Capítulo 27

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Um mês depois...

Ultimamente tenho pensado o quão ingênua fui de agradecer tanto por Ariel ser calma em seus primeiros dias de vida, porque agora as coisas mudaram. Minha pequena tem nos tirado o sono com suas manhas e cólicas noturnas. A mais ou menos duas semanas, a mesma tem se demonstrado um pouco baldosa e o que eu mais queria era coloca-la para dormir em seu berço, mas é só aproxima-la da caminha que a mesma chora como se tivessem lhe dado um tapa.

Lara é uma grande protetora da Ariel, por muitas vezes me segurei para não lhe falar coisas sem pensar. Toda vez que a ruiva está em casa tem a pequena em seu colo, de noite quando tento a colocar no berço no mínimo choro a mesma a pega e diz que não deveríamos fazer isso, mas em uma certa noite acabei por explodir com minha namorada...

— Deixa eu pega-la.

A ruiva pediu. Ariel estava deitada em seu berço, mas chorava como sempre. Por mais que eu a embalasse, seu choro não acalmava, mas eu sabia que isso era apenas manha por querer ficar na cama com nós ou no colo.

— Não, Lara. – a impedi. — Ela tem que se acostumar, pelo menos um pouco.

— T, ela está sofrendo.

Bufei, negando.

— Quem está sofrendo sou eu. – a encarei. — Tenho que ficar com ela no colo o dia todo como se não tivesse mais nada para fazer.

— E tem?

Lara arqueou as sobrancelhas, estreitei os olhos em sua direção.

O que está querendo dizer? – o choro de Ariel bem perto de nós me irritava mais ainda. — Quem você acha que lava as roupas? Como a casa se mantém limpa? E a comida, você acha que eu aprendi a cozinhar do nada? Passo um tempão vendo vídeos e lendo receitas para termos uma alimentação boa.

— Desculpa, Taina, eu...

Não, você faz todas as vontades dela. Ariel mal chora e já está em seu colo...

— Não aja como se a culpa fosse minha.

Alterou seu tom.

— E não é?

— Ok, você está irritada.

— Claro que estou! – rebati a assustando. — Sou a mãe dela tentando educa-la enquanto você só me atrapalha, Lara.

Falei tudo tão rápido que nem tive tempo de pensar no que causaria, Lara balançou a cabeça pressionando os lábios um contra o outro. Suspirei, fechando meus olhos, quando os abri percebi a bobagem que havia feito.

— Eu não quis...

— Está tudo bem. – deu de ombros. — Vou dormir no outro quarto hoje.

Mal terminou de falar e já não estava mais em meu campo de visão. Me praguejei por deixar minha irritação magoa-la, Ariel ainda chorava em seu berço e eu a peguei no colo, sentindo minha cabeça doer com a confusão.

Respirei fundo, vendo seu choro se acalmar em menos de segundos. Baldosa. Revirei meus olhos, balançando seu corpo para que dormisse. Havia desistido de faze-la dormir no berço, agora nem tenho mais Lara na mesma cama que eu, só quero um pouco de paz por alguns minutos. E se preciso que Ariel fique em meu colo, vai ter que ser assim.

(...)

Acordei não sentindo Ariel em meus braços, corri meu olhar a procura da mesma e nada. Levantei rapidamente, no berço também não estava então, fui ao seu quarto e nada da minha filha. Desci as escadas, ouvindo o som da televisão e avistei Victor com a pequena em seu colo.

os irmãos AlbuquerqueOnde histórias criam vida. Descubra agora