Capítulo 8

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Sábado finalmente chegou trazendo consigo o tenebroso jantar e Draco estava de mau humor desde a noite passada. Tanto que preferiu dizer a Hermione que tinha um trabalho importante pra fazer para não se encontrar com ela e evitar que discutissem de novo. Se ela percebeu seu blefe, não fez nenhum comentário e eles combinaram de se encontrar no carro as seis e meia para irem juntos para Andrômeda.

Seria muito mais fácil usar aparatação, mas Draco desconfiava que ela queria ir de carro para que seus amigos o vissem em um meio de transporte trouxa, como uma prova de sua mudança. Se fosse esse o caso, Draco duvidava que fizesse qualquer diferença.

No entanto, havia outro motivo para que ele não quisesse passar a noite com ela. Era porque não queria inventar uma mentira quando se despedissem pela manhã, porque sábado também era o dia em que ele e Zabini combinaram de se encontrar, e ele ainda não queria que ela soubesse.

Enrolou a manhã inteira e ainda assim saiu de casa uma hora mais cedo e foi para o The Crown com um livro para lhe fazer companhia. Escolheu uma mesa no fundo, e não conseguiu evitar um sorriso ao ver a mesa de sinuca. A literatura trouxa, O Retrato de Dorian Gray, indicação de Hermione, o distraiu pelos próximos quarenta minutos até que uma voz familiar chamou seu nome.

Zabini não estava só, Goyle vinha atrás dele e estava muito maior do que Draco se lembrava.

Qual era o problema das pessoas? Elas tinham tanto medo assim dele para nunca avisar que estavam trazendo alguém a mais para um encontro?

Os bruxos se cumprimentaram de maneira desajeitada e um garçom desanimado logo veio anotar seus pedidos.

— E aí?... – Draco revolveu começar, já que a iniciativa que os trouxe até ali tinha partido dele. – Vocês... têm mantido contato?

— Sim, desde sempre – Goyle respondeu.

— Eles nos mandaram para o reformatório juntos – Zabini esclareceu.

— Ah – Draco não sabia como responder aquilo.

— Pensamos que iam te mandar pra lá também e quando não apareceu, pensamos que tivesse morrido – Zabini continuou.

— Não, a minha punição foi diferente. Fui enviado para cá...

— E então se reencontrou com Granger – Goyle concluiu, se sentindo muito esperto.

Draco balançou a cabeça com uma risada sem humor. Tinha certeza que eles estavam se coçando para entrar nesse assunto desde que chegaram.

— Sim – ele confirmou. - Então me reencontrei com Granger.

— Pelo que ouvi, fez muito mais do que só se reencontrar.

— Cala a boca, Zabini.

— Então é verdade? Está mesmo com ela? – Draco deu de ombros. – Ah, qual é cara, desembucha! Está com ela de verdade, ou é tipo um esquema para se fingir de bonzinho e ser perdoado?

— Eu amo Hermione! – Draco gritou mais alto do que pretendia, por sorte o lugar estava quase vazio.

Como ele ousa perguntar uma merda dessa?!

Antes que pudesse expressar sua opinião, porém, viu Goyle fazer cara de derrota e alcançar a carteira.

— Viu? – Zabini se gabou. – Eu disse.

— Vocês apostaram??

— Cara, relaxa – Goyle protestou. - Vai dizer que a ideia não tem cabimento? Vocês dois se odiavam. Ninguém poderia adivinhar que um dia iam acabar juntos.

Wonderland 2 (Dramione)Onde histórias criam vida. Descubra agora