele simplesmente estava curtindo a brecha que Anna havia começado.

Quem sabe o que deu na cabeça de Shintaro para se aproximar desse jeito? E quem sabe o que deu na cabeça da Kazunari, ao permitir o contato tomando a iniciativa do beijo? 

Do modo que estavam, liberando toda a atração perante eles, sera que só a acumulação das emoções permitiria um contato ainda mais íntimo entre os envolvidos?

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Ambos - Midorima x LeitoraOnde histórias criam vida. Descubra agora