Prólogo

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INJUSTIÇA

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INJUSTIÇA. Há um eco assustador quando essa palavra é proferida.

Por muito tempo Lola se perguntou se era uma pessoa justa. O justo, em sua definição, era aquele que seguia regras e normas previamente estabelecidas por uma sociedade e que define e rege a conduta e a moral de quem ali convive. Lola não seguia regras e odiava normas. Assim, no papel, ela não podia ser considerada uma pessoa justa.

Mas, quando observamos e analisamos a complexidade da existência, percebemos a imperfeição do ser humano diante de tantas visões diferentes sobre o certo e o errado. Afinal, quem determina isso?

O erro nos persegue e nos prende numa armadilha chamada vida. Não há, nem ontem, nem hoje e nem amanhã, alguém capaz de ser, em sua totalidade, exímio de qualquer resquício de incoerência.

– Por favor, Lola, pode entrar. – A mulher mais velha de cabelos longos apareceu no corredor, sorrindo de forma receptiva.

Lola olhou ao redor, observando os demais pacientes que aguardavam na sala de espera. Um menino, duas meninas, os três da mesma idade de Lola. E havia uma senhora, provavelmente nos seus 60 anos. A menina pensou que gostaria muito de conversar com ela, mas não o fez. Se levantou e seguiu até a sala da doutora Lucy Palmer.

Assim que entrou no consultório, seus olhos varreram rapidamente o lugar, se surpreendendo com a decoração da sala. Era muito mais colorido do que esperava, na verdade, parecia uma sala de estar de um apartamento luxuoso. Na parede, quadros decorativos estavam espalhados, formando uma estética bonita e moderna.

No meio da sala, havia um quadro maior; seu diploma de psicologia emoldurado, mostrando seu orgulho por aquela conquista.

No restante da sala haviam sofás espalhados e uma grande estante cheia de livros e fotografias da doutora Palmer com amigos e familiares, Lola supôs.

Ela parecia feliz. Feliz o suficiente para lidar com pessoas tristes.

– Fico feliz de te conhecer. Os Carrera me falaram mil maravilhas sobre você. – A mulher se sentou numa pequena poltrona de couro, sinalizando para que Lola se acomodasse no grande sofá na sua frente.

– É, o tio Mike e a tia Anna mentem muito... – Lola respondeu, segurando suas mãos em seu colo, tentando não transparecer o quão difícil para ela era simplesmente estar ali.

– Engraçada... Gostei. – Doutora Palmer sorriu sincera, inclinando a cabeça para o lado de forma sutil. – Eu sei que é difícil se abrir com qualquer pessoa, principalmente com uma desconhecida. Mas quero que me conheça. O que quer saber sobre mim?

De todos os cenários criados em sua mente sobre aquela primeira consulta, Lola jamais pensou que começaria assim. Apesar de relutar, Lola aceitou se consultar com uma psicóloga. Os pais de Kiara haviam dito que a doutora Palmer tinha métodos não tradicionais, mas que ela era muito boa no que fazia e que poderia ajudá-la.

YOURS | jj maybank (2° TEMPORADA) HIATUSOnde histórias criam vida. Descubra agora