Capítulo 17

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Oitavo mês de gestação...

Oito meses e duas semanas. O que posso dizer? Eu estou cada vez maior, ainda não sei como minha barriga pode crescer tanto, as dores só aumentam e Ariel parece querer sair do meu corpo todas noites ao se mover, chutar... Ela faz festa em minha barriga na madrugada.

E nessa noite minha menina novamente estava dificultando minha noite de sono, chutando minha barriga e me obrigando a ficar me movimentando na cama. Como sempre ela conseguiu o que queria: Acordar Lara. Juro, essa garotinha tem uma obsessão pela ruiva.

A luz do abajur ao lado de Lara foi acesa, eu já tinha meu corpo sentado na cama, incomodada com os chutes fortes de Ariel. Minha namorada, coçou seus olhos se esforçando para abri-los.

Ela está chutando, T?

Balancei a cabeça em confirmação, tinha meu corpo totalmente exposto para Lara, como sempre vestia apenas calcinha e sutiã. A mesma aproximou-se, agachando perto de minha barriga e tocando a mesma.

— Olá, mon amour...

Falou bem pertinho da minha pele, fechei meus olhos jogando minha cabeça para trás. Sei que é horrível usar Lara desta maneira, mas a bebê só fica calma quando ouve a voz dela, se for em francês então, parece um calmante. Ainda fico muito surpresa com a ligação que essas duas criaram, sinto até mesmo um pouco de inveja, mas é claro que nunca lhe falaria.

— Vamos deixar a mamãe descansar, uhn? – seus dedos deslizavam por minha pele. — Precisa colaborar com ela, mon trésor.

— Amor, você é um anjo.

Sussurrei, apreciando a calmaria de minha filha e senti um beijo em minha barriga. Em poucos segundos, senti a respiração de Lara sobre a minha, sua mão continuava em minha barriga.

Já falei o quão bom é ouvir você me chamar assim?
Abri um sorriso, assentindo e logo sua boca se juntou a minha em um selinho, não muito demorado já que minha filha chutou novamente interrompendo nosso momento.

Arg. – resmunguei. — Garota ciumenta.

Lara riu sobre meus lábios.

Tem Lara para as duas, por favor não briguem por mim.

Meus olhos se abriram e minha namorada jogou seus cabelos, gabando-se de si mesma. Revirei os olhos negando, sua atenção voltou a minha filha, acariciando minha barriga e cantarolando canções infantis para ela.

Está a deixando mal acostumada. – acusei observando a interação. — Amanhã você viaja e como vou sobreviver? Pensando agora, uma semana é muito.
Lara riu de meu drama.

— Ariel vai se comportar, já conversamos.

— Bom mesmo porque parece que ela só ouve você.

— Ciúmes?

Suas sobrancelhas se arquearam em minha direção.

— Não, mas se essa garotinha me incomodar enquanto estiver viajando você é uma mulher morta, Albuquerque

Lara sorriu, voltando a deixar seu rosto próximo ao meu.

— Sabia que eu acho muito sexy quando me chama de Albuquerque?

Usou seu melhor tom sedutor. Lara sabe muito bem como me seduzir, na verdade só de penetrar esse olhos castanhos em mim, já sinto meu corpo inteiro reagir. Mas a algum tempo venho evitando esse tipo de contato, minha autoestima está muito baixa e por muitas vezes sinto vergonha do meu corpo perto dela. O que posso fazer? Tem mulheres lindas naquele hospital que morreriam por ela e eu aqui com esse barrigão e bochechas enormes parecendo uma bola.

os irmãos AlbuquerqueOnde histórias criam vida. Descubra agora